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Do Coritiba ao RB Leipzig, Matheus Cunha sonha com Tóquio-2020

24 mai 2019 - 08h18
(atualizado às 09h32)
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O atacante Matheus Cunha, destaque do RB Leipzig da Alemanha, é mais um daqueles casos de jogadores brasileiros que passaram a ser conhecidos já no futebol europeu. Formado no Coritiba, o jovem de 19 anos não pensou duas vezes antes de cruzar o Atlântico para seguir sua carreira em 2017.

Em sua primeira temporada no futebol alemão, o brasileiro soma nove gols em 39 jogos e disputará a final da Copa da Alemanha, neste sábado, contra o Bayern de Munique. Após a decisão, as atenções de Matheus se voltarão para o Torneio de Toulon, para o qual foi convocado pelo técnico André Jardine para representar a Seleção Brasileira Sub-23. O campeonato é a chance de mostrar serviço visando as Olimpíadas de Tóquio-2020.

"O próximo passo é a conquista da Copa da Alemanha", contou o atacante com exclusividade à Gazeta Esportiva. "Para a sequência não posso negar: meu grande sonho é defender a Seleção Brasileira nas Olimpíadas em 2020. Além dos meus objetivos com o Leipzig, sonho, diariamente, com a Seleção Brasileira principal. Estar presente nas Olimpíadas seria fantástico", seguiu.

No Velho Continente, o atacante teve sua primeira chance no pouco conhecido Sion, da Suíça, em 2017. Com os bons jogos e gols no torneio nacional, Matheus não teve que esperar mais de uma temporada para ter sua primeira oportunidade em um clube com grandes pretensões - o novo rico alemão RB Leipzig.

Na Alemanha, adaptação rápida e importância no grupo que cada vez é mais protagonista no futebol local. O clube do leste do país garantiu a terceira colocação do Campeonato Alemão e consequentemente uma vaga direta para a fase de grupos da Liga dos Campeões. Com o desempenho no time de Leipzig, Matheus foi chamado para o Torneio de Toulon, que tem início no próximo dia 1 de junho, na França.

"Alegria e gratidão enormes em estar representando, mais uma vez, o meu país. Vestir a camisa da Seleção é e sempre será motivo de orgulho. Muito feliz pela oportunidade. É um torneio preparatório para as Olimpíadas de 2020. Estar nas Olimpíadas é um dos meus planos futuros. É trabalhar e dar o meu melhor nesse período que lá estarei", contou o atleta.

Saída repentina

Destaque das categorias de base do Coritba, Matheus Cunha disputou uma Copa São Paulo com o time paranaense e posteriormente a Dallas Cup, nos Estados Unidos, onde passou a ser alvo de equipes da Europa. Sem espaço no time principal do Coxa, o atacante saiu com pouco barulho pouco tempo depois de completar 18 anos.

"Era uma oportunidade muito boa. Via a transferência como a possibilidade entrar no mercado europeu. Fui para uma competição com boa visibilidade e um clube muito organizado. Certeza que tomei a decisão correta", contou o jogador sem arrependimentos.

"O futebol europeu é muito diferente do brasileiro. Vir para cá cedo serviu para que pudesse evoluir em aspectos importantes como dinâmica de jogo e a parte tática. São culturas diferentes de país para país. Aqui na Alemanha o futebol é muito estudado, pegado e dinâmico", seguiu o atleta, que também participou de amistosos com a equipe Sub-20 do Brasil no ano passado.

"Aprendi a me movimentar melhor e também a ser dinâmico o tempo todo. Me fez muito bem vir para cá cedo. Evoluí e me adaptei bem. Agora é seguir buscando mais e crescer", completou o atacante.

