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Russell vai se complicar na luta por vaga na Mercedes se não trocar clinch por nocaute

Após seis corridas, George Russell ainda é o favorito pela vaga de Valtteri Bottas na Mercedes, mas precisa investir em aplicar o nocaute

15 jun 2021 - 04h17
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George Russell atrás da Haas
George Russell atrás da Haas
Foto: Zak Mauger/LAT Images / Grande Prêmio

Mais uma corrida que passa e novamente é necessário falar sobre as dificuldades de George Russell em se afirmar como o dono da vaga que vai abrir ao fim do ano com a saída de Valtteri Bottas. Russell chegue deixando na vontade aqueles que tanto acreditam em seu talento e que sentiram o gosto da glória na rápida passagem pela equipe campeã da Fórmula 1 na temporada passada.

Há um mês, no dia 17 de maio, tratamos sobre a maneira como George Russell se complicava no que devia ser um desfile rumo à vaga na Mercedes. Na prática, é isso. O ano de 2021 foi talhado para servir a Russell como a última etapa do Tour de France, maior evento do ciclismo de estrada internacional. A última etapa é no coração de Paris, com o pelotão junto numa grande procissão rumo à chegada. Mal dá para dizer que é competição. A batalha pela vitória termina no dia anterior.

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Esteban Ocon mata um leão por semana quando se põe na Alpine entre Ferrari e McLaren e deixa evidente que está em outra sintonia com relação ao bicampeão mundial Fernando Alonso. No Azerbaijão, o francês sofreu com problemas no carro logo no começo e abandonou sem que tivesse chances de dar o mesmo bote que Alonso na busca por pontos, mas o saldo da temporada é muito positivo para ele.

Por isso Esteban mantém as esperanças. E tem toda razão do mundo ao postergar as discussões para renovar o contrato com a Alpine, algo que a equipe já tem interesse em fazer para, claro, proteger-se do mercado dos pilotos. Mas Ocon vai esperar o quanto for possível em busca de um sorriso de volta, de um flerte mais direto da Mercedes.

George Russell ainda pontuou pela Williams
George Russell ainda pontuou pela Williams
Foto: Williams / Grande Prêmio

"Estou focando apenas em fazer o trabalho da pista, extrair o máximo dele e pensar no que podemos melhorar. Enquanto eu fizer o trabalho bem, certamente as coisas irão bem para mim. Então, vamos ver. Deixo meu estafe cuidar do trabalho contratual", disse Ocon. Ao que a Alpine deixa claro o que pensa. "Não estamos procurando nenhum piloto para o próximo ano. Hoje, consideramos obviamente Esteban e Fernando [Alonso] aqui conosco na próxima temporada", falou Laurent Rossi, diretor-executivo do time francês.

Enquanto isso, Pierre Gasly segue evoluindo a olhos vistos e aparece como um possível fator. Veja bem, fez-se muito da mensagem de parabéns que a Mercedes ofereceu a Gasly e nem creio que seja isso que põe o francês como candidato - ainda que longínquo - à vaga. O que coloca Gasly na conversa como alguém de fora, um outsider, é o fato de que é um piloto que tem conquistados pódios e resultados de frente de pelotão e não tem um carro. A AlphaTauri ficará cada vez menor para Pierre, que não tem espaço na Red Bull. Gasly é um nome que está no mercado esperando que alguém jogue a isca e, em última instância, essa pode ser a Mercedes.

Apesar de tudo isso e de gente que se assanha e se coloca como possibilidade, apenas seis corridas passaram e Russell segue sendo o favorito a vaga. O inglês precisa fazer menos que os seus concorrentes mais próximos ou mais distantes. Enquanto Ocon, Gasly e quem mais aparecer ainda precisa provar que vale o risco de passar para a frente da fila e custar Russell - na prática é isso: se não subir para a Mercedes em detrimento de outro piloto, seguirá a vida em outra parte -, o inglês tem um trabalho mais simples. Precisa nocautear. É isso.

Se aproveitar as oportunidades que aparecerem para manter a Williams à frente da Haas no campeonato - hoje os americanos superam a Williams -, se estiver a postos quando o bendito ponto se apresentar, e ele vai se apresentar, como foi em Ímola, Russell vai dar o nocaute. Mas precisa aproveitar, tem de estar a postos para as oportunidades do domingo. Por algum motivo esquisito, Russell tem mostrado um dom maldito de refugar quando as maiores loucuras oferecem a oportunidade de pontuar. Aí, complica.

Mas a resposta do inglês é mais de Bottas que de Hamilton. É mais de quem busca uma justificativa para o clinch do que de quem vai atacar para terminar a luta.

"Não me incomoda [não marcar pontos], mas certamente é um objetivo. Mesmo assim, se terminarmos esta temporada sem pontos, não vejo como um fracasso", disse após Baku. E talvez até seja verdade: a Williams não tem condições de pontuar com as próprias pernas nem mesmo se fizer tudo certo, mas o caos aparecerá novamente ao longo do ano. E se não aparecer o bastante para o décimo lugar, que seja para 11º ou 12º, porque Mick Schumacher já fez um 13º.

Não está bom. Que o talento de Russell existe, é lógico. O ritmo de classificação é espantoso, vez ou outra mantém a Williams em espaços onde normalmente não estaria nas corridas, é muito agressivo. Tudo isso é de conhecimento geral. Falta o instinto para terminar, nocautear. Ainda tem tempo.

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