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Dono do Phoenix Suns é acusado por mais de 70 funcionários de racismo e misoginia; NBA investiga

Robert Sarver é dirigente da franquia do Arizona há 17 anos, período em que cometeu diversos atos preconceituosos

4 nov 2021 - 20h28
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Finalista da última decisão da NBA após estar de volta aos playoffs após 10 anos, o Phoenix Suns encara sérios problemas em seus bastidores. Isso porque Robert Sarver, dirigente da franquia do Arizona, está sendo acusado por mais de 70 funcionários e ex-empregados de praticar racismo e misoginia. A denúncia acontece em um reportagem especial da ESPN americana.

Sarver é sócio-majoritário dos Suns há mais de 17 anos. Durante este tempo, ele teria usado termos racistas em inúmeras ocasiões deixando claro que não queria diversidade em seu time, além de praticar outros atos preconceituosos. Ele também é acusado de usar termos sexistas em conversas com funcionárias e mostrar fotos de sua esposa de biquíni e outras mulheres em situações vulgares. Depoimentos também alegam que a organização como um todo é um "local de trabalho tóxico e às vezes hostil."

A reportagem da ESPN americana detalha um caso atrás do outro, com falas de pessoas que passaram ou que ainda estão vinculadas ao time de Phoenix. As investigações jornalística ocorrem já há algum tempo e, quando descobriram, Sarvers e os Suns publicaram uma nota em que negam qualquer tipo de acusação, mesmo antes da publicação da reportagem.

"Algumas das alegações eu acho repugnante para a minha natureza e ao caráter do local de trabalho dos Suns/Mercury e eu posso dizer a vocês que elas nunca, de forma nenhuma, aconteceram", disse trecho da nota.

Robert Sarver assumiu o comando do Phoenix Suns em 2004 ao desembolsar 401 milhões de dólares. Ele já foi severamente criticado pelo rendimento do time nos últimos anos, tendo alcançado os playoffs apenas duas vezes desde que Mike D'Antoni deixou a equipe na temporada 2007/2008.

Depoimentos apontam que o dirigente agredia verbalmente membros das comissões técnicas em caso de derrota, principalmente os negros. Em alguns casos, entrava nos vestiários e desenhava jogadas a serem feitas. Os Suns tiveram, ao todo, nove treinadores e oito gerentes-gerais com Sarver no comando. Considerando o período entre os anos de 2012 e 2019, foram sete técnicos diferentes que comandaram a equipe.

NBA INVESTIGA O CASO

Depois da reportagem feita pela ESPN americana, a NBA entrou com uma investigação formal sobre o caso. A Associação Nacional dos Jogadores de Basquete (NBPA, da sigla em inglês) anunciou que apoiará a liga em qualquer decisão que a mesma tomar. Chris Paul, um dos principais jogadores do Phoenix Suns, foi presidente da entidade durante longo período. C.J. McCollum, do Portland Trail Blazer, assumiu o cargo neste ano.

O tempo para uma decisão, porém, deverá ser maior comparado ao caso de 2014, envolvendo Donald Sterling, ex-dono do Los Angeles Clippers. Ele foi banido para sempre depois que ocorreu um vazamento de uma conversa com sua amante onde faz comentários racistas. A NBA forçou o empresário a vender os Clippers, que então foram comprados por Steve Ballmer por 2 bilhões de dólares.

Estadão
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