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Prefeitura do Rio de Janeiro ordena que Flamengo feche o Ninho do Urubu

Pedido é para cumprir ordem de 2017, muito antes do incêndio que vitimou dez jogadores da base na semana passada

15 fev 2019 - 17h34
(atualizado às 17h40)
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A prefeitura do Rio ordenou que o Flamengo cumpra a ordem de 2017 para fechar por completo o Ninho do Urubu. O Estado confirmou a determinação com o órgão municipal assim que a reunião acabou das entidades que estudam e investigam a responsabilidade pela morte dos dez garotos da base do clube carioca semana passada. A prefeitura entende que o Flamengo não poderia ter mantido o centro de treinamento em funcionamento desde aquele determinação, e que se o clube tivesse cumprido as ordens ele teria impedido o trágico acidente com os meninos da base.

Presente no encontro nesta sexta-feira, o vice-jurídico do Flamengo Rodrigo Dunshee não respondeu se acatará a determinação. A gestão anterior não acatou. O cartola demonstrou incômodo com questionamentos dos repórteres e abandonou a coletiva de imprensa convocada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) para tratar do incêndio da semana passada. Momentos antes, em reunião com representantes do MP-RJ, Prefeitura do Rio e outros órgãos de fiscalização, o Flamengo havia sido informado que a Prefeitura iria refazer a ordem de interdição ao Ninho do Urubu. Por completo e não somente a ala dos contêineres do alojamento que pegou fogo.

Dunshee respondia sobre o porquê de o clube não ter atendido a uma primeira ordem de interdição ao CT, imposta pelo Município em 2017. Primeiro, ele alegou que assumira o departamento jurídico do Flamengo recentemente, em primeiro de janeiro como o restante da nova gestão. Depois, argumentou que a ordem de interdição de 2017 era passível de questionamentos. "Eu estou no prazo para fazer certas coisas. Acho que essa questão de licenças é colateral", afirmou. "Essa questão está sub judice, todas as questões estão sub judice."

Os repórteres questionaram se o clube iria atender à nova ordem de interdição da prefeitura, informada por representantes do Município na reunião realizada momentos antes e também pelo Ministério Público. Dunshee se levantou, virou as costas e deixou o auditório da sede do MP sem responder. Representantes do MP-RJ também confirmaram que a administração municipal decretou a interdição do CT - trata-se, no entanto, de uma punição administrativa, que não têm força de decisão judicial.

A vistoria realizada por diversos órgãos do Estado e do município do Rio na última terça-feira identificou irregularidades no CT do Flamengo, de modo geral. Três quadros de luz foram interditados e foi constatado também problemas "de ordem sanitária" no local. Todos as questões em situação de desconformidade perante as normas da legislação trabalhista estavam em áreas dedicadas à base ou a funcionários do clube. "A área dedicada aos (jogadores) profissionais estava em condições muito melhores", pontuou o superintendente regional do Trabalho no Estado do Rio de Janeiro, Alex Bolsas.

Estadão
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