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Vale a aposta da McLaren em Oscar Piastri? Zak Brown reza

Zak Brown vem sendo questionado pelas ações em relação a Ricciardo e Piastri. Algo é certo: nada é feito aleatoriamente. Mas Brown torce...

11 ago 2022 - 13h27
(atualizado às 13h30)
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Zak Brown: nenhum movimento está sendo feito aleatoriamente, tenham certeza.
Zak Brown: nenhum movimento está sendo feito aleatoriamente, tenham certeza.
Foto: McLaren F1 / Divulgação

O grande assunto das férias de verão da F1 ainda vem dando muito pano para manga. O quarteto Piastri / Alpine / Ricciardo / McLaren garantiu a alegria dos sites e dos fãs sobre tudo o que pode acontecer nesta quadrilha (no bom sentido).

As últimas que surgiram foram que Ricciardo teria uma “multa” de US$ 21 milhões para que a McLaren o liberasse do último ano do contrato e que a Alpine estaria disposta a ir para a justiça a fim de se ressarcir dos custos feitos no desenvolvimento de Oscar Piastri.

Na semana passada, a Autosport/Motorsport fez uma análise muito boa sobre os impactos desta movimentação, especialmente em relação a Piastri. Segundo os ingleses, o jovem australiano pode ter se queimado nesta movimentação, embora tenha feito uma jogada para garantir a sua titularidade em 2023, e ainda tornar os pilotos de academia cada vez mais amarrados aos seus patronos.

Muito se questiona o papel de Zak Brown (entenda-se McLaren) nesta jogada toda. Não sabemos os detalhes e talvez nunca saberemos. Vendo de longe, a questão soa extremamente impessoal. Afinal, um piloto que acreditou no projeto e que, aparentemente, quer entregar resultados, mas não vem conseguindo. E a equipe aparentemente perdeu a crença na capacidade de Ricciardo ser realmente um vencedor, abraçando um piloto mais jovem.

Embora pareça arriscado, há um método aqui. Nenhuma jogada na F1 é feita sem estudo. Claro, há sim a questão de sentimento. Mas muitas variáveis são consideradas. Sem contar um ponto fundamental: Zak Brown tem que prestar contas. Ele até pode ser um cara carismático e deu uma nova cara ao time. Mesmo hoje a divisão de corridas sendo uma área separada do grupo (embora ainda controle), há a participação dos americanos do MSP Capital, que podem ter 33% do time até o final do ano.

Desta forma, não é simplesmente um rompante. Aparentemente, a McLaren analisou todo o quadro e aceitou válido assumir o risco de chutar Ricciardo, seja o liberando para outro time ou até mesmo o pagando para ficar em casa (como a Ferrari fez com Raikkonen em 2010). Embora a imagem da McLaren possa ficar manchada e as finanças atingidas, os ganhos podem ser maiores: o custo com piloto seria menor (o salário de Piastri seria muito mais baixo do que seu compatriota ou até mesmo um acordão entre as partes poderia acontecer) e os ganhos com os resultados nos Construtores e patrocinadores australianos compensem.

Até aí, OK. Mas aí, cabe a pergunta: Piastri vale todo este movimento?

O australiano é tido como um fenômeno. Teve bons desempenhos na base e ganhou os últimos 3 campeonatos que participou (ok, ele esteve em boas equipes em todas e isso ajuda muito). O seu não aproveitamento como titular na F1 este ano é um daqueles consensos entre os fãs e especialistas da categoria. A Alpine o via como uma joia e vinha o trabalhando cuidadosamente.

Um exemplo é todo o trabalho feito em pista. Em uma de suas várias entrevistas, Otmar Szafnauer, o chefe de equipe francesa, fez questão de frisar que colocou Piastri para dar cerca de 3500km em um F1. Para se ter ideia, esta distância é mais de 10 vezes do que a FIA estabelece como requisito para que um piloto possa ter a autorização para fazer um Treino Livre. Sem contar o tempo em simuladores e reuniões.

Não sabemos se Zak Brown tem uma linha direta com o futuro ou se é um sensitivo de mão cheia. Mas a aposta em um piloto jovem como este é complicada. A equipe já acertou com Lando Norris. Piastri tem um currículo invejável até aqui e merece o crédito. Só que a própria McLaren tem o exemplo recente de Stoffel Vandoorne, que foi matador no acesso. Porém foi devidamente incinerado por uma equipe perdida tecnicamente e administrativamente, embora contasse com o firme apoio de Ron Dennis.

É hora sim de apostar na renovação dos quadros. Porém, com respeito. Embora a história da F1 esteja coalhada de exemplos em que pilotos eram tratados como se fossem lâmpadas e se levando em conta dos balanços; Zak Brown acende uma vela para que o raio caia novamente no mesmo lugar e que Piastri entre na história da categoria por seus resultados e não como pivô de um movimento contratual tão comum na F1....

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