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Red Bull x Mercedes: quem está de fato melhor na temporada 2021 da Fórmula 1?

Duas etapas, uma pole para cada lado e uma vitória para cada lado. O campeonato é apertado entre Red Bull e Mercedes. Mas quem está na frente?

21 abr 2021 - 04h02
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Lewis Hamilton e Max Verstappen duelam pelo título da temporada 2021 da F1
Lewis Hamilton e Max Verstappen duelam pelo título da temporada 2021 da F1
Foto: Honda Racing / Grande Prêmio

A temporada 2021 do Mundial de Fórmula 1 apresentou mais um capítulo, o segundo de ainda não se sabe quantos, no último fim de semana em Ímola. Após três semanas de um GP do Bahrein de mensagens mistas, o que se viu foi Mercedes mais forte e próxima da Red Bull que em Sakhir. Ao menos de maneira geral, a promessa de briga entre equipes pelo título mundial se reforçou ainda mais agora que os rubro-taurinos levaram a cabo a vitória. Mas quem está na frente?

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Ok, é uma pergunta mais para quem olha a tabela do campeonato que os carros na pista. A Red Bull tem vantagem para a Mercedes, conclusão até natural de quem acompanhou todas as atividades de pista desde a pré-temporada. A liderança dos Mundiais de Pilotos e Construtores para a Mercedes, até agora, é fruto da eficiência construída ao longo da década mais dominante de uma única equipe em todos os tempos.

Se no Bahrein, com o carro claramente melhor, a Red Bull se deixou bater pela inércia ao ver a reação da Mercedes. A decisão de não jogar o jogo tático abriu a porta para Lewis Hamilton superar Max Verstappen. Já em Ímola, foi o contrário. No sábado, mesmo após acidentes dos dois pilotos, a Red Bull não conseguiu converter a velocidade em pole: pudera, Sergio Pérez e Verstappen erraram em suas voltas derradeiras. Hamilton tirou tudo que dava, reagiu e saiu na frente. Mas a corrida foi de Verstappen. Agressivo e perfeito na largada, soube o que fazer e quando fazer para controlar as ações de uma prova dificultada pela pista molhada no primeiro - e veloz setor da pista localizada nos arredores de Bolonha.

Hamilton errou, deu sorte, recuperou e foi capaz de mostrar que a Mercedes ainda tem um baita carro ao passar quase todo mundo nas últimas 29 voltas da corrida. Não chegaria a Max, mas não precisava. Ao menos por enquanto.

Aí, quem viu de tudo, tem que destacar como a Mercedes lidera o Mundial de Construtores por sete pontos - a distância de Hamilton para Verstappen é de um mísero tento. O trabalho dos segundos pilotos tem de ser a maior resposta. Valtteri Bottas pode ter sido medíocre no Bahrein, mas foi o que dele se espera: terminou em terceiro. Pérez errou, assim como a equipe, no sábado e largou fora do top-10. No domingo, foi OK e chegou em quinto. Seria mais que o suficiente se aproveitasse o resultado de primeira fila, batendo Verstappen, em Ímola, mas recheou sua corrida de erros e nem pontuou. Bottas vinha pessimamente mal, talvez até pior, antes de ser abalroado por George Russell e abandonar. Mas nem importaria muito para o recorte atual: Bottas tem seis pontos a mais que Pérez de qualquer maneira.

Pérez ainda não teve bom fim de semana completo
Pérez ainda não teve bom fim de semana completo
Foto: Getty Images/Red Bull Content Pool / Grande Prêmio

Pérez fez um trabalho promissor na prova italiana. Mesmo que a corrida tenha sido bem ruim, digna das piores de Alex Albon e Pierre Gasly nos últimos dois anos, mostrou ritmo que os ex-companheiros de Max nunca mostraram. Superou o holandês no sábado e fez mais ou menos a recuperação que dele se esperava no Bahrein. Parece questão de tempo para encaixar bons fins de semana.

E Bottas? Foi razoável na estreia e parecia se entender no carro em Ímola, mas o Q3 do sábado e a corrida representaram sofrimento. Antes do acidente, quando já ia sendo ultrapassado por uma Williams - uma Williams! - ficou voltas e voltas travado sem capacidade para ultrapassar Lance Stroll na ainda capenga Aston Martin. Valtteri terá seus dias de fiel escudeiro, como fez praticamente sempre nestes últimos anos, mas a questão anímica e a ameaça enorme que paira sobre seu futuro no time alemão entram em jogo. Pode jogar a favor da confiança de Bottas, porém, que em 2021 sua comparação deixa de ser com Hamilton e Verstappen e passar a ser com Pérez. Por melhor que Checo tenha mostrado ser na Fórmula 1, não há dúvida de que não faz parte da prateleira dos dois ponteiros.

A Mercedes vai buscando pontos onde pode conseguir, porque sabe que a capacidade de se rastejar até pelos mínimos ganhos é fundamental numa guerra de guerrilha. E não se engane: o Mundial de 2021 será exatamente isso, com cada centímetro sendo disputado até a exaustão pelas duas equipes. Quem abrir mais concessões, perde. O ponto aqui é o fato da Mercedes ter dado um jeito de marcar a melhor volta das duas corridas: Bottas no Bahrein, Hamilton no GP da Emília-Romanha. Parece pouco, mas é o que dá ao inglês a liderança isolada.

Com isso dito, não é novidade que a Red Bull começa o ano melhor. De acordo com o time austríaco, as atualizações mais importantes devem começar a chegar no GP da Espanha, na Catalunha. As novidades que apareceram em Ímola foram da Mercedes. Após Hamilton e Bottas mostrarem enormes dificuldades para manter o carro na pista ao longo dos dois fins de semana no Bahrein - nos testes, especialmente, mas também no GP -, o que se notou na Itália foi um carro mais manso, domado.

Depois de notar que as mudanças agressivas feitas para comportar a alteração da regra dos assoalhos, a Mercedes foi a Ímola com outra ideia de difusor e um espaço maior para a suspensão traseira do bólido. Este é um dos pontos do carro que mais foi modificado com relação ao ano passado. O novo difusor tem uma inclinação mais natural, enquanto aquele do Bahrein era praticamente vertical. É uma mudança feita para melhorar a relação do fluxo de ar com a parte traseira do W12, de acordo com o especialista técnico da F1 Mark Hughes.

A corrida da Mercedes é para emparelhar com a Red Bull no que diz respeito ao desempenho. É impossível prever se isso irá acontecer, mas o que a F1 mostra é que a tarefa é bastante complicada. Mas a vantagem de uma para a outra é pequena e pode ser anulada se a Mercedes seguir sendo tão mais eficiente. A Red Bull tem o melhor carro, mas após duas corridas a Mercedes ainda é a melhor equipe. Resta saber até quando e quem vai roer a corda antes.

O que dá para ter certeza é que o campeonato é muito divertido.

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