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Por título, Hudson cobra "solução rápida" e arrancada no São Paulo

12 out 2018 - 07h06
(atualizado às 07h06)
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A dez rodadas para o fim do Campeonato Brasileiro, o São Paulo precisa encontrar imediatamente uma solução para o seu momento delicado no torneio. A análise é do volante Hudson, para quem a reação tem de começar já neste domingo, diante do Internacional, em Porto Alegre.

"Temos conversado bastante, com semanas importantes de treinamento, mas temos de achar a solução rápida, transferir isso para os jogos o mais rapidamente em forma de resultado, para que o São Paulo volte ao ritmo de vitórias e de rendimento", declarou o camisa 25, em entrevista exclusiva à Gazeta Esportiva.

Com apenas duas vitórias em nove jogos no segundo turno, o São Paulo caiu do primeiro para o quarto lugar, com 52 pontos, quatro a menos que o líder Palmeiras. O Inter, rival deste final de semana, é o segundo colocado, com 53.

"A gente pode ter uma reação num momento essencial do campeonato. Sabemos que agora é a hora de dar uma arrancada. O Campeonato Brasileiro é muito difícil de se conquistar e o deste ano é um dos mais disputados. Vai ser difícil até o final, e o São Paulo vai lutar até o fim com todas as forças", prometeu.

Capitão do time dirigido por Diego Aguirre, Hudson busca o seu primeiro título com a camisa tricolor. Contratado em 2014 após se destacar no Botafogo-SP, o jogador de 30 anos garante que o elenco tem se cobrado internamente pela almejada reação.

"Os jogadores não podem abaixar a cabeça nunca. É tentar trazer essa cobrança de uma forma positiva, para que a gente melhore, porque ainda dá tempo", ressaltou o meio-campista, confiante na capacidade da equipe tricolor.

"Temos um elenco maduro, com jogadores que já foram campeões. O São Paulo tem os ingredientes para ser campeão, mas precisa dar uma resposta agora. Está na hora da reação. E é nesse final, nessas últimas dez rodadas", concluiu.

Abaixo, veja outros trechos da entrevista com Hudson: 

Gazeta Esportiva - Por que o rendimento do São Paulo caiu no segundo turno do Brasileiro?

Hudson - Tem respostas que a gente queria ter e as soluções também. Às vezes você reconhece o problema, mas também não consegue resolver esse problema. Confesso que a gente não sabe o porquê teve essa queda de rendimento. Tivemos vitórias mesmo com desfalques no primeiro turno e mesmo assim o time deu uma resposta dentro de campo. E isso não está acontecendo no segundo turno.

Gazeta Esportiva - Como algumas lideranças do elenco, como você, o Nenê e o Diego Souza estão trabalhando para o time reagir?

Hudson - São vários líderes e isso ajuda a fazer com que todos os atletas estejam com um pensamento só. É um time que se conversa muito, seja no café da manhã, no almoço, no treino. É um time maduro, com uma média de idade mais alta, que sabe se cobrar de uma forma respeitosa em relação a cobranças. A gente tem de ter uma preparação boa, fazendo bons treinamentos.

Gazeta Esportiva - Na sua visão, é preciso mexer no time?

Hudson - Ele [Diego Aguirre] mexe muito com a gente, não deixa ninguém relaxar. É um cara que está cobrando todo dia, para que a equipe não baixe a guarda. Isso ele faz muito bem. Em questão de mudanças na formação, é a visão dele. Ele já fez isso várias vezes e deu certo. Às vezes, não vai dar, não tem com acertar sempre. Mas nossa comissão técnica tem caras que estudam o nosso melhor jeito de jogar 24 horas por dia e estão muito atentos no que a equipe pode produzir melhor.

Gazeta Esportiva - As chances de título de rivais como Corinthians e Palmeiras aumentam a pressão sobre o São Paulo?

Hudson - A pressão no São Paulo existe há um bom tempo. Essa camisa é muito pesada e ela está muito mais pesada pelo jejum longo de títulos. Quando a gente liderou por um tempo, a torcida se sentiu eufórica, se sentiu representada novamente, mas o campeonato não tinha acabado ainda.

Os outros clubes têm a trajetória deles. A torcida está assim pelo longo jejum de títulos, não porque o Palmeiras ganhou ou o Corinthians. O Corinthians pode ser campeão da Copa do Brasil e a gente do Brasileiro, que a torcida vai estar caga… para o Corinthians literalmente. Vai estar importando o que o São Paulo faz. Hoje, os jogadores sabem dessa urgência de um título de grande importância novamente.

Gazeta Esportiva - Se o São Paulo não for campeão brasileiro, mas conquistar uma vaga na próxima Copa Libertadores, o ano de 2018 terá sido bom para o clube?

Hudson - Eu não posso ser hipócrita. Por mais que venha de anos ruins, por mais que esteja um pouco desacreditado, o São Paulo entra no Campeonato Brasileiro para ser campeão mesmo não sendo um dos favoritos. A gente se qualificou para ser um dos candidatos ao título ao longo do campeonato. Vamos brigar até o final. É muito importante chegar nas últimas rodadas com chances de ser campeão.

Gazeta Esportiva - A diretoria já recusou treino aberto à organizada Independente em três oportunidades neste ano. O momento delicado no Brasileiro não pede um contato mais próximo com a torcida?

Hudson - Com as redes sociais, a gente tem contato com a torcida 24 horas por dia. Hoje, a pressão não é só no estádio, porque eles têm acesso a você diretamente. A diretoria pensa de uma forma geral. Se ela acha que o momento não é de colocar 1000 torcedores no CT ou 2000 no Morumbi, é porque ela tem alguns motivos.

Gazeta Esportiva - Estão 'cornetando' muitos nas redes?

Hudson - Cobrança normal. A rede social tem esse lado bom que te aproxima muito dos torcedores. Vejo como uma cobrança positiva. O torcedor tem que saber que a gente vai acreditar e buscar até o final.

Gazeta Esportiva - O que dá para prometer à torcida até o final do Brasileirão?

Hudson - (Posso) prometer lutar até o final, deixar toda a vontade possível. Mas futebol não se ganha só com vontade, se ganha com organização, preparação, qualidade técnica. Às vezes, um time treina muito bem durante a semana, mas chega no jogo e não consegue transferir tudo o que trabalhou. A gente pode ter uma reação num momento essencial do campeonato.

O torcedor já acreditou em momentos muito piores e levantou o time de uma maneira incrível. Então, num momento considerado bom, de uma possível grande conquista, que o torcedor não deixe de apoiar, de acreditar, porque este é um grupo comprometido, responsável, que se cuida dentro e fora de campo, que não tem problema interno.

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