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Por que Cueva joga bem na Seleção e vai mal nos clubes? Peruanos respondem

22 jun 2019 - 09h10
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O mistério que envolve o bom rendimento de Christian Cueva com a camisa da seleção peruana, sempre surpreendente aos torcedores de São Paulo e Santos que puderam e podem acompanhar o que ele faz no dia a dia em seus, tem uma série de fatores para ser resolvido. Presentes a São Paulo para a partida do Peru contra o Braisl, neste sábado, na Arena Corinthians, alguns jornalistas do país vizinho tentaram mostrar o caminho.

Para Peter Luís Arevalo, repórter do Fox Sports Peru, Cueva tem um problema de não ter se desenvolvido taticamente em categorias de base de clubes profissionais, jogando até os 15 anos em uma espécie de futebol de várzea no Peru. Com isso, responde mais a apelos emocionais do que outras coisas, algo que o argentino Ricardo Gareca sabe fazer bem na seleção.

"Cueva é um jogador que não fez categoria de base em clubes. Jogou sempre na Copa Peru, que é um torneio amador. E, em um jogo amistoso, a San Martin, clube que o profissionalizou, gostou dele e o levou. Cueva, com 14, quase 15 anos, chegou à San Martin. Estreou com 16 e destruiu. Mas é um jogador que cresceu dentro do ambiente amador, e, no ambiente amador, o técnico é quase um pai para o jogador. Ele se acostumou com isso", analisou Arevalo.

A história contada pelo repórter reflete na opinião dos outros colegas a respeito do meia santista, que ainda passa longe de justificar os R$ 26 milhões que serão investidos na sua contratação. Na avaliação de Jorge Luís Saldaña, do Depor, é necessário que o treinador passe essa confiança ao atleta.

"Em 2015, Cueva jogava no Alianza Lima e muitos pediam a convocação de outro Cristian, o Benavente, para a Copa América do Chile. Mas Gareca o levou. Mesmo inconstante nos clubes, sempre foi tido como titular para o Gareca. E ele soube recompensar essa confiança, jogou de meia, na direita, na esquerda e até de volante, contra a Bolívia, nas Eliminatórias. Acho que passa por isso, por ele se sentir um jogador chave no esquema do técnico", observou Saldaña.

"Passa pelo respaldo e confiança que o Gareca deu aos jogadores, atleta que ninguém queria, que criticaram muito. E que o Gareca bancou. E isso é algo que se vê, mesmo irregular no clube, ele sempre vai bem na seleção. Não só ele, mas muitos outros da equipe. Isso mostra essa conexão do Gareca com o time", apontou Milagros Crisanto, do La República.

Arevalo ainda faz questão de apontar Gareca como uma espécie de pai para o armador santista. Na avaliação do repórter, Cueva nunca irá falhar quando precisar ajudar o seu treinador.

"Ricardo Gareca é o pai futebolístico do Cueva e, cada vez que ele veste a camisa da seleção, ele representa o seu pai. No final do jogo em que o Peru se classifica à Copa você pode ver que o Cueva busca o Gareca e se abraça a ele, chorando. A confiança e a continuidade que o Gareca dá ao Cueva é que fez ele dar o salto de chegar ao Brasil. Então, é um jogador que nunca vai falhar ao Gareca. Porque é o seu pai", concluiu.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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