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Dora Varella concilia último ano na escola com corrida olímpica no skate

Atleta de 18 anos se desdobra entre os livros, treinos e preparação para disputar os Jogos de Tóquio, em 2020

9 set 2019 - 04h46
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O último ano do ensino médio é considerado o mais estressante para os jovens. Imagine conciliar isso com a tentativa de se classificar para os Jogos Olímpicos. É por essa situação que está passando Dora Varella, uma das principais skatistas do Brasil e que disputará nesta semana o Mundial de Park. A garota de 18 anos pretende terminar a escola ao mesmo tempo que busca pontos para o ranking em competições ao redor do mundo.

"Tenho de estudar no avião, nos hotéis, quando volto para a escola preciso repor as aulas e fazer as provas que perdi. Às vezes acaba fazendo dois bimestres em um, mas estou conseguindo conciliar e tenho de treinar também. Então saio da escola, faço preparação física, tenho fisioterapia, depois vou direto para a pista e fico a tarde inteira, depois de noite eu estudo. É bem corrido, mas tudo vale a pena", diz.

Dora conta com a compreensão da escola para não perder competições no exterior. Aproveita o sistema de aulas por vídeo e de apostilas para recuperar parte do conteúdo. Depois, quanto retorna ao Brasil, se esforça para acompanhar a turma. Suas notas não têm sido um problema e até por ir bem na escola consegue se dedicar a sua grande paixão. "O objetivo principal é ir para a Olimpíada e conseguir uma medalha. Estou treinando para isso e o foco é o skate. Mas preciso terminar a escola porque isso é muito importante. A vida de atleta é bem curta."

Ela sabe que um cotidiano tão corrido não permite que ela tenha uma vida como a de outros jovens de sua idade. Mas ela garante que consegue lidar com os estudos, vida profissional e social. "Eu sempre consigo um tempo para a família e amigos. Não é tanto quanto eu gostaria, mas também encontro amigos na pista de skate, na escola, e estou sempre com minha família. Não abro mão, apenas não consigo sair tanto quanto os outros jovens", explica.

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Seu grande trunfo para o Mundial de Skate Park, que começa nesta segunda-feira em São Paulo e vai até o domingo, é conhecer bem o local da disputa. Como mora na cidade, ela costuma praticar bastante na pista que fica no Parque Cândido Portinari, na zona oeste da cidade, e não vê a hora de poder competir e lutar pelos 80 mil pontos que são dados para o campeão do evento.

"Treinei bastante lá durante um mês inteiro, estou bem animada e feliz com o que fiz, e tenho certeza de que vou dar meu melhor e me sair muito bem. Ainda tem vários campeonatos até a Olimpíada. Por enquanto estou em 14º lugar no ranking e vão as 20 mais bem colocadas, com um limite de três por país. Então se fosse amanhã, estaria dentro. Mas ainda tem um longo caminho, espero ir cada vez melhor e subir mais no ranking", conta.

Sua expectativa é grande, ainda mais porque poderá ter uma grande torcida particular na disputa. "Estou convidando todo mundo para vir assistir. Gosto bastante da energia dos brasileiros no campeonato, conheço muita gente que vai vir assistir. Isso ajuda na hora do campeonato. Essa é uma pista que sempre andei, perto de casa, e vai deixar tudo mais especial. Espero que mais pessoas gostem de skate, que aprendam a andar, que as famílias venham e os filhos queiram aprender a andar. É um esporte divertido", lembra.

Estadão
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