Com a globalização do esporte e a cada vez maior audiência do futebol europeu, o atacante não acredita que ainda seja pouco conhecido no Brasil por nunca ter jogado profissionalmente no país. "Isso tem mudado já. Com a boa temporada que estamos fazendo no RB Leipzig e as convocações que tive para a Seleção sub-20, boa parte do público já tem me conhecido mais. É normal jogadores saírem novos do país. Nosso futebol é muito exportador e revela em quantidade e qualidade", afirmou Matheus.

Lugar em campo

Com 1,84m, Matheus não é nem um ponta explosivo, nem a referência de ataque com menos mobilidade e mais definição. O brasileiro combina os dois estilos, com boa capacidade de movimentação por todo o campo de ataque, mas com maior participação jogando centralizado.

"Sou um atacante de movimentação e finalização. Aqui na Alemanha já atuei aberto pela esquerda, pela direita, centralizado e na função de centroavante. Me sinto bem em todas", contou.

Segundo levantamento do site especializado Transfermkt, das 39 atuações do brasileiro na temporada, 28 foram centralizadas no ataque, de onde surgiu oito de seus nove gols e suas duas assistências. O jovem ainda jogou duas vezes como um segundo atacante, duas vezes aberto pela direita, duas vezes aberto pela esquerda e mais duas como meia-atacante.

"Meu grande ídolo no futebol é o Ronaldinho Gaúcho. Mas quanto a se espelhar em alguém, não penso muito dessa maneira. Acho que tenho que ser o Matheus. Ter minha própria característica e seguir escrevendo minha história", contou o atleta.

De olho no Puskás

Com nove gols em 39 partidas com a camisa do Leipzig, um em específico marcou a temporada do atacante. Em confronto direto fora de casa contra o Bayer Leverkusen pelo Campeonato Alemão, Matheus recebeu passe na entrada da área marcado por dois defensores. Com muita categoria, o brasileiro ganhou na velocidade de um, girou para cima do outro e tocou por cobertura na saída do goleiro.

"Foi uma jogada de improviso. A bola acabou ficando longa e eu tive que me esforçar pra chegar nela. O Wendell é rápido e vinha em velocidade da esquerda e eu, na hora, tive como saída aquele giro. Era a melhor solução pois se tento um corte seco ele poderia cortar. Já sai do giro com a bola perfeita pra finalizar. Como a bola estava muito em cima, o extinto foi a cavadinha. Fui feliz na jogada e no gol", disse Matheus.

"Olha, sobre concorrer ao Puskás, estou à disposição (rs). Puxando pro meu lado, votaria no meu gol (rs). Mas, claro, existem vários gols bonitos por aí e a concorrência será pesada. Mas títulos individuais são os de menos. Quero conquistar títulos com o Leipzig e atingir objetivos coletivos", afirmou.

Confira a entrevista completa com Matheus Cunha:

Gazeta Esportiva: Cada vez é mais comum jogadores saírem das categorias de base do Brasil direto para o futebol europeu. Foi o seu caso no Coritiba, certo? Por quê você optou por sair naquela época rumo a Europa?

Matheus Cunha: Era uma oportunidade muito boa. Aconteceu após eu me destacar na Dallas Cup de 2017. Empresários me acompanharam, fizeram a proposta ao Coritiba e me transferi para o Sion-SUI. Via a transferência como a possibilidade entrar no mercado europeu. Fui para uma competição com boa visibilidade e um clube muito organizado. Certeza que tomei a decisão correta.

Gazeta Esportiva: Chegando na Europa, você teve uma ascensão rápida na Suíça e logo chegou no Leipzig. Como está sendo ganhar destaque internacional tão cedo na carreira em um clube de projeção global como o Leipzig?

Matheus Cunha: Tem sido fantástico e muito prazeroso. As coisas na minha vida têm acontecido de maneira muito rápida. Foi apenas uma temporada no Sion-SUI e o RB Leipzig me contratou. Sou muito a grato a tudo que tem ocorrido. Tenho a consciência de que ainda tenho muito a percorrer e a conquistar e, junto com meu empresário e toda minha família, chegarei aos meus objetivos e sonhos.

