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Copa do Mundo

Com Fernandinho na vaga de Casemiro, menos marcação e mais passes

Volante do Manchester City será titular diante da Bélgica, na sexta-feira, pelas quartas de final da Copa

4 jul 2018 - 05h03
(atualizado às 05h03)
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A suspensão de Casemiro pelo segundo cartão amarelo fará o Brasil perder poder de marcação diante da Bélgica. Em compensação, dará melhor saída de bola e qualidade no passe a partir da intermediária. É uma troca a se considerar. Ao menos essa é a previsão com a entrada de Fernandinho. Com Tite, o jogador tem sido o substituto imediato do volante do Real Madrid na Rússia, e deverá ser o escolhido para iniciar a partida da sexta-feira, pelas quartas de final da Copa do Mundo.

Fernandinho tem a confiança do grupo e muita admiração do treinador - e de outros grandes técnicos com quem já trabalhou. Pep Guardiola, por exemplo, não se cansa de elogiar a inteligência e o bom posicionamento do jogador. O espanhol, que dirige o Manchester City de Fernandinho, já declarou que o brasileiro "pode atuar em dez posições diferentes" e que o considera "um dos melhores volantes do mundo". Para Tite, Casemiro ainda é mais marcador. Com ele no time, o Brasil consegue liberar um pouco mais Paulinho. Com Fernandinho, talvez o companheiro de meio de campo tenha de segurar mais.

Na seleção brasileira, Fernandinho superou o trauma e a péssima exibição do 7 a 1 de quatro anos atrás para se tornar um quase titular. Foi reserva nas Eliminatórias, mas na reta final passou a ser bastante acionado e foi citado diversas vezes por Tite como exemplo de jogador que entrava na equipe e mantinha o padrão técnico do titular.

Ele entrou nos quatro jogos do Brasil realizados na Copa e, para confirmar a opinião de Guardiola, em posições diferentes: ocupou o lugar do próprio Casemiro, de Paulinho (duas vezes) e de Gabriel Jesus, já na reta final contra a Costa Rica.

O jogador é menos marcador do que Casemiro, que atua logo à frente da dupla de zaga e hoje é o grande guardião da defesa nacional - que sofreu apenas um gol. O volante do Real Madrid também tem mais imposição física do que o colega do City. Nessa briga, Fernandinho leva vantagem em dois quesitos: tem passe mais qualificado e consegue se aproximar mais dos meias ofensivos do time.

Antes da Copa, Tite testou Fernandinho nos amistosos preparatórios. O volante teve atuação regular diante da Croácia, mas mesmo assim foi elogiado pelo treinador ao final daquele jogo. "O Fernandinho participou pouco desse confronto, mas é articulador e tem bom passe", considerou o técnico.

A saída de Casemiro deverá forçar Tite a mudar o esquema tático, recuando Paulinho e optando pelo 4-4-2 clássico. Além disso, deverá abrir a possibilidade para a estreia de Fred no segundo tempo, já que Paulinho tem sido substituído em todas as partidas por não suportar os 90 minutos - diante do México, nas oitavas, deixou o campo aparentemente bastante cansado.

As mudanças são vistas com tranquilidade pelo grupo. Praticamente todo o elenco assimila o discurso do treinador, de que é preciso um elenco forte, coeso e preparado para qualquer chamado. "A seleção brasileira é um conjunto muito forte. Temos qualidades individuais que devem ser utilizadas a favor do coletivo", pondera Fernandinho. "O espírito que precisamos ter nesta Copa do Mundo é de luta e perseverança."

Com Fernandinho, Tite ganha um bom passador, o que poderá ser especialmente útil a partir de roubadas de bola no meio de campo. A Bélgica ataca, deixa jogar, marca mais à distância e tudo isso pode ajudar o Brasil a partir dos contra-ataques.

De quebra, Fernandinho ainda pode ajudar Tite na preleção. O volante conhece os principais jogadores belgas. Nada menos do que 11 dos 23 atletas que compõem o elenco adversário do mata-mata atuam no futebol inglês, contra ou ao lado de Fernandinho. Dois deles são colegas do Manchester City, o zagueiro Kompany e o habilidoso meia Kevin De Bruyne. Os atacantes Hazard, do Chelsea, e Lukaku, do Manchester United, também são velhos conhecidos do volante brasileiro.

Fernandinho terá de correr atrás dessa turma para ajudar o Brasil a ganhar e, de quebra, avançar para a semifinal. Se isso acontecer, a seleção repete seu desempenho da Copa de quatro anos atrás, no Brasil, quando foi eliminada pela Alemanha.

Estadão
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