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Conheça Roni, 'filho do terrão' que está há 16 anos no Corinthians e estreou diante do Bahia

Volante de 21 anos, que perdeu o irmão que também queria ser jogador em 2016, foi capitão em todas as categorias na base e marcou seu primeiro gol contra o time de Mano Menezes

17 set 2020 - 11h40
(atualizado às 11h48)
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Demorou pouco mais de 16 anos para que o volante Roni Medeiros de Moura - ou simplesmente Roni - fizesse sua estreia pelo profissional do Corinthians. No entanto, bastaram 34 minutos para que o jogador de 21 anos marcasse seu primeiro gol no clube onde cresceu. Nesta quarta-feira, diante do Bahia, ele foi escolhido pelo técnico interino Dyego Coelho para atuar no time titular. A equipe venceu por 3 a 2, garantiu sua primeira vitória após o batismo da Neo Química Arena e o "filho do terrão" se destacou.

Roni chegou ao Corinthians em 2004, quando tinha cinco anos. Sua integração precoce lhe rendeu a oportunidade de passar por todas as categorias de formação. A princípio, ele começou no futsal, onde jogou por seis anos. Em 2010, no entanto, foi transferido para os gramados do Parque São Jorge.

O volante faz parte de uma safra de jogadores conhecidos da base. Roni jogou ao lado de Pedrinho, Léo Santos, Léo Jabá e Fabrício Oya. Em 2016, foi campeão da Copa do Brasil Sub-17. No ano seguinte, da Copa São Paulo de Futebol Júnior, a Copinha. Nas duas ocasiões, ele era o capitão do time. Ele vestiu a braçadeira em todas as categorias. Isso porque o volante é conhecido internamente como um jogador de espírito aguerrido, que não se entrega.

Ao término da partida contra Bahia em Itaquera, sua primeira no profissional, ele dedicou o gol ao seu irmão, Tupã, que morreu em dezembro de 2016. Na ocasião, Roni estava concentrado com os seus companheiros de base para a disputa da Copa Rio Grande do Sul. Mesmo sabendo da notícia, ele continuou com o elenco até o Corinthians ser eliminado. Não quis deixar os companheiros.

"Gol muito especial, faz mais de 16 anos que estou no Corinthians, e o sonho sempre foi jogar no profissional e fazer um gol. Trabalhei muito, só eu e minha família sabemos o que passamos. Queria dedicar esse gol para o meu irmão. Ele faleceu", disse, ao canal Premiere, e acrescentou: "Eu sempre falei para ele que um dia seria profissional e poderia ajudar meu pai e minha mãe a comprar uma casa. Esse sempre foi o sonho dele".

Tupã tinha a mesma ambição de Roni: ser jogador profissional de futebol. Ele chegou a jogar no time "B" do Palmeiras. Não deu certo. Ele morreu em decorrência de uma parada cardíaca durante jogo de várzea. Era mais velho do que Roni.

O jogador do Corinthians foi integrado ao elenco pelo técnico Tiago Nunes, em julho, mas não havia sido utilizado. Com a chegada de Coelho, que já o treinou nas categorias inferiores, ele deve ganhar mais destaque. Em sua estreia, o novato jogou como segundo volante, mas isso não lhe impede de atuar em outros setores do campo. Roni começou a jogar como atacante e também já atuou como meia e segundo volante. O sonho de dar uma casa para os pais já foi realizado.

Seu gol contra o time de Mano Menezes foi num chute de fora da área, de frente para o gol, mostrando uma característica carente no futebol nacional, os arremates. Coelho ainda não sabe se ele seguirá no time ou se vai esperar por novas oportunidades no banco.

Estadão
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