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Caso de A. Silva faz UFC mudar exames e pedir punição maior

18 fev 2015 - 16h41
(atualizado às 22h38)
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O caso do doping de Anderson Silva deve causar transformações profundas nos testes do UFC. Em entrevista nesta quarta-feira, os dirigentes da organização disseram que o flagrante do brasileiro será considerado um "ponto de virada" para o esporte. Assim, ele anunciaram que farão testes mais rígidos e pediram que os atletas sejam punidos mais severamente.

<p>Dana White tenta usar caso de Anderson para que UFC recupere credibilidade</p>
Dana White tenta usar caso de Anderson para que UFC recupere credibilidade
Foto: UFC

O UFC disse que já estava trabalhando, há mais de um ano, em programas antidoping. Mas agora tudo será aprimorado: "estamos gastando milhões de dólares. Se alguém estiver usando drogas, será pego. Anderson Silva foi o ponto de virada, como Lance Armstrong foi no ciclismo. O que aconteceu forçou um aceleramento".

A principal mudança nos exames antidoping será o aumento dos testes surpresa. De acordo com Lorenzo Fertita, dono do UFC, 26% dos lutadores avaliados dessa maneira foram pegos com substâncias proibidas. "Isso é um resultado alarmante. Precisamos de um programa antidoping mais forte. Podemos fazer melhor", admitiu.

A partir de 1º de junho, o UFC quer que todos atletas de todos eventos sejam testados antes e depois das lutas. Além disso, o número de exames surpresa aumentará para 585 por ano. A escolha dos lutadores que farão essas avaliações será totalmente aleatória, mas o UFC entende que isso fará com que eles tenham mais medo na hora de se dopar.

Uma declarações de Fertita, citada por Dana White, presidente do UFC, foi extremamente forte nesse sentido: "isso vai piorar muito antes que melhore", afirmou, admitindo que o rigor nos testes vai aumentar o número de flagrantes entre lutadores. "Isso pode ter efeito nas próximas lutas, a gente pode até perder lutas em cards principais, mas depois teremos mais crédito".

Com o aumento dos testes, o UFC também quer que as punições sejam piores. Atualmente, em casos parecidos com os de Anderson Silva, por exemplo, alguns atletas já foram punidos com só nove meses de suspensão. A punição máxima é de dois anos. Mas o UFC quer que isso aumente para quatro. Porém, ainda depende das comissões atléticas para que isso aconteça. "Hoje a punição é de no máximo dois anos e estamos a favor disso, mas vamos apoiar para que aumente".

Veja outras declarações dos dirigentes do UFC:

ANDERSON SILVA

Dana White: Por enquanto ele vai passar por um processo jurídico normal e apresentar sua defesa. Depois será tomada a decisão. Vamos esperar o que vai acontecer, ver como ele vai se agir na audiência. A Comissão Atlética vai resolver isso. Então ainda tem um longo caminho antes de pensar na próxima luta do Anderson

HECTOR LOMBARD E CINTURÃO DOS MEIO-MÉDIOS

Dana White: assim que soubemos do doping do Hector Lombard, tiramos ele do card. Não fizemos um anúncio do doping, porque a Comissão faz isso. Mas tiramos ele do card e agora o Rory MacDonald

PUNIÇÃO MAIOR E A CAMPEÕES

Lorenzo Fertita: vamos reforçar o contrato para termos o direito de punir os atletas, mas tem aspectos jurídicos que precisamos resolver. O sistema atual não é suficiente para dissuadir os atletas a não se drogarem. Se for 90 dias de suspensão, não basta, ele perde no máximo uma luta. Mas se for dois ou quatro anos, é diferente, ele perde mais. E isso com qualquer um, ainda mais se for campeão. Somos a favor de punições maiores para eles, e o título vai ser tirado dele e ficar na prateleira

EPIDEMIA DE DOPING

Dana White: não é uma epidemia, o Joe Rogan exagerou ao dizer isso. É um problema, mas não é diferente de qualquer esporte que envolve dinheiro. As pessoas sempre vão tentar burlar as regras para obter vantagens. Mas quando os resultados são com atletas que estão no topo, como agora, as pessoas dizem que todos são iguais

PERDA DE PATROCINADORES

Lorenzo Fertita: não houve surpresa, mas claro que tivemos muitas ligações de pessoas preocupadas. Nós respondemos, mas não houve nenhuma reação drástica. Sabemos que teremos que lidar com isso

EXAMES NO BRASIL

Lorenzo Fertita: "vamos defender e apoiar que a confederação brasileira também faça testes fora de competição, para que implementem o mesmo plano do UFC

Fonte: Terra
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