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Ex-estrela do taekwondo dos EUA esperou uma década por seu momento #MeToo

21 abr 2018 - 15h17
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Demorou uma década, mas Mandy Meloon, duas vezes campeã mundial de taekwondo e expulsa da seleção dos Estados Unidos em 2007 após acusar seu técnico de molestá-la aos 16 anos, ganhou uma medida de defesa.

Quando se queixou pela primeira do abuso sexual de Jean Lopez, então técnico da equipe, o comitê norte-americano de Taekwondo afirmou que as alegações eram falsas e Meloon foi suspensa da equipe. Lopez e seus irmãos foram a família mais proeminente do esporte, levando medalhas de ouro olímpicas para casa.

Lopez não respondeu aos e-mails da Reuters e os pedidos de comentários foram deixados com os funcionários do seu estúdio de taekwondo em Las Vegas, nem o advogado respondeu. Anteriormente, Lopez negou contato sexual inadequado com Meloon, agora com 37 anos, e outras duas atletas que o acusaram.

Após sua suspensão, Meloon lutou por anos com problemas de saúde mental e dinheiro. Em 2016, ela começou a cumprir uma sentença de dois anos de prisão depois de agredir um xerife do Texas que estava tentando retirá-la de um bar depois que um funcionário pediu a ela que saísse.

Mas em abril, um relatório de um novo órgão de investigação encontrou evidência mostrando que Meloon, junto com suas colegas atletas Heidi Gilbert e Kay Poe, havia dito a verdade em suas acusações de anos contra Lopez. Lopez foi permanentemente banido do esporte, uma decisão da qual está apelando.

"Acho que todos nós devemos muito a elas", disse Brandon Meek, ex-diretor do conselho de administração do Taekwondo dos EUA, sobre Meloon e outras duas mulheres que acusaram Lopez.

Gilbert disse à Reuters que a leitura do relatório fez com que ela se sentisse "entorpecida". Poe, por meio de seu advogado, recusou-se a ser entrevistada pela Reuters.

Certa vez, Meloon foi demitida por se meter em encrencas, muito antes da recente onda de denúncias contra homens poderosos da mídia, da política e do esporte acusados de abuso sexual e do movimento #MeToo que levou as vítimas a se apresentarem.

Agora ela é vista por alguns no esporte como pioneira e um estudo de caso sobre as possíveis consequências de ignorar aquelas que apresentam queixas de abuso.

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