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Edu admite que jeito de Neymar incomodou, mas defende ponta

Segundo dirigente, houve "conversas" com o atacante durante a Copa para tratar sobre sua conduta; agora, jogador se tornou capitão

18 set 2018 - 01h07
(atualizado às 09h14)
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As broncas sobre a Seleção Brasileira ainda repercutem desde o fracasso na Copa do Mundo da Rússia, principalmente quando o assunto está ligado a Neymar, suas atitudes e a comissão técnica liderada por Tite e coordenada por Edu Gaspar.

Mesmo assim, em entrevista ao Sportv que invadiu a madrugada dessa terça-feira, o dirigente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) fez questão de defender as convicções da atual cúpula da Seleção, e aproveitou para dar explicações e revelar novidades.

Edu Gaspar admitiu que houve conversas com Neymar durante o Mundial para tratar do comportamento do camisa 10, contou sobre uma reunião de Tite com o craque antes da decisão de torná-lo capitão novamente, justificou amistosos contra El Salvador e Arábia Saudita e prometeu adversários mais duros em novembro.

O dirigente da Seleção Brasileira Edu Gaspar
O dirigente da Seleção Brasileira Edu Gaspar
Foto: Buda Mendes / Getty Images

Confira os principais trechos da entrevista com o coordenador de seleções da CBF:

Se referir a Neymar como "menino"

"Quando eu saí da coletiva pós-Copa realmente eu usei uma palavra equivocada, errei da forma que eu me dirigi ao 'menino'. Tentei me corrigir na hora, foi um erro de momento e assumo".

"E outra coisa que também assumo é a dificuldade de ser Neymar no contexto de seleções, não nas questões econômica e social, mas no contexto de seleções. Eu convivo há dois anos e meio como coordenador e o Neymar não deu um trabalho a nós".

"Quando eu falo que é difícil ser Neymar em alguns momentos é porque tem muita coisa que acontece que não é fácil, assim como não é fácil ser Tite. A representatividade deles é muito grande".

Decisão de tornar Neymar capitão

"Não é à toa que hoje é o Neymar o capitão da Seleção Brasileira. O Neymar já tinha, ou já tem exercido uma liderança no grupo, desde o primeiro dia, talvez ele não mostrasse isso tanto a vocês, mas dentro se aplicava".

"Acabou a Copa, nos reunimos, um novo ciclo, pensamos: vamos dar a capitania para um atleta que já exerce a liderança. E é oportunidade para que ele dê um passo à frente. O Tite teve uma conversa prévia de mais de uma hora com ele. Não sei se vocês sabiam, e o Neymar se colocou à disposição para assumir a responsabilidade".

"Pensando a curto, médio e longo prazo, até a Copa (do Mundo de 2022), qual atleta que poderá estar conosco a maior parte do tempo? O atleta que atinge esse curto, médio e longo prazo é o Neymar, que pode ou vai estar conosco até o final desse ciclo. Decidimos dar a ele a importância desde já, achamos importante, por isso foi tomada essa decisão".

Repreensão a Neymar por comportamento na Copa

"Claro que teve, mas não dá para toda hora estar expondo tudo. Estamos aqui para isso, é bacana explicar. Obviamente, conversamos com todos sobre todos os assuntos, não só com Neymar, mas todos os atletas. O Tite é cuidadoso quanto a isso".

"Só que nós temos uma filosofia. Não somos (uma comissão) linha de frente, de choque, dura, de porrada. Somos de uma linha conservadora, de conversa, de mostrar. Temos essa linha".

Planejamento do novo ciclo

"Nesse primeiro ciclo, de curto prazo, até o final do ano, vamos dar oportunidade ao maior número de atletas possível, ter a oportunidade ver mais atletas. A médio prazo, do fim do ano até a Copa América, vamos ter uma equipe base, já pensando em Copa América, menos observações".

Novidade na comissão técnica

"Hoje vai ser anunciado que o Sylvinho vai fazer parte da comissão efetiva da seleção. Até então ele estava sendo convocado, e de acordo com o tamanho que ele se tornou, com a experiência dele como atleta, auxiliar, apresentar o que ele vem apresentando, o efetivamos como membro da comissão técnica".

Amistosos contra equipes fracas por causa de contratos

"Mas, eu tenho a responsabilidade, sim. É importante ver o histórico recente desde que assumimos: enfrentamos Alemanha, Inglaterra, Japão, Rússia, Croácia, e o conceito continua, mas hoje temos uma dificuldade muito maior. Hoje, devido a Liga das Nações (da UEFA), o número de seleções à disposição diminuiu em um terço. E de todo esse estudo das seleções que vão estar disponíveis, é feito o convite pela Seleção Brasileira, mas muitos não querem jogar com a Seleção Brasileira. Muitas vezes é a Holanda que escolheu o Peru, e quando eu vou escolher, muitas não querem jogar com a Seleção Brasileira".

"Nós estávamos negociando esses jogos há muito tempo, e pós-Copa do Mundo eu tenho que ter alguns cuidados, tem que ser conservador pós-Copa" .

"A responsabilidade técnica de jogar contra qualquer seleção é nossa" .

"Quando a gente manda as seleções que gostaríamos de jogar, a gente também recebe as negativas (da empresa responsável por negociar os amistosos)".

"Para o momento de novo ciclo, jogar com Arábia Saudita e Argentina é sinal de crescente".

Amistosos de novembro

"Teremos boas surpresas".

Adversários europeus

"Não".

Planejamento para jogar com europeus

"Março. Porque estamos num reinício, ser conservador, vamos dar um salto com Argentina, pode ter certeza que em novembro vai aumentar, para março ter um adversário de altíssimo porte".

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