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Senna e Prost: a rivalidade movida pela paixão

1 mai 2018 - 12h00
(atualizado às 12h21)
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Todos os esportes possuem uma identidade. Suas próprias regras, seus próprios eventos e seus atletas. Mas todos possuem ídolos. Sem exceção. A referência que chama a atenção dos adversários e enche os olhos de quem o assiste. É algo que não tem explicação, não está no manual de instruções. Ele está lá, fazendo o que ninguém mais consegue. O dia 01 de maio será sempre lembrado como o dia em que um deles deixou o esporte de forma inesperada. Em 2018, fazem 24 anos que Ayrton Senna sofreu o trágico acidente no GP de San Marino, em Ímola e que deixou um vazio em todo o mundo, mas principalmente, no povo brasileiro.

Nos anos 1980, a Fórmula 1 teve o privilégio de ter dois ídolos que mudaram a história da modalidade. O fato de Ayrton Senna e Alain Prost nascerem na mesma época pode ser visto de forma negativa, já que poderiam ter conquistado muito mais se disputassem em períodos diferentes. No entanto, o esporte não vive apenas de títulos: vive, acima de tudo, de histórias.

Nascido em São Paulo, no dia 21 de março de 1960, Ayrton Senna da Silva já mostrava uma paixão incontrolável pelo automobilismo. Começou sua carreira competindo em carros de kart em 1973 e seis anos depois se sagrou vice-campeão mundial da modalidade. Os ótimos resultados fizeram com que o paulista sonhasse mais alto, e em 1981 pilotou pela primeira vez um carro de Fórmula 1.

Coincidentemente (ou não), 1981 foi o ano em que Alain Prost conquistou sua primeira vitória na Fórmula 1, no Grande Prêmio da França daquela temporada. Naquele momento, Senna ainda estava aprendendo a lidar com as dificuldades da modalidade mais luxuosa e desejada do automobilismo.

A rivalidade entre Senna e Prost ganhou notoriedade em 1988. Naquela temporada, os dois pilotos seriam pela primeira vez companheiros de equipe e teriam que lidar com as diferenças que sempre fizeram questão de ressaltar. O francês já era bicampeão da Fórmula 1, títulos conquistados em 1985 e 1986, enquanto que o brasileiro buscava sua primeira conquista mundial, glória que viria no fim daquele ano.

Sem dúvida, a disputada pelo título seria da equipe McLaren, o que seria confirmado nos anos seguintes. Ayrton venceu em 1988, 1990 e 1991, se tornando tricampeão mundial e igualando o recorde de Prost, que venceu pela terceira vez na carreira em 1989. Eram, de fato, dois campeões. No entanto, a relação entre os dois nunca foi fácil. A relação piorou quando o brasileiro empurrou agressivamente o companheiro de equipe em direção à pitwall, no GP de Estoril.

Em mais de um momento, parecia que as corridas eram uma disputa interna entre os dois, mesmo com ótimos pilotos na Fórmula 1, como Nigel Mansell e o também brasileiro Nelson Piquet, campeão mundial em 1981, 1983 e 1987. Um momento marcante foi em 1989, no GP de Imola. Naquela ocasião, Senna ultrapassou Prost, na relargada após o acidente de Berger, infringindo o que o francês viu como um acordo de cavalheiros, no qual um não poderia passar o outro na primeira curva.

Por muitos anos, a rivalidade não ficou apenas nas pistas, com ambos desferindo frases de desmérito e tentando ser o principal nome da Fórmula 1. No entanto, o dia 01 de maio de 1994 foi marcante não apenas para o povo brasileiro, que perdeu um de seus maiores símbolos da história ou para os fãs da modalidade que até hoje lamentam a perde precoce de Senna. Foi um ponto de partida para que Prost mudasse sua visão do rival.

"Eu não guardo comigo as lembranças ruins ou os maus momentos sobre ele em minha mente. Eu mantenho os últimos seis meses da sua vida Foi quando conheci Ayrton muito mais do que nunca"

Senna e Prost amavam intensamente a Fórmula 1 e principalmente, o automobilismo. Sentiam prazer em correr e em ganhar. Mas acima de tudo, os dois eram rivais porque eram apaixonados em serem os melhores no que faziam.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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