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Terra na Copa

Casa Civil: coordenação da Copa é do Ministério do Esporte

19 out 2011 - 20h45
(atualizado às 21h15)
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A Casa Civil divulgou na noite desta quarta-feira nota em que "reitera" a responsabilidade do Ministério do Esporte na coordenação da Copa do Mundo de 2014. "Qualquer avaliação diferente não encontra respaldo na realidade", diz o comunicado.

O ministro negou as acusações de envolvimento em desvio de verbas
O ministro negou as acusações de envolvimento em desvio de verbas
Foto: José Cruz / Agência Brasil

O pronunciamento responde reportagem publicada na edição de hoje do jornal O Estado de S. Paulo, segundo a qual o ministro do Esporte, Orlando Silva (PCdoB), não seria mais o interlocutor do governo nas negociações para o evento, por decisão da presidente Dilma Rousseff (PT). O titular da pasta, que falou nesta tarde no Senado sobre as denúncias de que estaria envolvido em um esquema de desvios no ministério, negou a perda de poderes e afirmou que o episódio não altera sua posição de responsável pelas negociações para a aprovação da Lei Geral da Copa.

"A Fifa e o Brasil têm o mesmo objetivo, que é fazer uma grande Copa. A atribuição de coordenar o trabalho foi conferida pela presidente da República na primeira reunião e foi instituída por um decreto presidencial", disse o ministro, que mais uma vez negou envolvimento em supostas irregularidades na sua pasta.

Hoje, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou que deverá encaminhar ainda esta semana ao premo Tribunal Federal (STF) um pedido de abertura de inquérito contra o ministro. "Nós estamos ainda num momento em que não podemos afirmar a veracidade desses fatos. Agora, os fatos noticiados, se verdadeiros, são extremamente graves", disse.

As acusações contra Orlando Silva

Reportagem da revista Veja de outubro afirmou que o ministro do Esporte, Orlando Silva (PCdoB), lideraria um esquema de corrupção na pasta que pode ter desviado mais de R$ 40 milhões em oito anos. Segundo o delator, o policial militar e militante do partido João Dias Ferreira, organizações não-governamentais (ONGs) recebiam verbas mediante o pagamento de uma taxa que podia chegar a 20% do valor dos convênios. Orlando teria recebido, dentro da garagem do ministério, uma caixa de papelão cheia de cédulas de R$ 50 e R$ 100 provenientes dos desvios que envolveriam o programa Segundo Tempo - iniciativa de promoção de práticas esportivas voltada a jovens expostos a riscos sociais.

João Dias Ferreira foi um dos cinco presos no ano passado pela polícia de Brasília sob acusação de participar dos desvios. Investigações passadas apontavam diversos membros do PCdoB como protagonistas das irregularidades, na época da Operação Shaolin, mas é a primeira vez que o nome do ministro é mencionado por um dos suspeitos. Ferreira, por meio da Associação João Dias de Kung Fu e da Federação Brasiliense de Kung Fu, firmou dois convênios, em 2005 e 2006, com o Ministério do Esporte.

O ministro nega as acusações e afirmou não haver provas contra ele, atribuindo as denúncias a um processo que corre na Justiça. Segundo ele, o ministério exige judicialmente a devolução do dinheiro repassado aos convênios firmados com Ferreira. Ainda conforme Orlando, os convênios vigentes vão expirar em 2012 e não serão renovados.

Fonte: Terra
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