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Red Bull pega Mercedes no contrapé e dá toque imprevisível ao GP dos EUA de F1

A Red Bull deu um grande salto após os treinos livres e venceu a Mercedes no melhor cuidado com os pneus. A heptacampeã enfrentou mais problemas ao longo da classificação e acabou surpreendida por uma volta sensacional de Max Verstappen. E a corrida deve acompanhar uma guerra de nervos e estratégia

24 out 2021 - 00h08
(atualizado às 00h32)
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Max Verstappen e Lewis Hamilton vão dividir a primeira fila do GP dos EUA
Max Verstappen e Lewis Hamilton vão dividir a primeira fila do GP dos EUA
Foto: Beto Issa / Grande Prêmio

Em uma temporada em que nada parece ser o que é, a Fórmula 1 viveu neste sábado (23) mais um episódio só que reforça essa máxima. Agora o palco foi Austin. O Circuito das Américas surgiu como uma boa oportunidade para a Mercedes tentar recolocar Lewis Hamilton na liderança do campeonato. E a sexta-feira se mostrou promissora, com os carros pretos ditando o ritmo, ainda que isso não tenha se refletido nitidamente na tabela de tempos. Mas o dia terminou com a impressão de que os heptacampeões iriam reproduzir a mesma velocidade apresentada na Turquia, há duas semanas. Enquanto isso, a Red Bull tentava entender onde estava perdendo para a rival. 24 horas depois, esse cenário mudou completamente.

Tal como em Istambul, os taurinos viraram a noite buscando soluções. O time acionou a fábrica na Inglaterra para simular aquilo que era discutido nas garagens nos EUA. E a equipe acabou compreendendo melhor o estranho asfalto do circuito texano e o trato com os pneus, alterando toda a configuração dos carros. Essa decisão a colocou também em destaque. Então, quando foi para valer mesmo, Max Verstappen e Sergio Pérez souberam o que fazer.

O mexicano, que se mostrou muito à vontade na pista norte-americana e vem atravessando uma boa fase na temporada, apareceu imediatamente veloz no início do Q3. Deu pinta de pole, inclusive. Mas veio de Max a performance assombrosa: o líder do campeonato percorreu os mais de 5km do traçado de forma precisa, fez bom uso da mudança na direção dos ventos e acertou todos os setores do circuito, impondo 0s2 de diferença para Hamilton, que sustentava a primeira colocação. Foi a nona pole do holandês no ano e a primeira de um carro não Mercedes na era híbrida em Austin.

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"Pode ter sido uma pequena surpresa, mas você vê claramente que tem oscilado um pouco durante toda a temporada", disse Verstappen. "Felizmente, ainda estamos fazendo isso! Realmente, estou feliz com o desempenho de hoje, mas vamos ver na corrida - é uma história diferente", completou.

Embora Max e Lewis estejam, a princípio, em uma mesma estratégia - ambos largam de pneus médios -, a Red Bull tem uma vantagem importante: Verstappen está em primeiro, com Pérez em terceiro. Hamilton está só em segundo, uma vez que Bottas sai apenas em nono. "Ontem, o acerto com o qual chegamos à pista estava um pouco desajustado. Acertamos bem o carro e conseguimos melhorar a tração", revelou Christian Horner, o chefão da Red Bull. "Sabemos que Sergio é muito bom de corrida e a sua classificação tem sido o seu grande problema na temporada. É a primeira vez que teremos dois contra um na corrida", emendou.

A Mercedes se preocupa com isso e não escondeu a decepção com uma classificação em que esperava mais. Acontece que, apesar do ritmo da sexta-feira, a esquadra promoveu mudanças no W12, com a intenção de minimizar as questões relacionadas á temperatura e desgaste dos pneus. O vento também foi um fator decisivo para a performance, mas o que parece realmente ter feito a diferença foi o fato de que a rival apresentou um salto de qualidade no decorrer na classificação.

"Começamos muito bem no primeiro treino e, aos poucos, eles ficaram mais rápidos e não sei se ficamos mais lentos. Tem sido um desafio", disse Hamilton.

Lewis Hamilton foi superado nos instantes finais e larga da segunda colocação neste domingo (Foto: Beto Issa)

A explicação do heptacampeão é compartilhada por Andrew Shovlin, o engenheiro da Mercedes. "Não tínhamos ritmo para a pole hoje, mas foi um bom esforço de Lewis colocar o carro na primeira fila. Infelizmente, Valtteri tem de cumprir uma punição, que o deixa em nono no grid, mas pelo menos é um circuito onde você pode ultrapassar."

"Estrategicamente vai ser um pouco mais difícil com a Red Bull tendo os dois carros perto, mas, no fim das contas, vai depender de quem lidar melhor com os pneus. O vento também está tornando as coisas difíceis e a pista é muito complicada para os pneus, então vai ser um desafio, mas isso também pode criar oportunidades", acrescentou.

Por conta do asfalto abrasivo e da natureza do traçado, essa é uma corrida de duas paradas, ao menos. Neste momento, os energéticos estão entendendo melhor a janela de funcionamento da borracha, mas o ritmo de corrida pode guardar armadilhas. É no que se apega a Mercedes. "Há uma série de táticas de dois pit-stops que são bastante parecidas, dependendo das circunstâncias da corrida, então essa prova parece destinada a ser uma batalha estratégica intensa", adiantou o chefe da Pirelli, Mario Isola.

Portanto, não parece ser correto apostar na lógica. Uma vez mais, a disputa entre as duas protagonistas está aberta e parelha.

O GP dos EUA, 17ª etapa da temporada 2021 do Mundial de Fórmula 1, tem largada prevista para 16h (de Brasília, GMT-3) deste domingo. O GRANDE PRÊMIO acompanha tudo AO VIVO e em TEMPO REAL.

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