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Valente, Matsushita engole Ilott e vence corrida 1 da F2 em Barcelona. Drugovich é 7°

Caos, safety-car, valentia e estratégia. Quatro substantivos que ajudam a explicar como Nobuharu Matsushita conseguiu vencer após largar em 18°. Felipe Drugovich terminou em sétimo

15 ago 2020 - 12h55
(atualizado às 13h58)
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Nobuharu Matsushita
Nobuharu Matsushita
Foto: Reprodução/F2 / Grande Prêmio

Poucas corridas reservaram reviravoltas tão grandes quanto a deste sábado (15) na Fórmula 2. A primeira prova do fim de semana em Barcelona, que parecia destinada a ser vencida por Callum Ilott, teve um safety-car com 12 voltas para a quadriculada. Foi a chave para um improvável Nobuharu Matsushita fazer uma parada a menos, passar Ilott com moral e triunfar após largar em 18°.

Matsushita foi agressivo contra Ilott, que perdia tempo tentando passar Yuki Tsunoda, com pneus velhos. Foi um erro capital: Nobuharu não perdeu tempo com ninguém, passando os dois. Um novo safety-car com cinco giros para o término encaminhou o resultado, com a vitória do japonês. Robert Shwartzman e Guanyu Zhou completaram o pódio.

Nobuharu Matsushita venceu. Quem poderia imaginar?
Nobuharu Matsushita venceu. Quem poderia imaginar?
Foto: Reprodução/F2 / Grande Prêmio

Ilott, que viu a corrida desmoronar após perder posição para Matsushita, nunca conseguiu ultrapassar Tsunoda. O japonês foi quarto, com o britânico em quinto. Mick Schumacher surgiu em sexto.

Felipe Drugovich foi o melhor brasileiro, mas sem que o resultado tenha representado a grande corrida feita. O piloto parecia sólido no pódio antes do safety-car. A estratégia da MP de parar novamente não funcionou por completo, gerando o sétimo posto. Luca Ghiotto foi oitavo, levando a pole da corrida invertida. Dan Ticktum e Louis Delétraz fecharam a zona de pontos. Pedro Piquet originalmente cruzou a linha de chegada em décimo, mas foi punido por infração durante o safety-car, caindo para 14° e seguindo zerado no ano. Guilherme Samaia foi 16°.

Saiba como foi a corrida 1 da Fórmula 2 em Barcelona

Começou com reviravolta ainda nos primeiros metros. Callum Ilott não largou muito bem e permitiu que Robert Shwartzman tomasse a primeira posição. Os dois forçaram a barra na freada e, com Mick Schumacher em terceiro, quase causaram um acidente na primeira curva. Os três escaparam sem danos, mesmo que por pouco, e com o russo ainda em primeiro. Guanyou Zhou e Felipe Drugovich fecharam o top-5.

Mais atrás, o primeiro abandono da tarde: Marcus Armstrong, largando no fim do grid, foi tocado por trás e acabou na brita. Incapaz de voltar à pista, o piloto causou o acionamento do safety-car. Após Drugovich, a zona de pontos tinha ainda Jack Aitken, Yuki Tsunoda, Dan Ticktum, Nikita Mazepin e Pedro Piquet.

Callum Ilott viu uma provável vitória desmoronar no fim
Callum Ilott viu uma provável vitória desmoronar no fim
Foto: Reprodução/TV / Grande Prêmio

A relargada veio na terceira volta. Era o começo do lado estratégico da prova. Os pilotos com macios faziam de tudo para aproveitar a borracha, enquanto Schumacher tentava fazer a estratégia de largar com duros funcionar. O alemão era o único com o composto de banda branca nas primeiras colocações.

Entre os pilotos com mesmos pneus, entretanto, a briga era direta. Shwartzman tratou de abrir 1s de vantagem sobre Ilott, crucial para tirar o DRS do rival. Foi através da asa móvel, por sinal, que a primeira ultrapassagem no top-10 aconteceu: Aitken, sem ritmo muito forte, virou presa fácil para Tsunoda, que assumiu o sexto posto.

