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Conselheiro de Felipão, padre confia em reação: 'Palmeiras tem força mental'

Pedro Bauer conta detalhes da amizade de 30 anos com o técnico do Palmeiras e elogia potencial da equipe

31 out 2018 - 05h11
(atualizado às 05h11)
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Após a derrota para o Boca, o treinador Luiz Felipe Scolari ficou tenso e preocupado. Tinha de recuperar a equipe física e mentalmente para o jogo com o Flamengo, pelo Campeonato Brasileiro e, em seguida, pensar no duelo de volta diante dos argentinos. A força emocional e espiritual de que precisava veio de uma troca de mensagens pelo celular. Do outro lado da linha estava o padre Pedro Bauer, amigo, conselheiro e quase irmão (nas palavras do próprio técnico) há quase 30 anos. Se a missão de fazer três gols no Boca é quase um milagre, Felipão está bem assessorado.

"Nós cuidamos do lado espiritual, fazemos orações, mas também conversamos como amigos. Ele disse que sou quase um irmão para ele", diz o padre de 69 anos. O conselho para o jogo de hoje foi otimista, obviamente. "Será difícil, mas o time é forte em casa. Se o Felipão levou um 7 a 1, talvez ele possa dar um 7 a 1", diz o sacerdote, referindo-se à derrota da seleção brasileira para a Alemanha na Copa de 2014. "O Palmeiras tem força mental para reagir em casa."

O padre saiu pela tangente quando questionado pelo Estado se estará no Allianz Parque. Disse que tinha compromisso no local onde mora, Passos, sul de Minas Gerais. Depois afirmou que virá a São Paulo até sábado. O fato é que o próprio treinador o convida para uma visita desde que reassumiu o Palmeiras. Além disso, membros da comissão, especialmente aqueles remanescentes de 1999, estão cobrando um abraço.

A amizade foi criada há quase 30 anos. Natural de Sombrio, em Santa Catarina, e apaixonado por futebol, o padre Pedro estava em Criciúma na final da Copa do Brasil de 1991. Era o time local, dirigido por um tal Felipão em começo de carreira, e o Grêmio. O padre foi convidado a abençoar os atletas antes da decisão. Deu certo. O título consagrou Luiz Felipe Scolari, católico praticante, e transformou o padre em guia espiritual.

CONSTANTE

No Palmeiras, ele foi figura constante no início dos anos 2000, período áureo com a conquista da Libertadores (1999) e o vice no ano seguinte. Sempre estava por perto para dar uma mensagem de fé e confiança. Nem sempre falava de religião, por causa dos evangélicos e espíritas. Chegou a fazer refeições com o grupo e conviver reservadamente com jogadores para ler trechos da Bíblia. Ao longo dos anos, batizou os filhos dos ex-jogadores Alex e Arce. Nos anos seguintes, esteve com as seleções do Brasil e de Portugal. "Felipão quer que eu conheça o elenco de hoje porque acha que os atletas são quase iguais aos daquela época", disse. "Todos são unidos."

A amizade não esfriou nem com a ida de Felipão à China. Em setembro, o padre celebrou o casamento de Fabrício, filho do treinador, em Porto Alegre. "O Felipe é coerente, correto e muito sincero. Cumpridor daquilo que assume e leal com as pessoas", define o religioso.

Padre Pedro pertence à Congregação dos Padres Rogacionistas. Hoje, ele atua no Instituto Educandário Senhor Bom Jesus dos Passos, na cidade de Passos (MG). No dia a dia, gosta de camisa polo e jeans; a batina, que é obrigatória, fica reservada às celebrações. Para o padre, a fé ocupa um espaço importante no mundo esportivo. "A fé é o alicerce de todas nossas obras, nossos projetos e desafios", diz o religioso.

MARATONA

A luta do Palmeiras para se tornar finalista da Copa Libertadores obrigaria o time a ter um mês de novembro sem folgas e com várias decisões pela frente. Como também está na disputa do título do Campeonato Brasileiro, a equipe não teria mais semanas livres até o fim do ano. Até agora o clube disputou 64 jogos oficiais em 2018.

Uma possível participação na final da Libertadores faria o Palmeiras disputar o título nos dias 7 e 28 de novembro, com decisão no Allianz Parque, por ter a melhor campanha da primeira fase. No intervalo entre os compromissos a equipe atuaria em cinco rodadas do Brasileiro.

Em caso de eliminação, por outro lado, a equipe teria uma reta final de ano com mais tranquilidade e condições de focar apenas na disputa do Brasileiro. Restam somente sete rodadas para o fim do Nacional.

Estadão
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