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Improviso e medo cercam Itaquera a duas semanas da Copa

29 mai 2014 - 08h17
(atualizado às 08h20)
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<p>Loja em que Andreza trabalha convive com assaltos, protestos e rolêzinhos</p>
Loja em que Andreza trabalha convive com assaltos, protestos e rolêzinhos
Foto: Alan Morici / Terra

Faltam apenas duas semanas para a Copa do Mundo começar em São Paulo, na Arena Corinthians. Mas na região de Itaquera parece que a competição ainda vai demorar meses para acontecer. As obras atrasadas contribuem para essa impressão, é claro, mas o clima desanimado nos arredores do estádio é o que mais impressiona. E isso não há obra improvisada que possa construir...

É difícil encontrar até bandeiras do Brasil perto do estádio. Local mais visitado nos arredores, o Shopping Metrô Itaquera está decorado discretamente para a Copa e até receberá a taça da Copa do Mundo a partir desta quinta-feira, mas é só. Donos de outros centros comerciais e a maioria da população não estão animados com a estreia do Brasil.

Em um ponto de ônibus perto do metrô existem variados comércios. Alguns vendem comida, outros vendem presentes, mas praticamente nenhum "lembrou" que a Copa vai começar. Andreza Brito, vendedora de uma das lojas, explicou o problema: "a gente não trabalha sossegado aqui. Toda hora tem protesto, rolêzinho e assaltos". Outro problema para os comerciantes foi um prejuízo financeiro: o preço do aluguel de cada local aumentou quase 50%, pulando de R$ 6500 para R$ 9000.

Andrés admite impasse para nome de estádio do Corinthians:

A loja em que Andreza trabalha tem grande variedade de produtos, de eletrônicos a brinquedos infantis, mas não pretende explorar a Copa do Mundo. "Já vieram uns representantes para vender bandeiras aqui, mas a dona nem quis saber".

As lojas ficam no local mais problemático atualmente. É um terminal de ônibus que está cercado de obras, trânsito, filas e barulho. Tamires Ferreira é uma das vítimas dessa realidade. "Isso piorou desde uns dois meses para cá. E não acredito que vá melhor. Só vai piorar", afirmou ela, que passou a gastar uma hora a mais para chegar em casa por causa das obras.

O pessimismo é refletido até por um grupo de estudantes que circulava perto do estádio para fazer um trabalho escolar. Eles estavam coletando opiniões de populares e reforçaram as reclamações: "o problema foi quando resolveram fazer essa Copa no Brasil. Nem deveriam ter aceitado", lamentou um dos alunos do Colégio Araci, em Aricanduva.

<p>Marcio disse que já foi treinador das categorias de Base do Corinthians</p>
Marcio disse que já foi treinador das categorias de Base do Corinthians
Foto: Alan Morici / Terra

Outra dificuldade para quem vai ao estádio é o erro nas placas. No metrô, por exemplo, existem várias com o símbolo da Copa, mas levando pessoas para o shopping, exatamente no sentido contrário. Para quem vai de carro também há problema: uma rota na avenida Jacu-Pêssego só leva as pessoas até um certo ponto. Depois as placas somem, o que pode fazer os torcedores se perderem na região.

Entre tantos problemas, pessimismo e revolta, Marcio Tadeu Rocha é uma exceção. Ele vai trabalhar como fiscal na Copa do Mundo e tinha acabado de receber sua credencial. "Tenho orgulho por ser Fifa e por ser Corinthians", afirmou o senhor, 67 anos, que também trabalhou no Mundial de Clubes de 2000 na mesma função.

Marcio acredita que a construção do estádio vai transformar a região. "Vocês vão ver como vai crescer prédio e hotel por aqui. Vocês vão ver e vão lembrar que o Marcio disse isso lá atrás", brincou ele, que disse ter sido técnico das categorias de base do Corinthians entre 1982 e 1987.

Antes de receber a Copa do Mundo, o Corinthians mandará um jogo do Campeonato Brasileiro em sua arena. Será o duelo contra o Botafogo, neste domingo, às 18h (de Brasília). A ideia inicial é que as arquibancadas provisórias sejam testadas nessa partida.

Fonte: Terra
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