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'Caso Dedé' inicia revolta de clubes brasileiros contra a Conmebol

Prejudicado contra o Boca Juniors, Cruzeiro ganha o apoio de Santos e Palmeiras

21 set 2018 - 05h11
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A expulsão do zagueiro Dedé, do Cruzeiro, na partida de ida das quartas de final da Libertadores, contra o Boca Juniors, na quarta-feira, fez com que os clubes brasileiros iniciassem um movimento de união na tentativa de aumentar a representatividade do País na Conmebol. O pontapé inicial partiu do clube mineiro, que, na sequência, ganhou apoio de Santos e Palmeiras.

Dedé foi expulso após choque com o goleiro Andrada, do Boca. Sem intenção, o zagueiro deu uma cabeçada no rival em dividida pelo alto. O argentino fraturou o maxilar inferior e deve ficar sem jogar por dois meses. O juiz paraguaio Eber Aquino reviu o lance com auxílio do VAR (árbitro assistente de vídeo) e deu cartão vermelho para o jogador do Cruzeiro.

Revoltada, a diretoria mineira publicou carta de repúdio à Conmebol, na qual pediu abertura de investigação do caso e cobrou uma posição da CBF. "Esperamos que a CBF assuma imediatamente a sua responsabilidade na defesa dos clubes brasileiros, que há tanto tempo são prejudicados maliciosamente pela arbitragem internacional", diz trecho da nota. A entidade brasileira enviou ofício à Conmebol pedindo que a atuação do juiz seja investigada.

O Santos usou o bom humor nas redes sociais para sair em defesa do Cruzeiro. "A Conmebol não decepciona: consistência! Força, Cruzeiro", escreveu o clube paulista no Twitter. O Cruzeiro retribuiu o apoio. "Vamos trabalhar forte pra reverter no dia 04/10. Valeu, Peixe."

No Chile, o presidente do Palmeiras, Maurício Galiotte, foi mais incisivo e aumentou o coro pela união dos clubes do País. "Temos de nos unir. O problema não é o VAR ou uma jogada pontual. A gente tem de ter representatividade na Conmebol. O Brasil é muito importante para a Conmebol, para as competições como Libertadores e Sul-Americana. Os assuntos têm de ser tratados. Todos os clubes têm de ser respeitados, com um trabalho mais efetivo", disse à ESPN.

O presidente do Cruzeiro, Wagner Pires de Sá, e o supervisor de futebol do time mineiro, Benecy Queiroz, foram ontem à sede da Conmebol, em Luque, no Paraguai, para conversar com o presidente da entidade sul-americana, Alejandro Domínguez. Os dirigentes protocolaram solicitação de anulação dos efeitos decorrentes da expulsão de Dedé. O pedido é que o atleta possa disputar a partida de volta, dia 4 de outubro.

"Estamos indignados com tudo o que aconteceu. Não podemos admitir que a decisão pessoal de um árbitro coloque em xeque um sistema tão avançado como o VAR, que vem para contribuir com os avanços do futebol mundial", disse Sá.

HISTÓRICO RUIM

Não é a primeira vez nesta Libertadores que um clube brasileiro reclama da Conmebol e pede união entre os rivais no País. No mês passado, o Santos se queixou da punição sofrida pela escalação irregular do volante Carlos Sánchez no jogo de ida das oitavas, contra o Independiente. Além de perder no tribunal por 3 a 0 (em campo, foi 0 a 0), o Santos não poderia escalar o atleta no duelo da volta. Depois da queixa, a Conmebol liberou Sánchez, mas manteve a derrota. À época, os demais clubes brasileiros não se mostraram solidários ao Santos e o presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, chegou a tratar o pedido de união com desdém. "Cada um que corra atrás do seu prejuízo", afirmou.

Estadão
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