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Júlio César encerra uma carreira que conviveu com amor e ódio

20 abr 2018 - 13h27
(atualizado às 14h04)
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O sábado reserva a despedida de um dos mais importantes goleiros da história recente do futebol brasileiro. Aos 38 anos Júlio César vai pisar no gramado do Maracanã pela última vez com a camisa do Flamengo, clube que o projetou para uma carreira que flutuou entre o amor e o ódio. Participou de três Copas do Mundo, rodou o mundo, mas nunca deixou a paixão pelo clube da Gávea ficar em segundo plano.

"Logicamente que sempre passa um filme na cabeça da gente", disse Júlio César, que estreou em um clássico contra o Fluminense em 1997. Apesar da derrota de 2 a 0, ele se destacou ao defender uma cobrança de pênalti.

Pelo Flamengo Júlio César conquistou grandes títulos, sendo o mais marcantes o tricampeonato estadual entre 1999 e 2001, em três decisões consecutivas contra o rival Vasco.

"Aquele tri foi marcante. Mas tive outros momentos importantes. Conseguimos manter o time na Primeira Divisão e isso foi importanmte naquele momento. Pois o Flamengo era diferente do de hoje, que é um clube mais estruturado. Lembro que comprei o ar condicionado para a sala de fisioterapia. Naquela época existia uma pressão diferente. Esse Flamengo novo é o Flamengo certo e justo", lembrou o goleiro, que pelo Flamengo ainda ganhou o Estadual de 2004, a Copa Mercosul de 1999 e a Copa dos Campeões de 2001.

Glória na Europa

Em 2005 Júlio César foi contratado para defender a Internazionale e foi na Itália que viveu o auge de sua carreira. Os milaneses tinham um dos melhores times da Bota e também formaram um esquadrão que ganhou a Europa e o mundo. Foi pentacampeão italiano entre os anos de 2006 e 2010, tendo ganho ainda três Copas da Itália (2005-06, 2009-10 e 2010-11) e três Supercopas da Itália (2005, 2006, 2008 e 2010).

O ano de maior destaque foi o de 2010, quando ajudou a Internazionale a ganhar a Champions League e o Mundial de Clubes da Fifa.

"Era um time fantástico, que jogava com grande seriedade e tinha jogadores de grande qualidade. Merecemos aquela sequência", relembrou o goleiro.

Quando deixou a Inter em 2012, teve passagens apagadas pelo Queens Park Rangers da Inglaterra e pelo Toronto do Canadá. Uma nova porta se abriu em 2014, quando aceitou o convite de defender o Benfica. Ficou três temporadas por lá, ganhando por três vezes o Campeonato Português (2014-15, 2015-16 e 2016-17), a Taça de Portugal em 2017 e a Taça da Liga em 2015 e em 2016, ano em que ganhou ainda a Supertaça de Portugal. Em janeiro deste ano optou por voltar ao Brasil, contrariando até mesmo a esposa Susana Werner, com quem se casou em 2002, para realizar o sonho de encerrar a carreira pelo Flamengo.

"Quando a despedida passar vou pegar a Susana e meus filhos e fazer uma viagem", disse Júlio.

Seleção Brasileira

Na Seleção Brasileira Júlio César estreou em 2002, porém, foi em 2006 que passou a ser chamado com mais frequência, ingressando o elenco que disputou a Copa do Mundo de 2006, na Alemanha, e foi eliminado pela França nas quartas de final. Era a terceira opção, atrás de Dida e Rogério Ceni, e não entrou em campo.

Situação bem diferente da de 2010, quando era titular absoluto de Dunga na Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. Porém, por um capricho do destino, cometeu falhas decisivas na derrota de 2 a 1 para a Holanda, de virada, que custou a eliminação nas quartas de final.

O maior drama porém veio quatro anos depois. Júlio César parecia ter encerrado seu ciclo na Seleção quando Luiz Felipe Scolari o convocou para ser titular da Copa das Confederações de 2013. A exemplo de 2009, foi campeão e se destacou. Assim, foi ao Mundial de 2014, no Brasil, como titular, mesmo vivendo pior momento que os reservas Jéfferson e Víctor. Quis o destino que ficasse marcado como o goleiro que levou sete gols nos 7 a 1 para a Alemanha nas semifinais.

"Sei que o dia em que eu morrer o jornal vai anunciar que morreu Júlio César, o goleiro dos sete a um. Mas não me arrependo de ter estado naquele Mundial, pois sói eu sei como batalhei para estar ali. Isso ninguém nunca vai apagar", disse o goleiro, que pelo Brasil ganhou ainda a Copa América de 2004, em uma final contra a Argentina decidida nas cobranças de pênaltis.

Se teve uma carreira marcada por ódio e amor, o goleiro aprendeu uma lição: não fazer planos para o futuro.

"Aprendi a não falar sobre o futuro, pois já tive muitos arrependimentos no passado. O futuro a Deus pertence", disse o goleiro.

Neste sábado Júlio César vai fazer o jogo 656 de sua carreira. Se nem sempre brilhou, clubes como Benfica, Flamengo e Internazionale, além da Seleção Brasileira, jamais vão esquecer deste goleiro, que fez história no futebol.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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