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O dia em que torcedores tentaram virar o carro de Felipão

Em 2002, o então técnico da Seleção era pressionado para levar o atacante Romário para a Copa do Mundo

27 jul 2018 - 10h21
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De volta ao futebol brasileiro, para dirigir o Palmeiras, depois de três anos na China, o técnico Luiz Felipe Scolari revolve a lembrança dos torcedores principalmente por suas duas passagens pela Seleção – campeão do mundo em 2002 e quarto colocado em 2014, após o desastre no jogo com a Alemanha pela semifinal.

Polêmico muitas vezes por suas declarações e dono de posições firmes, Felipão, o Big Phill, já viveu momentos muito tensos fora de campo, exatamente por ter esses atributos. Um deles, no dia 3 de maio de 2002, no centro do Rio, quando cerca de 30 populares tentaram virar o táxi em que ele estava.

Felipão, alinhado com a comissão técnica e a equipe, antes da final da Copa de 2002
Felipão, alinhado com a comissão técnica e a equipe, antes da final da Copa de 2002
Foto: Alex Livesey / Getty Images

A cena foi presenciada pelo repórter do Terra. O técnico era pressionado para convocar Romário às vésperas de divulgar a lista dos que tentariam o pentacampeonato na Coreia do Sul e Japão. Ele resistia. Considerava o atacante indisciplinado e desagregador.

Até o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, sinalizava a Felipão que a presença de Romário na Seleção era indispensável. O técnico, no entanto, não abria mão de suas convicções.

Na tarde daquele dia, Felipão acabara de sair de uma reunião na sede da CBF, então na Rua da Alfândega, e caminhara pouco mais de 50 metros até a esquina com a Avenida Rio Branco. Havia um grupo de torcedores na porta da entidade com faixas e cartazes a favor da convocação de Romário e eles hostilizavam o treinador.

Aos poucos, a situação se agravou e saiu do controle assim que Felipão entrou num táxi. Parte dos manifestantes cercou o veículo e começou a balançá-lo, de um lado para o outro, em movimentos que poderiam virá-lo.

O motorista perdeu a voz diante do incidente e Felipão ficou pálido. Jornalistas que acompanhavam a cena e outras pessoas que passavam pelo local interferiram para acalmar os mais exaltados. Não havia policiais por perto. Quando o tumulto diminuiu, o táxi deu uma arrancada e livrou Felipão do risco de se machucar ou sofrer algo mais sério.

Mesmo diante desse clima adverso e ameaçador, o técnico não chamou Romário. Semanas depois, o Brasil ganharia o título.

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Fonte: Silvio Alves Barsetti
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