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Líder da oposição teme novo rebaixamento do Corinthians por causa das contas

1 abr 2020 - 18h00
(atualizado às 18h00)
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Felipe Ezabella concorreu à presidência do Corinthians na última eleição vencida por Andrés Sanchez e, em 2020, novamente é um dos líderes da oposição, mesmo sem ter se lançado como candidato até agora.

Doutor em Direito Desportivo, Ezabella afirmou, nesta quarta-feira, que o Corinthians corre risco real de voltar a ser rebaixado, caso não mude a maneira de controlar o caixa.

Felipe Ezabella já foi candidato à presidência do Corinthians na última eleição

"Nós já tivemos muito próximo a isso, na saída do (Alberto) Dualib. Foi há 12, 13 anos atrás, mas foi quando o Corinthians começou a ser rebaixado, não foi só em 2007".

Em entrevista à Rádio Transamérica, Ezabella lembrou da situação do Cruzeiro, que caiu no Campeonato Brasileiro de 2018 depois de uma catástrofe no controle das contas.

"Todo mundo fala que vai virar um Cruzeiro. Eu não gosto dessa comparação, porque são histórias, torcidas e problemas diferentes. O que tem em comum são más gestões, falta de transparência e, logicamente, um clube que fatura metade do que deve vai ficar sufocado financeiramente, não vai conseguir pagar nem a dívida nem o corrente, e obviamente isso reflete no nível técnico e pode levar a um rebaixamento, como aconteceu no Cruzeiro".

"Você tem uma dívida de 700, fatura 300 e continua a gastar… O clube já está sufocado, com dívidas fiscais, o problema do estádio, débito com atletas e fornecedores, vai ficando sufocado e a qualidade técnica vai caindo. Chega uma hora que pode não ser suficiente nem para disputar títulos nem para jogar em alto nível".

Questionado se a solução seria evitar grandes contratações e reduzir a folha salarial do elenco profissional, Felipe Ezabella explicou o que acredita que o Corinthians precisaria fazer para não enfraquecer tanto seu time durante um processo de redução das dívidas.

"Não necessariamente. Tem de aumentar a receita, mas não passa por contratação de jogadores mais baratos, diminuição de salários. O que acontece é que, segundo o levantamento do jornalista Fernando Galvão, o Corinthians contratou, em dois anos, 64 jogadores. Não tem como um elenco render em dois anos com 64 jogadores. Seria muito melhor se, ano a ano, trocasse, três, quatro, cinco jogadores, colocar duas apostas…. Isso impacta de forma gigantesca na nossa folha, porque o jogador não consegue formar e o clube empresta pagando o salário".

"Ninguém quer ser campeão de balanço, ser o mais rico. A questão é ter receitas para montar uma equipe competitiva. Manchester United, Barcelona, Real Madrid, todos esses clubes têm dúvidas gigantescas, valores absurdos. O problema não é ter dívida, é ter receito muito abaixo da dívida".

O Corinthians votaria no dia 23 de março pela aprovação ou reprovação das contas de 2019. A reunião do Conselho Deliberativo teve de ser adiada devido ao combate a Covid-19 e ainda não tem nova data para acontecer. O déficit do Corinthians previsto para 2019 é de R$ 170 milhões.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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