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A nova era Flamengo

O time de Jesus não morre nesta temporada. E agora se volta para a Libertadores

18 nov 2019 - 04h10
(atualizado às 04h10)
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O gol de Gabigol em Porto Alegre contra o Grêmio foi o seu 22.º no Brasileirão. Com ele, o atacante do Flamengo supera o lendário Zico em números de gols em uma mesma edição do torneio nacional. Gabigol é um dos pilares desta nova era rubro-negra no futebol brasileiro. Nem sua expulsão ontem apaga a excelente temporada.

Gabigol ainda precisa definir seu futuro, se volta para a Europa (seu contrato pertence à Inter de Milão) ou permanece na Gávea. Ao seu lado, outros tantos jogadores tão importantes quanto ele fazem desse Flamengo um time com fôlego para correr atrás de muito mais títulos.

Com o Campeonato Brasileiro na iminência de ser conquistado e uma decisão de Libertadores, contra o River Plate, que se avizinha, o Flamengo tem a chance de abrir sua era com duas taças importantes, as mais cobiçadas do futebol nacional. O elenco comandado por Jorge Jesus deu liga, é inegável. O treinador português tem méritos nisso, mas ainda fico com a qualidade dos atletas que vestem a camisa do clube. Não há uma única posição neste Flamengo sem ter um bom jogador.

Havia a expectativa por parte do torcedor de que o time deveria embarcar para Lima já com o Brasileirão na bagagem. Poderia dar mais confiança diante do rival argentino. Puro capricho.

Esse elenco, no entanto, não precisa de mais nada a não ser deixar o tempo passar e cumprir as partidas que ainda lhe faltam em 2019. Não há sequer treinamento capaz de aprimorar o que a equipe faz na temporada. O Flamengo está pronto para confirmar o Nacional e fazer boa apresentação diante do River. Se vai ganhar a Libertadores, isso não se sabe, mas com o que vem jogando, não há dúvidas de que tem chance.

O que diferencia esse Flamengo dos demais times do Brasil é sua vida longa. Ele não morre no fim do ano. Jesus não tem elenco para fazer dinheiro. Um ou outro pode até ser seduzido por oferta da Europa, o próprio Gabigol terá de dar sua resposta brevemente à diretoria, mas a grande maioria dos atletas vai seguir no clube. Há muitos que já estiveram na Europa e não vão voltar. É o caso da dupla de laterais formada por Rafinha e Filipe Luís. Gerson já esteve lá também e agora se firma, apesar da baixa idade (22 anos), num time de massa. É importante como nunca antes foi em lugar nenhum.

Então, diferentemente da maioria dos rivais, o Flamengo não fará uma limpa na virada do ano. Uma conquista de Libertadores ainda credencia a equipe a disputar o Mundial de Clubes da Fifa, cujo torneio no Catar, em dezembro, tem no inglês Liverpool seu maior favorito, portanto, principal rival de quem passar na final do continente sul-americano, seja Fla ou River Plate.

Deixa o Brasil com 13 pontos de vantagem para o segundo colocado, o Palmeiras. Assim, o Flamengo volta suas atenções para a partida mais importante do ano. O jogo único em Lima, capital do Peru, vai arrastar uma multidão de flamenguistas confiantes na conquista. Seu elenco tem encantado não somente os torcedores do time. Muitos outros apontam o jeito de jogar e a qualidade mostradas nas partidas como exemplo para melhorar o futebol do País. Pode ser.

Já ouvi de muita gente que esse Flamengo poderia muito bem representar a seleção de Tite, que se perdeu no cargo e não consegue mais fazer a equipe ganhar - a derrota para a Argentina foi o quinto jogo seguido sem vencer. O fato é que esse Flamengo mudou a forma com que pensávamos o futebol brasileiro.

Descobrimos, por exemplo, que organização financeira é fundamental. Que jogador mais velho pode ser muito útil. Que é possível atuar de quarta e domingo sem poupar atletas. Que a torcida compra ingresso quando tem quem aplaudir em campo. Que técnico estrangeiro é bem-vindo. Que ainda somos ofensivos.

Estadão
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