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F1: Ganime revela bastidores do GP que a Michelin impediu a largada de maior parte do grid

Ex-funcionário da Michelin, brasileiro dá detalhes também sobre os motivos que fizeram a marca francesa de pneus abandonar a competição

23 mai 2022 - 15h42
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Em entrevista ao podcast "Cara a Tapa", do jornalista Rica Perrone, o ex-alto funcionário da Michelin, o brasileiro Paulo Ganime revelou detalhes de bastidores de uma das histórias mais curiosas da Fórmula 1. Em 2005, no GP de Indianápolis, nos EUA, a então maior fornecedora de pneus da competição, Michelin, decidiu vetar a participação de seus clientes por questões de segurança. Com isso, apenas seis carros estiveram presentes no grid de largada.

Na ocasião, apenas seis carros estiveram presentes no grid de largada - Foto: Reprodução/Cara a Tapa
Na ocasião, apenas seis carros estiveram presentes no grid de largada - Foto: Reprodução/Cara a Tapa
Foto: Lance!

Ganime afirmou que a Michelin deu exemplo de como tratar um caso adverso com responsabilidade. Naquela ocasião, mudanças no asfalto não informadas à Michelin junto com a possibilidade de chuva, pegaram a fornecedora de surpresa.

- É uma história bem legal de valores e princípios. A Michelin informou previamente que não tinha condição de correr naquela pista por conta da chuva. Eles (FIA) preferiram manter o GP. E a Michelin falou: "preferimos não correr para não colocar nossos pilotos em risco" - contou.

Depois de intensa negociação nos bastidores na véspera da prova, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) não conseguiu chegar a acordo com as demais equipes para mudanças no traçado da pista e diminuir os riscos em curva de maior velocidade. Com o impasse, só seis pilotos disputaram a corrida - o alemão Michael Schumacher, da Ferrari, atendida pela Bridgestone, venceu a corrida.

Ganime afirmou que, apesar do impacto negativo com a polêmica envolvendo uma competição de alcance global, a Michelin deu um recado a seus clientes.

- Os clientes da Michelin puderam pensar que essa era uma empresa em que poderiam confiar. Errar, todo mundo erra. A questão é como reagir a este erro - ressaltou.

A Michelin deixou a Fórmula 1 no ano seguinte, em 2006. Segundo Ganime, nenhuma relação com o acontecimento no GP de Indianápolis um ano antes. Ele afirma que a fornecedora francesa deixou a principal competição de automobilismo do mundo após justamente uma decisão da Federação Internacional de Automobilismo (FIA).

- A Michelin sempre entrou nestes esportes para competir. Tentar se desafiar. No momento que a Fórmula 1 decidiu que teria apenas um fornecedor (de pneus), ficou desinteressante para Michelin. Ela não conseguiria ter um desafio próprio e nem competir - disse.

Atualmente, a italiana Pirelli detém o monopólio do fornecimento de pneus da Fórmula 1 até 2024. Especula-se mudança para 2026. Após deixar a Michelin, Paulo Ganime retornou ao Brasil e hoje é deputado federal e pré-candidato a governador do Rio de Janeiro pelo partido Novo.

Lance!
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