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Carlos Sainz durante a pré-temporada no Bahrein em 2023. Os aerorakes serão figurinhas fáceis mais uma vez...  Foto: Scuderia Ferrari

Testes de pré-temporada da F1: modo de usar

A F1 volta às atividades efetivas de pista nesta quarta (21) para alegria do público. Mas tem que prestar atenção para pegar os detalhes

Imagem: Scuderia Ferrari
  • Sergio Milani Sergio Milani
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20 fev 2024 - 15h37
(atualizado às 15h50)
Carlos Sainz durante a pré-temporada no Bahrein em 2023. Os aerorakes serão figurinhas fáceis mais uma vez...
Carlos Sainz durante a pré-temporada no Bahrein em 2023. Os aerorakes serão figurinhas fáceis mais uma vez...
Foto: Scuderia Ferrari

Para alegria dos fãs da F1, os trabalhos das equipes voltam às pistas. De quarta a sexta, a F1 faz a sua pré-temporada. Mais uma vez, a mais curta da história (3 dias). Embora os times tenham o chamado "dia de filmagem", que lhes permite agora fazer 200 km de percurso (o que equivale a cerca de 2/3 da distância de um GP), ainda é pouco para compensar o pouco tempo de pista.

Por conta de calendários cada vez mais inchados e restrição de custos, parece longe dos tempos em que as equipes rodavam quase sem limite pelas pistas europeias nos chamados "testes de inverno" e tinham estruturas específicas para este trabalho mesmo durante o ano.

Assim, as equipes têm que se fiar no trabalho de desenvolvimento feito nas fábricas nos simuladores e ainda nos Treinos Livres ao longo dos anos. Fora isso, só temos os treinos de pneus da Pirelli (40 dias ao longo desta temporada).

Quem tem o F1TV poderá acompanhar todos os serviços a partir das 4 horas da manhã até às 13 horas. O Bandsports transmitirá ao vivo de 9 horas da manhã até 12 horas. Na sexta, ficará no ar até às 13 horas.

Embora o fã de automobilismo fique empolgado, estes testes têm toda uma liturgia a ser seguida e pode muitas vezes não cumprir as expectativas do grande público. Como são 3 dias somente e alguns times só devem disponibilizar um carro, o programa de trabalho tem que ser muito bem pensado.

No primeiro dia, o foco inicial deverá ser a verificação de sistemas, bem como a conferência dos dados. Como dito antes, em tempos de simuladores e computadores, ter o máximo de correlação de informação é importante. Quanto mais semelhantes forem os dados obtidos na pista e na fábrica, mais a equipe pode confiar no trabalho "caseiro". Deveremos ver um festival de aerorakes (aquelas grelhas instaladas nos carros cheias de sensores para verificar a pressão do ar) e flow viz (aquela tinta usada na carroceria para a confirmação de fluxos de ar);

Max Verstappen saindo dos boxes com a Red Bull cheia de flow viz. Cena que se repetirá mais uma vez
Max Verstappen saindo dos boxes com a Red Bull cheia de flow viz. Cena que se repetirá mais uma vez
Foto: Pirelli Motorsport

Outro ponto é o teste de acertos. Por isso não deveremos ver pilotos acelerando tudo. Em alguns casos, até mesmo para não mostrar toda a capacidade do carro. Mas os times trabalham verificação de perfis de aerofólios, modos de funcionamento de motor, acertos de suspensão e altura do carro, entre outros parâmetros. Muitas das vezes, velocidade aqui não é o mais importante.

Os pneus aqui também são verificados. Os times têm todos os 5 tipos de compostos à disposição, além dos pneus intermediários e de chuva. São 35 jogos no total, sendo 30 de pista seca e 5 de chuva. Cada equipe pode escolher a composição dos pneus que usarão e a Pirelli divulgou.

Tipos de compostos disponibilizados aos times na pré-temporada
Tipos de compostos disponibilizados aos times na pré-temporada
Foto: Pirelli Motorsport

Distribuição de pneus pelas equipes nos testes. McLaren e Alpine optaram por trabalhar com os tipos mais duros, que serão usados no GP do Bahrein
Distribuição de pneus pelas equipes nos testes. McLaren e Alpine optaram por trabalhar com os tipos mais duros, que serão usados no GP do Bahrein
Foto: Pirelli Motorsport

Temos que lembrar que a Pirelli indicou para o GP do Bahrein os tipos C1, C2 e C3. Os times optaram por colocar boa parte de sua composição no C3, composto que é mais utilizado ao longo do ano. Mas McLaren e Alpine deixaram os tipos mais macios de fora para focar nos tipos que serão usados na primeira prova.

Para este ano, a Pirelli não fez alterações em compostos e construção em relação ao ano passado. Desta forma, a situação para os times fica um pouco mais fácil para trabalhar no acerto, já que as características são de conhecimento de todos. Desta forma, o objetivo será mais uma vez confirmar os dados obtidos nos simuladores estão batendo. Lembrando que a Pirelli também envia um pacote de informações para que os times possam trabalhar no desenvolvimento dos carros.

Em termos de velocidade efetiva, só deveremos ver no fim de cada dia os pilotos usando algum acerto de treino. Ou pelo menos ao fim de cada sessão, nos casos em que a equipe trouxe um carro só. O que vale bastante é acompanhar as sequências de voltas (onde deverão usar carga alta de combustível, cerca de 100 a 110 litros) e procurar prestar atenção como os carros se comportam. Normalmente os jornalistas e especialistas que cobrem os trabalhos no local acabam por escolher um lugar específico para poder ver como carros e pilotos trabalham. E ali conseguem perceber quem é quem no pelotão, inclusive verificando se está escondendo o jogo ou não...

Acompanhar testes não é algo fácil, pois tem que se prestar atenção nas nuances e não se tem informação de todos os dados. Mas para quem gosta, já serve como um ótimo aperitivo.  

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