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Fãs decepcionados se juntam a cambistas com aproximação da final da Copa do Mundo

10 jul 2018 - 18h43
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Do outro lado da rua da agência de ingressos para Copa do Mundo da Fifa em Moscou, um homem diz que lhe dá um "preço barato" no ingresso dele para a semifinal de quarta-feira entre Inglaterra e Croácia, apenas 1.500 dólares, o dobro do preço oficial.

Torcedor da Inglaterra segura cartaz pedindo ingresso para partida entre Inglaterra e Colômbia na Copa do Mundo
03/07/2018 REUTERS/Carl Recine
Torcedor da Inglaterra segura cartaz pedindo ingresso para partida entre Inglaterra e Colômbia na Copa do Mundo 03/07/2018 REUTERS/Carl Recine
Foto: Reuters

Ele sabe que está quebrando a lei, mas o homem, da Colômbia, diz que ele comprou o ingresso esperando que a sua seleção passasse das oitavas de final.

Então, a Colômbia perdeu nos pênaltis para a Inglaterra na terça-feira da semana passada e agora ele, junto com dezenas de outros cambistas na capital russa, está tentando vender o seu lugar com lucro.

"Eu não preciso do ingresso, é por isso que estou vendendo", disse o homem, recusando dizer seu nome, apesar de ainda ter a sua identificação de torcedor da Copa ao redor do pescoço, significando que ele foi avaliado e liberado pelas autoridades russas.

Faltam quatro jogos na Copa do Mundo 2018 e a venda paralela de ingressos parece ganhar força conforme a final se aproxima, no dia 15 de julho, especialmente já que seleções de ponta --incluindo Alemanha, Brasil e Argentina-- não se saíram tão bem quanto o esperado.

No início deste ano, o presidente russo, Vladimir Putin, assinou a lei que bania a revenda de ingressos da Copa do Mundo. Os infratores podem receber multas até 25 vezes o preço original do ingresso.

Porém, do lado de fora da estação de metrô Dobryninskaya, nenhum policial estava visível na tarde de segunda-feira. Uma viatura passou mas não parou, e um policial na entrada da estação disse que não sabia que a venda informal que estava acontecendo do lado de fora era ilegal.

Outro cambista, com sotaque norte-americano, disse que a polícia tinha intervindo, mas não havia parado a revenda dos ingressos.

"A polícia apareceu algumas vezes", ele disse. "Eles pegaram algumas pessoas e as levaram embora, mas fora isso, eles não parecem ligar."

Houve uma porção de casos reportados de cambistas sendo detidos em algumas das 11 cidades-sede da Copa, mas a polícia não liberou estatísticas sobre o número registrado de infratores de revenda de ingressos até o momento no campeonato.

O Ministério do Interior da Rússia não respondeu a pedido por comentário.

A Fifa, órgão que comanda o futebol, condena a venda informal e permite transferência de ingressos apenas se o dono da entrada possuir uma "relação pré-existente" com a pessoa recebendo o ingresso.

"A Fifa considera a venda e distribuição ilícita de ingressos uma questão séria e, em cooperação com as autoridades locais, incluindo agências de proteção ao consumidor em diversos países, luta para identificar e limitar as vendas não autorizadas", disse um representante da Fifa em comunicado mandado por email à Reuters.

Entretanto, ele não respondeu perguntas sobre o fato de vendas irregulares estarem acontecendo perto do seu centro de ingressos em Moscou.

Outro cambista, falando russo, disse à Reuters: "Algumas pessoas retiram os ingressos no centro da Fifa e então vêm direto para o outro lado da rua para vendê-los". Ele disse que não queria ser identificado, já que a venda é ilegal.

Qualquer um que devolve o ingresso indesejado para a Fifa é restituído no preço original se a entrada for vendida através da plataforma online de revenda oficial.

A Fifa disse que mais de 95 mil ingressos foram revendidos pela plataforma e que os fãs ainda podem mandar seus ingressos extra para revenda até a final.

"Os estádios estariam vazios sem isso (revenda informal)", disse um cambista de 28 anos do Quirguistão.

"Todo mundo faz e os policiais não vão te parar."

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