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Atacante do Vitória posta foto ao lado do pai após ser acusado de racismo

23 out 2017 - 15h02
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O atacante Santiago Tréllez voltou a responder às acusações de racismo que recebeu após o clássico contra o Bahia, no último domingo. Através das redes sociais, o argentino do Vitória postou uma foto ao lado do pai, que é "negro e rastafári", como ele mesmo apontou, junto de uma carta em espanhol, com a qual se justificou e tentou explicar o ocorrido.

Logo após o Ba-Vi, artilheiro foi acusado pelo volante Renê Junior de chamá-lo de "macaco" em um momento de discussão durante o confronto. Realizada na Arena Fonte nova, a partida terminou com triunfo tricolor por 2 a 1. Na mesma noite, o clube Rubro-Negro publicou um vídeo de Tréllez pedindo desculpas e negando que tenha proferido qualquer tipo de ofensa racista (veja abaixo).

"Sou filho de um homem negro, o que faz de mim um negro também. Cresci vendo meu pai passar por situações ruins no futebol e nunca me imaginei sendo personagem de algo assim, muito menos com meus colegas de profissão. Na emoção da partida, existem discussões, todos queremos ganhar. Se de alguma forma a emoção tomou conta de mim, e o que eu disse foi interpretado de um modo diferente, eu peço desculpas. Fui ensinado desde crianças que somos todos iguais. Eu tenho orgulho de ser negro e não tem ninguém que eu admire mais na vida que meu pai, que também é negro", escreveu o jogador do Leão em sua conta no Instagram.

Depois de toda confusão e de ter, inclusive, deixado o gramado em prantos, Renê Junior conversou com a imprensa e contou sua visão sobre o que tinha acontecido. O atleta do Bahia ainda revelou que chegou a receber um pedido de desculpas de Tréllez.

Apesar da gravidade do ocorrido e de ter deixado o jogo de cabeça quente, Renê apontou que não levaria o caso adiante. Com isso, o atacante rubro-negro não será acionado pela justiça e não sofrerá qualquer tipo de inquérito, a não ser que o volante mude de ideia.

"É inadmissível, num mudo de hoje, acontecer essas coisas. Sou maior que isso aí. Não é qualquer palavra que vai me colocar para baixo. Queria estar aqui para falar dos três pontos. Queria que eu, todos os meus filhos, fossem julgados pela personalidade. Não vou dar queixa. Sou maior que isso aí. A maior punição vem lá de cima. Ele próprio veio me pedir desculpas. Sou maior que isso. Quero falar dos três pontos. Tenho muito orgulho da minha raça, de onde vim. Não é qualquer palavra que vai me colocar para baixo. Toda vez que visto a camisa do Bahia é por minha família. É difícil ser chamado de "macaco" dentro do seu país, no estado da Bahia. Aqui, a maioria da população é negra. No país dele também. Mas é cabeça boa, bola para frente. Ele sabe o que falou. Não tenho mágoa de ninguém. Há alguns anos aconteceu com o Aranha. Agora sei o que ele sentiu. Não tenho que me promover em cima disso não", explicou o meio-campista.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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