Os primeiros pits foram executados na sétima volta por Tsunoda, Aitken e Delétraz. Enquanto isso, Shwartzman claramente perdia rendimento. E a liderança: com pneus mais gastos, o russo ficou de mãos atadas contra Ilott, que retomou a primeira posição perdida na largada.

Shwartzman foi aos pits de imediato, com Ilott reagindo uma volta depois. O britânico seguiu à frente, agora precisando tomar conta dos pneus duros. Schumacher, que largou com duros e só teria de visitar os boxes no fim da prova, assumia a liderança provisória. Drugovich, ainda com macios, subia para segundo.

Drugovich só apareceu nos boxes após 13 voltas de 37. O brasileiro fez os macios renderem bem mais do que o esperado e voltou à pista atrás apenas de Ilott e Shwartzman, dentre os que já tinham parado. A chance de pódio era real. Piquet, três posições atrás, também surgia forte na briga pelos primeiros pontos do ano.

Mick Schumacher fez bem em segurar o carro, mas o passeio na brita custou tempo
Mick Schumacher fez bem em segurar o carro, mas o passeio na brita custou tempo
Foto: Reprodução/TV / Grande Prêmio

A prova se aproximava da metade, mas agora em banho-maria. Era necessário aguardar o pit de Schumacher para entender como ficaria a briga pela vitória. O alemão não se ajudava, errando e colocando um pneu na brita. Mazepin e Ticktum eram outros protagonistas que seguiam em busca da melhor performance com duros.

E estava cada vez mais difícil. Schumacher perdia a traseira curva após curva, experiência também sentida por Mazepin e Ticktum. Mick era quem mais perdia performance, decidindo parar na volta 23. O alemão apostou em 14 voltas com os macios, o que seria difícil.

A prova começou a esquentar na volta 24. Shwartzman perdeu tempo tentando ultrapassar Matsushita, o que permitiu a aproximação de Drugovich na briga pelo futuro segundo lugar. O brasileiro fez uma ultrapassagem oportunista sobre o russo.

E aí tudo virou de cabeça para baixo na 25. Giuliano Alesi rodou após toque com Sean Gelael e deixou o motor morrer na área de escape. O safety-car foi acionado, levando todo mundo que já tinha parado antes a voltar aos boxes. Menos Tsunoda, que tomou a liderança e viu Ilott em segundo. Matsushita, que conseguiu fazer uma única parada, ficou em terceiro. Drugovich viu a estratégia muito prejudicada e caiu para nono.

A relargada foi um verdadeiro tiroteio no escuro. Tsunoda vendeu muito caro a posição para Ilott, que não conseguiu passar de jeito algum. Matsushita, com pneus tão novos quanto os de Ilott, foi para cima. Em uma manobra extremamente valente, Nobuharu tomou a liderança.

A corrida voltou a entrar em regime de safety-car quando Roy Nissany bateu na curva 3. Era tudo que Matsushita queria: a prova teria apenas uma volta antes da bandeira quadriculada, tempo insuficiente para ser atacado.

F2 2020, GP da Espanha, Barcelona, Corrida 1, Resultado Final:

1 N MATSUSHITA MP 1:02:14.783 35 voltas
2 R SHWARTZMAN Prema +1.599
3 G ZHOU UNI-Virtuosi +6.166
4 Y TSUNODA Carlin +7.796
5 C ILOTT UNI-Virtuosi +7.954
6 M SCHUMACHER Prema +8.471
7 F DRUGOVICH MP  +8.831
8 L GHIOTTO Hitech +8.992
9 D TICKTUM DAMS +9.438
10 L DELÉTRAZ Charouz +9.494
11 C LUNDGAARD ART +9.658
12 A MARKELOV HWA +10.552
13 N MAZEPIN Hitech +10.661
14 P PIQUET Charouz +14.389
15 M SATO Trident +15.157
16 G SAMAIA Campos +15.327
17 J DARUVALA Carlin +18.437
18 J AITKEN Campos +1 volta
19 S GELAEL DAMS +1 volta
20 R NISSANY Tirdent NC
21 G ALESI HWA NC
22 M ARMSTRONG ART NC
Grande Prêmio
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