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VP analisa vitória do Corinthians e dispara sobre falta de opções: "Queria que não brincassem com meu trabalho"

19 jun 2022 - 19h27
(atualizado às 19h54)
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O técnico Vítor Pereira analisou a vitória do Corinthians sobre o Goiás, na tarde deste domingo, pelo Brasileirão, mas também disparou sobre a falta de opções no seu elenco e as exigências "sem cabimento" que estão fazendo a ele e seu elenco diante da atual situação. Sobre o jogo, o treinador português separou a atuação em dois momentos, nos dois tempos de jogo.

"Fizemos um primeiro tempo com qualidade, quase sempre no meio-campo ofensivo, com combinações interessantes, mas nos faltou sempre aquela chegada na área com mais presença. A primeira parte boa, a segunda, as soluções são poucas. A partir do momento que fomos pressionando o adversário, eles praticamente não chegaram no nosso gol", iniciou em coletiva de imprensa após o 1 a 0, na Neo Química Arena.

"À medida que os nossos homens da frente vão perdendo energia, vamos tendo que substituir e não temos como, vamos perdendo qualidade. O segundo gol não apareceu e, naturalmente, como queremos os três pontos, recuamos e deixamos de ter a bola e pressionar mais à frente. Acabamos o jogo um pouco com a imagem de que o adversário até criou, mas acho que não criaram".

Depois, e em diversas respostas sobre perguntas diferentes, falou sobre a necessidade de manutenção do rodízio de jogadores, sua falta de opções e também perguntou qual atacante os jornalistas presentes escalariam no próximo duelo da competição nacional, já que Róger Guedes está suspenso. Além disso, ele enalteceu novamente os garotos da base, afirmando que, se não existissem, o Corinthians estaria brigando contra o rebaixamento.

"Eu queria que não brincassem com meu trabalho. Vamos imaginar essa equipe que todo mundo idealiza que jogasse todos os jogos. Willian não joga todos e hoje ficou de fora porque está com problema médico para resolver. Não tem jogado o 90 minutos todos os jogos. O Jô está fora. Renato saiu com problemas musculares, temos o cuidado de ele não jogar sempre, tentado gerir para não se tornar um caos. O Fagner ter lesionado ficou 11 jogos fora, João Victor não sei quanto tempo está fora. Hoje o Gil se lesionou por quê? Porque teve que jogar. Se pudermos o Fábio também um, dois, três jogos, não acredito que seja possível que ele jogue de três em três dias. Quem vem com essa conversa de achar uma equipe ideal e jogar sempre com ela está brincando com meu trabalho, não está olhando para a realidade", disparou.

"Se não tivéssemos os jovens, o Corinthians estava lutando para fugir do rebaixamento, essa é a minha opinião e a verdade, só que as pessoas não querem ver. Eu gosto da verdade. Nós, neste momento, estamos com dificuldade. Daqui a três dias tenho que apresentar uma nova equipe e não tenho jogadores para jogar de uma forma equilibrada. Temos que ser intelectualmente honestos, senão vamos enganar a torcida também", finalizou.

Agora, o Alvinegro tem uma sequência difícil dentro de casa: nesta quarta-feira, recebe o Santos pela ida das oitavas de final da Copa do Brasil, a partir das 21h30 (de Brasília). Depois, no sábado, recebe novamente o clube praiano, pelo Brasileirão, às 19h (de Brasília). Por fim, na outra terça-feira, será a vez de enfrentar o Boca Juniors pelas oitavas da Libertadores.

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Róger Guedes

"De fato, falta presença nesse momento. O Róger não é um 9. Para estar ligado no jogo e render tem que aparecer nos corredores, porque não é o pivô que aparece na área. Tenho pedido para aparecer, para fazer gols tem que aparecer".

Jogadores de ataque

"Eu, por exemplo, quero jogadores que façam gols. Com as características que temos agora, não podemos fazer cruzamentos no ar, tem que ser cruzamentos rápidos, em velocidade. Trabalhamos muito isso, para aparecer em espaços diferentes. Parece que falta isso, essa presença na área, já tivemos antes. Às vezes tinha cruzamento e não aparecia ninguém, fora da área, à espera de não sei o quê. Isso é um aspecto que temos que corrigir, mas também fruto das características de jogadores que temos".

Lista de centroavantes?

"O clube sabe perfeitamente que nós estamos com alguns problemas em termos de solução. Iniciamos o Campeonato com muito mais soluções do que agora. O clube está consciente disso e vai fazer o possível para o que nós precisamos. Não entreguei lista nenhuma, não sou de entregar lista. São assuntos internos".

Rodízio

"O calendário é o que é, isso não posso alterar. Eu, para ter uma equipe competitiva, precisaria ter um elenco mais extenso e com jogadores que conseguissem dar uma resposta em nível alto. Nós não podemos comparar o incomparável, com equipes que têm mais condições que nós. Eu tenho feito o que posso, o clube também. Não podemos exigir quando a realidade nos mostra outra coisa. Eu queria hoje ter um extremo esquerdo e tive que colocar o Piton, por quê? Porque não tinha mais ninguém. Esta é a realidade".

Polivalência de Mantuan

"Por necessidade que temos, temos que jogar com a polivalência deles, com a capacidade de responder passados três dias, é preciso ver isso. Quem consegue responder. Uns conseguem e outros não. Estou ficando um pouco cansado de ouvir coisas que não fazem sentido nenhum. Se não fizéssemos o rodízio… Essa sequência que vem agora, se não tivéssemos os jovens prontos para jogar, quem entraria em campo agora. Devia ser valorizado a tentativa dos jovens. Eles estão ajudando a equipe. Em vez de valorizarem isso, não… Eu quero estar aqui mexendo? Eu sou treinador de estabilizar as coisas, mas como posso estabilizar? Próximo jogo, quem é o atacante que vai jogar? Róger levou o terceiro amarelo. Giovane, Felipe… Mais jovens. Esta é a realidade."

Cantillo

"O Cantillo, com bola, nos dá qualidade. Peço que, sem bola, seja mais agressivo e antecipe o momento de perda de bola. No ponto de vista defensivo, peço que cumpra os posicionamentos. É mais um jogador que está aqui para ajudar, precisamos de todos neste momento, estamos muito curtos".

"Miúdos dos miúdos"

"Eu penso, com a experiência que tenho, matamos os jovens com a impaciência que temos. Eu, para lançar um jovem, tenho que ter um resultado mais ou menos, para entrar na tranquilidade, para ele não entrar nervoso, querer fazer tudo. Tem que entrar em condições em que a equipe suporte a sua inexperiência. Com esses jovens, precisa ter mais tempo, estão treinando conosco, mas a oportunidade virá na hora certa, para que a confiança não seja tirada por dois ou três assobios, ou quando o resultado não está favorável. Tem que haver condições para lançar esses jogadores da base. Trabalhar bem, que é o que estamos fazendo e ir dando oportunidades com calma".

Fagner

"Precisamos do Fagner e ele precisa entrar em campo para esquecer a dor para nos ajudar. O Fagner ficou 11 jogos fora, converso muito com ele. Eu falei com o Fagner, quando tiver em condições, tem que me dizer. Hoje (domingo) foi a primeira vez que foi a campo, para ver se, esquecendo, ele sente confiança ou não. Agora é um processo que vai aumentando a minutagem, precisamos dele, do João Victor, do Jr Moraes, do Maycon, do Willian. Olhem para o elenco que tínhamos e para o que temos agora, em termos de solução. Não me venham com exigências que não tem cabimento nenhum".

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