Gazeta Esportiva: Acredita que essa saída precoce ao mercado europeu está ajudando sua carreira? Pelo fato de você passar por essa adaptação de estilos diferentes ainda bem novo.

Matheus Cunha: Tem sido produtivo demais. O futebol europeu é muito diferente do brasileiro. Vir para cá cedo serviu para que pudesse evoluir em aspectos importantes como dinâmica de jogo e a parte tática. São culturas diferentes de país para país. Aqui na Alemanha o futebol é muito estudado, pegado e dinâmico. Aprendi a me movimentar melhor e também a ser dinâmico o tempo todo. Me fez muito bem vir pra cá cedo. Evolui e me adaptei bem. Agora é seguir buscando mais e crescer. Ainda tenho muito a evoluir.

Gazeta Esportiva: Como você saiu cedo, grande parte do público brasileiro ainda não te conhece. Gostaria que você se apresentasse, contasse as suas características dentro de campo, sua personalidade.

Matheus Cunha: Isso tem mudado já. Com a boa temporada que estamos fazendo no RB Leipzig e as convocações que tive para a seleção brasileira sub-20, boa parte do público já tem me conhecido mais. É normal jogadores saírem novos do país. Nosso futebol é muito exportador e revela em quantidade e qualidade.

Sou um atacante de movimentação e finalização. Aqui na Alemanha já atuei aberto pela esquerda, pela direita, centralizado e na função de centroavante. Me sinto bem em todas.

Gazeta Esportiva: Em quais jogadores você se espelha mais? Tanto quem você cresceu assistindo quanto hoje como profissional.

Matheus Cunha: Meu grande ídolo no futebol é o Ronaldinho Gaúcho. Um cara que, na minha opinião, foi mágico enquanto jogava. Mas quanto a se espelhar em alguém, não penso muito dessa maneira. Acho que tenho que ser o Matheus. Ter minha própria característica e seguir escrevendo minha história. Tenho admiração por muitos jogadores mas procuro escrever minha própria história.

Gazeta Esportiva: O golaço que você marcou contra o Leverkusen repercutiu bastante aqui no Brasil também. Gostaria que você contasse um pouco do que passou pela sua cabeça naquele momento.

Matheus Cunha: Foi uma jogada de improviso. A bola acabou ficando longa e eu tive que me esforçar pra chegar nela. O Wendell é rápido e vinha em velocidade da esquerda e eu, na hora, tive como saída aquele giro. Era a melhor solução pois se tento um corte seco ele poderia cortar. Já sai do giro com a bola perfeita pra finalizar. Como a bola estava muito em cima, o extinto foi a cavadinha. Fui feliz na jogada e no gol.

Gazeta Esportiva: Acha que o gol pode entrar na briga pelo próximo Puskás?

Matheus Cunha: Olha, sobre concorrer ao Puskás, estou à disposição (rs). Puxando pro meu lado, votaria no meu gol (rs). Mas, claro, existem vários gols bonitos por aí e a concorrência será pesada. Mas títulos individuais são os de menos. Quero conquistar títulos com o Leipzig e atingir objetivos coletivos.

Gazeta Esportiva: Para finalizar, quais os próximos passos que você projeta no Leipzig e na sua carreira? Essa temporada foi voltada a achar seu espaço no elenco, conhecer o futebol alemão. Como serão as próximas?

Matheus Cunha: Atingir, junto com o grupo, o primeiro objetivo traçado para essa temporada: classificação para a Champions League da próxima temporada. O próximo passo é a conquista da DFB-Pokal. Esses são os objetivos para essa temporada. Para a sequência não posso negar: meu grande sonho é defender a seleção brasileira nas Olimpíadas em 2020. Além dos meus objetivos com o Leipzig, sonho, diariamente, com a seleção brasileira principal. Estar presente nas Olimpíadas seria fantástico.

*especial para a Gazeta Esportiva

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