Clubes alteram texto da MP do Futebol para peitar governo
A proposta de um novo texto para a MP do Futebol, elaborada nesta segunda pela CBF e clubes da Série A, prevê que as dívidas fiscais passariam a ser pagas a partir da receita bruta dos clubes. Os da primeira divisão reservariam 3% do arrecadado anualmente para saldá-las. Para os das Séries B, C e D, esse total seria respectivamente de 2%, 1% e 0,5%. Essa seria a principal mudança com relação ao documento original.
Manteria-se o prazo de 240 meses para zerarem tudo. Ao final, quem não cumprisse o acordo, seria penalizado. "O clube sofreria todas as consequências, como a execução das dividas", disse o consultor da Comissão Nacional de Clubes, Álvaro Mello.
Como cinco clubes faltaram ao encontro - Figueirense, Joinville, Goiás, Ponte Preta e Cruzeiro não enviaram representantes -, a comissão ainda decidiria na noite desta segunda se levaria o texto nesta terça para o Congresso.
Outra medida discutida e aprovada pelos 15 clubes presentes à reunião diz respeito ao percentual utilizado com o futebol profissional. A MP determina 70% da receita, com os 30% restantes para o futebol feminino e a base. Os clubes querem que o departamento profissional retenha até 90% do total.
Para o advogado do Corinthians, Luiz Felipe Santoro, houve um avanço considerável na "uniformidade" dos clubes. "Esse percentual sobre o faturamento é a grande novidade. Manteria os clubes equilibrados". Já o presidente do Vasco, Eurico Miranda, "decretou" o fim da obrigatoriedade de os clubes investirem no futebol feminino. "Claro que nem discutimos isso, de tão absurdo", disse.
Os dirigentes, com o aval da direção da CBF, também se posicionaram contra a apresentação de certidões negativas de débito para que possam, por exemplo, ter condições de disputar uma competição.
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