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'Penso na dor da família do piloto', diz Rafael Henzel
O jornalista Rafael Henzel, um dos sobreviventes do acidente com o voo da Chape, em novembro de 2016, esteve no Rio e em São Paulo nesta semana para lançar o livro ‘Viva Como Se Estivesse De Partida’, um relato emocionante sobre sua experiência nos arredores de Medellín, na madrugada da tragédia, e a dedicação para superar o trauma. Na capital carioca, nesta quinta (22), almoçou com alguns jornalistas no centro da cidade e, mais uma vez, voltou a falar em detalhes dos momentos de horror por que passou.
Sempre atencioso e posando para fotos com garçons, transeuntes e outras pessoas que lhe paravam em busca de atenção, Henzel disse que nunca sentiu “raiva” ou algo parecido do piloto daquela aeronave, o boliviano Miguel Quiroga. De acordo com as primeiras investigações, Quiroga foi apontado como responsável direto pela queda do avião da LaMia, empresa da qual era sócio, por ter viajado com a quantidade de combustível no limite.
“Sei que a minha situação é confortável. Estou aqui, inteiro, tenho a minha família e o meu trabalho. Não estou julgando os parentes daqueles que se foram. Longe disso. Entendo e respeito o sentimento de cada um. Mas, no meu caso, nunca alimentei nada de ruim com relação ao Quiroga, com quem eu tinha conversado umas duas ou três vezes. Sei que os familiares dele também sofrem com tudo e ainda carregam um peso a mais. Penso na dor deles.”
No livro, Henzel vai além das minúcias sobre o acidente e trata de expor como refez sua vida desde então, “com mais simplicidade e gratidão”. Apesar de ter sofrido fratura em sete costelas, uma pneumonia e lesões na face e num dos pés, ele conseguiu dar a volta por cima e 40 dias depois do desastre já estava trabalhando. “Não podemos perder tempo com o desnecessário. Sinto que minha missão hoje é falar para as pessoas que é preciso acreditar sempre em dias melhores.”
VIVA COMO SE ESTIVESSE DE PARTIDA
Editora Principium
118 páginas
Preço sugerido – R$ 24,90
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