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Com três 'presidentes', CBF ainda é comandada por Del Nero

Coronel Nunes e Caboclo estão na Rússia, mas quem dá as cartas ficou no Brasil

10 jun 2018 - 07h55
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A CBF tem hoje um presidente legal, um presidente eleito e um presidente, de fato. Oficialmente, o comando da CBF é do coronel Antonio Carlos Nunes e ele vai representar o Brasil no Congresso da Fifa, inclusive votando para definir a próxima sede de Copa do Mundo, em 2026. Mas o jogo político interno do comando do futebol nacional é mais complexo que muito jogo de primeira fase do Mundial.

Enquanto o coronel estará em Moscou, o presidente eleito da CBF, Rogério Caboclo, lidera a delegação brasileira em Sochi e, nos próximos dias, estará em Moscou para ser apresentado à "família Fifa" como o futuro do futebol brasileiro.

Caboclo assume apenas no ano que vem, depois de uma eleição que foi realizada com apenas um candidato e depois que ficou claro que Marco Polo Del Nero seria banido do futebol por suspeitas de corrupção.

Até abril de 2019, o presidente eleito vem iniciando um processo para tentar centralizar as decisões. Conhecido internamente como "detalhista" por sua insistência em ter respostas a questões diversas, ele também é visto como alguém "de fora" do futebol. Mas elogiado no que se refere à gestão.

Já o coronel, o atual presidente, é considerado até mesmo internamente como uma pessoa que precisa de ajuda profissional para comandar uma entidade milionária e que foi colocado ali para preencher o vácuo institucional deixado por Del Nero.

Sem saber de suas condições físicas e nem do fato de que não é quem comanda o futebol brasileiro, a Fifa escalou o coronel para um amistoso de futebol entre os dirigentes, um dia antes do Congresso. A CBF teve de rapidamente operar nos bastidores para explicar que ele não teria condições.

Assumindo uma postura praticamente de "rainha da Inglaterra", o coronel tem o compromisso de não mudar os planos da instituição. Mas, em assuntos e eventos que lhe podem dar visibilidade política e prestígio, ele tem assumido de fato a função de presidente, inclusive surpreendendo alguns internamente.

Enquanto um cartola se passa por presidente e outro assume a gestão da seleção, fontes dentro da CBF confirmam que quem manda ainda no futebol nacional é o único cartola que não está na Copa: Del Nero.

Indiciado nos EUA por corrupção, ele não pode sair do Brasil sob o risco de ser preso e acabou organizando sua própria sucessão. Mas, segundo fontes dentro da entidade, ele continua dando as cartas, definindo políticas e mantendo contato com diretores da instituição.

Estadão
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