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Túlio Maravilha culpa árbitro, inocenta Jô e vê atacante na Seleção

18 set 2017 - 16h25
(atualizado às 18h01)
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O gol de Jô, que garantiu a vitória do Corinthians neste domingo sobre o Vasco e encerrou a sequência negativa do time na temporada, tomou grande repercussão e gerou acalorados debates pelo fato de o atacante ter empurrado a bola para as redes com o braço. Evidentemente o lance envolvendo o atacante corintiano não é inédito. Túlio Maravilha é prova disso. Em contato com a Gazeta Esportiva, o ex-jogador deu a sua opinião sobre a polêmica jogada e relembrou o episódio em que teve de fazer uso da mesma malandragem para ajudar a Seleção Brasileira a se classificar em uma Copa América.

Era julho de 1995 quando o Brasil entrou em campo para encarar a Argentina em duelo válido pelas quartas de final da competição realizada no Uruguai. Perdendo por 2 a 1, o time canarinho ia sendo eliminado do torneio pelo seu maior rival até que Túlio, já no fim do segundo tempo, recebeu lançamento da direita, dominou com o braço dentro da área e estufou as redes, garantindo o empate e, consequentemente, levando a decisão para os pênaltis, em que a equipe comandada pelo técnico Zagallo acabou vencendo por 4 a 2 e garantindo a vaga na semifinal.

"Vi o jogo, vi o lance. Tive um episódio parecido, porque o meu não foi um gol de mão, só dei uma ajeitada. Foi menos polêmico, menos grave. Ali foi um lance mais difícil do que o lance do Jô, o juiz estava atrás de mim, o bandeirinha estava encoberto pelos zagueiros e 23 anos atrás não tinha o juiz de linha, nem toda essa tecnologia que temos hoje. Então, na minha época, era até aceitável [o erro]. Hoje, não. Com toda essa modernidade, é ridículo validar aquele gol. Se bem que, na minha opinião, a bola já estava dentro. Mesmo assim, na dúvida, os juízes poderiam invalidar o gol", comentou Túlio.

Após o confronto entre Corinthians e Vasco na Arena Corinthians, Jô conversou com a imprensa e manteve o discurso de que não sabia se a bola havia tocado em seu braço. Diferentemente do atacante alvinegro, Túlio não via problema algum em confirmar as falhas dos árbitros que apitavam suas partidas.

"Depois do jogo sempre admiti todas as minhas atitudes, como o gol em 1995, contra o Santos, em que estava impedido. Na hora falava que não sabia, que ia ver o lance depois. Fazia o meu papel. Nesse caso eu vou inocentar o Jô, porque o lance foi muito rápido. Depois do jogo, com mais calma, ele poderia ter falado 'Realmente, bateu no meu braço, vi aqui pela televisão, mas foi no momento de improviso e cabe ao juiz dar o gol ou não'", disse o ex-atacante campeão brasileiro com o Botafogo.

"Eles [jogadores] não estão certos de fazer isso, mas também não estão errados. Principalmente nesse lance do Jô, porque foi um lance que ele veio na corrida e ficou na dúvida, 'será que vai ser gol ou não vai? Vou conferir a jogada'. Agora, a bola pegou na mão dele. O papel dele era concluir a jogada, fazer o papel de artilheiro. Na minha opinião, o erro maior foi do árbitro, ele tinha toda a autonomia de anular o gol, e o Jô fez o papel dele, como eu iria fazer também", completou.

Por fim, Túlio Maravilha, que, segundo as suas contas, pendurou as chuteiras colecionando exatamente mil gols marcados, aconselhou Jô para que ele possa encerrar a temporada erguendo o troféu de campeão brasileiro e, inclusive, defendeu a presença do atacante do Corinthians em uma convocação futura do técnico Tite para a Seleção Brasileira.

"Ele tem que fazer o que está fazendo. O time está jogando em sua função, ele é a referência do ataque do Corinthians, é um dos artilheiros do campeonato. Na minha opinião, o Corinthians já é campeão. Só perde o título se acontecer alguma tragédia, se perder vários jogos seguidos. Mesmo assim, tem que torcer para os outros adversários ganharem, o que não está acontecendo. O Jô tem que manter essa regularidade, porque, de repente, ele pode até ser o artilheiro do campeonato", disse Túlio Maravilha.

"Eu acho que ele deve ser testado. Há uma diferença entre ele e o Firmino, características diferentes. Tem um bom porte físico, é um atacante canhoto. A gente já tem o Neymar e o Gabriel Jesus, que são rápidos, habilidosos, temos o Firmino também. Acho que o Jô poderia ser esse outro nome para compor o ataque da Seleção", concluiu.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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