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Clubes aproveitam folga da Copa para fazer 'pré-temporada'

Equipes se organizam para, durante o Mundial na Rússia, dar descanso de alguns dias para seus atletas e até fazer uma nova pré-temporada

2 jun 2018 - 07h03
(atualizado às 07h03)
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A temporada atípica do futebol nacional por causa da Copa em junho e julho fez com que os clubes da Série A do Brasileiro se organizassem de formas distintas para aproveitar a paralisação da competição. A maior preocupação é garantir a manutenção da condição física dos jogadores e a competitividade da equipe. O tempo será usado para dar folga e também treinar.

O Estado ouviu todos os clubes da Série A e descobriu que eles vão usar a parada de formas diferentes. Tem time que vai viajar para o exterior, no caso do Palmeiras, e outros que farão amistosos em casa. Há ainda quem disputará à Copa do Nordeste, como o Ceará. Nesse caso, com pouco tempo para relaxar. A maioria aproveitará o tempo sem jogo para descansar e fazer ajustes táticos e físicos.

O Palmeiras foi quem mais se mobilizou para aproveitar a parada e promover seu nome na América Central. O time alviverde terá 11 dias de folga após enfrentar o Flamengo, dia 13. Dia 25, no retorno, viaja para o Panamá, onde disputará o torneio "Por la Paz de Colón", entre os dias 28 de junho e 9 de julho. A equipe de Roger Machado joga contra o Árabe Unido, do Panamá, dia 30, e o Independiente de Medellín, da Colômbia, dia 4. Antes de voltar ao Brasil, fará parada na Costa Rica e enfrentará a Liga Alajuelense, clube tradicional do futebol do país.

A maioria, porém, dará dez dias de folga ao elenco - e retoma as atividades em seus CT. São os casos de Corinthians, Atlético-MG, Botafogo, Cruzeiro, Sport, Grêmio, Chapecoense, América-MG, Fluminense, Vitória, Paraná e Internacional.

O Atlético-MG chegou a negociar uma viagem aos Estados Unidos, mas as conversas não foram adiante. O Botafogo ainda estuda passar uma semana fora do Rio. Corinthians e Grêmio vão se preparar em seus respectivos CTs e, no dia 8 de julho, farão um amistoso na Arena Pantanal, em Cuiabá.

A equipe de Osmar Loss tentou organizar mais amistosos e até um torneio entre grandes clubes do continente, entretanto ela esbarrou no calendário ocupado dos sul-americanos.

O São Paulo também dará dez dias de folga aos jogadores. Depois disso, o elenco ficará dez dias concentrado no CT de Cotia, local de treino da base. Em seguida, retorna para a Barra Funda. Ceará e Bahia não terão muito tempo para descansar. Eles se enfrentarão na semifinal da Copa do Nordeste, ainda sem data definida, mas em confrontos que serão realizados durante a Copa do Mundo.

A maioria dos clubes alega que a dificuldade financeira é o principal motivo para ficar em casa. "Para fazer um jogo fora, teríamos de levar toda a equipe, o que daria umas 50 pessoas. Seria um custo altíssimo", explicou o vice-presidente de futebol do Cruzeiro, Itair Machado.

Além disso, a curta pré-temporada no começo do ano fez com que alguns trabalhos físicos tivessem de ser divididos e serão completados agora. "Desde o início do ano, já tínhamos decidido que ficaríamos no CT. Não vale a pena ganhar R$ 1 milhão em viagem e perder a condição física com o desgaste", disse Rodrigo Pastana, diretor executivo de futebol do Paraná, lanterna do Brasileirão.

Indefinidos

Quatro clubes não definiram oficialmente o planejamento durante a Copa, casos de Santos, Vasco, Flamengo e Atlético-PR. O Santos deve dar folga de dez dias aos jogadores e fazer amistosos no México. O Vasco negocia a possibilidade de ficar concentrado 12 dias em um hotel na cidade de Domingos Martins, no Espírito Santo. Flamengo e Atlético-PR devem trabalhar em casa.

TRÊS PERGUNTAS PARA

Itair Machado, vice-presidente de futebol do Cruzeiro

1. Por que permanecer em Belo Horizonte e não viajar durante a Copa do Mundo?

Tivemos a possibilidade de jogar no exterior. Ficaríamos 15 dias fora e seria necessário levar toda a delegação, cerca de 50 pessoas. Ficaria muito caro.

2. O Cruzeiro não teve convite para fazer torneio no exterior?

Recebemos várias propostas, mas só pagavam 30 passagens. Recebemos da China, Orlando e Boston (ambos nos Estados Unidos). Essa questão do custo que acabou pegando.

3. A paralisação é algo benéfico ou prejudicial aos clubes?

O lado bom é que os atletas descansarão e voltarão 100% fisicamente. O negativo é o fato de perdermos o nosso bom ritmo de jogo.

Estadão
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