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Red Bull à beira da perfeição deixa tudo ainda mais difícil para rivais na F1 2022

Amadurecida da insana disputa com a Mercedes em 2021, equipe dos energéticos se mostra praticamente irretocável até aqui na temporada de 2022 da Fórmula 1. Mesmo que a Ferrari não constantemente desse uma de suas 'ferraradas', briga pelo título seria extremamente complicada para a escuderia italiana. Taurinos não erram, arrumaram a confiabilidade e montaram um RB18 bom em qualquer tipo de pista e situação

8 ago 2022 - 04h00
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Temporada da Red Bull é digna de muita comemoração
Temporada da Red Bull é digna de muita comemoração
Foto: Red Bull Content Pool / Grande Prêmio

FERRARI SUCUMBE, VERSTAPPEN BRILHA E ALONSO VAI PARA ASTON MARTIN | Paddock GP  #298

A Ferrari erra muito, verdade. E em tudo: estratégias, tomada de decisões, opção por manter Mattia Binotto no comando, trato com os pilotos, enfim - a lista é longa. Mas, ainda que não errasse, seria muito difícil competir com a Red Bull na temporada de 2022 da Fórmula 1. A equipe taurina faz valer a experiência do ano passado e mostra-se aguerrida, com diversas qualidades à mesa.

Enquanto a principal rival se complica a torto e a direito, os energéticos são impecáveis. A última corrida antes das férias de meio de ano prova isso, estrategicamente falando. Na Hungria, a Red Bull fez dos limões limonada e, após uma classificação desastrosa - Max Verstappen em 10º e Sergio Pérez em 11º -, jogou com o regulamento ao seu favor: dentro do limite permitido, trocou os motores de seus pilotos e foi para cima em Hungaroring. A escuderia italiana facilitou, é verdade, mas ainda assim a equipe de Christian Horner foi perfeita e acabou com vitória tranquila para o atual campeão mundial.

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Muito da estratégia irretocável da Red Bull na Hungria parte da troca do motor, que ajudou a permitir a escalada do pelotão. E tal substituição da unidade de potência, dentro do limite permitido e sem perda de posições no grid, portanto, só aconteceu por conta de outro trunfo taurino: a solução dos problemas de confiabilidade do RB18.

Você se lembra, claro. No começo da temporada, a Red Bull teve abandono duplo na primeira corrida do ano, no Bahrein: tanto Verstappen quanto Pérez deixaram a disputa no fim por conta de um problema do sistema de combustível - que voltou a atormentar o holandês na Austrália. Parecia que a equipe taurina teria que brigar consigo mesma para ter qualquer chance na F1 2022.

Verstappen com problemas? Frase rara na F1 2022 (Foto: AFP)

Só parecia. Pérez abandonou o GP do Canadá por uma falha no motor, é verdade, mas do começo do ano até aqui, o RB18 não quebra mais. Na Áustria, 'Checo' também deixou a disputa de maneira precoce - mas por conta de um fator externo, uma batida com George Russell logo na primeira curva, sem relação com qualquer tipo de problema no carro taurino.

A principal deficiência do carro foi sanada, pois. E parafraseando Binotto - olha só que ironia -, melhor lidar com um carro veloz e com problemas de confiabilidade, do que um lento e tecnicamente perfeito. A Red Bull conseguiu o melhor dos dois mundos, enquanto cada vez mais a Ferrari passa a lidar com falhas da F1-75.

É isso que o RB18 é. Um carro que não quebra mais, veloz, eficiente, bom em qualquer tipo de pista e situação. A principal qualidade é a velocidade de reta, claro, mas o bólido taurino também não fica tão mais atrás no ritmo do miolo de pista.

Parabéns, Adrian Newey (Foto: Red Bull Content Pool)

Não podemos nos esquecer de outra imensa qualidade que a Red Bull tem. Essa, com nome e sobrenome: Max Verstappen. O atual campeão mundial nada de braçada em busca do bi - muito por competência própria. O holandês sobra na F1 2022, com nível de pilotagem absurdo. A superioridade é tanta que o triunfo na Hungria pareceu fácil.

Hungaroring foi mero retrato da temporada. Verstappen, assim como sua equipe, não erra: eles, na garagem, na estratégia. Ele, na pista, na tomada de decisões. Visivelmente mais maduro com relação a 2021, Verstappen sabe quando atacar, quando não atacar, como gerenciar pneus. Virou um exímio vencedor e, quando não vence, controla muitíssimo bem os danos.

Prova disso está nas estatísticas. Das 11 corridas em que cruzou a linha de chegada na F1 2022, o holandês venceu 8 - e só em Silverstone, com problemas no carro após passar por cima de detritos na pista, não subiu ao pódio. Verstappen sequer precisa vencer outra corrida na temporada para se consagrar campeão.

Pintou o campeão? (Foto: AFP)

Diferentemente da Ferrari, a Red Bull logo determinou seu piloto número 1 na temporada. Pérez chegou a fazer uma graça, se colocou na disputa pelo campeonato, mas nada feito. Para os taurinos, Christian Horner, Helmut Marko, o mundo todo: Verstappen é o #1.

Inclusive, alguns dirão que foi justamente pela definição do status que a Red Bull começou a fazer um RB18 mais ao estilo Verstappen. O holandês negou. "Nós sempre tentamos fazer o carro mais rápido e, o que quer que eles atualizem no carro, você tem de se adaptar a isso. E isso é exatamente o que eu tenho feito. É claro que opino sobre o que gostaria no meu carro em geral, mas as atualizações no carro não são projetadas especificamente para mim. É apenas mais ritmo", pontuou.

Fato é que, se há uma vírgula a ser posta na temporada da Red Bull, esta vírgula muito tem a ver com Sergio Pérez. O mexicano se colocou na briga do campeonato não à toa: venceu em Mônaco e virou figurinha carimbada no pódio. Mas das últimas cinco corridas, 'Checo' só ficou no top-3 em uma delas. Algo aconteceu.

Pérez insistentemente bate na tecla: as atualizações mudaram seu conforto com o RB18. Dúvidas, inclusive, chegaram a ser levantadas pelo mexicano quanto ao desenvolvimento do carro. "Não me sinto tão confortável no carro como no início do ano, digamos assim. Então acho que primeiro tenho de entender o que está acontecendo", disparou.

Sergio Pérez não está de todo feliz em 2022 (Foto: Red Bull Content Pool)

Mas até no trato interno, a Red Bull manda bem. Horner mostrou-se compreensivo com Pérez - diferentemente de Marko, por exemplo -, e afirmou que os taurinos buscam entender exatamente como devolver a confiança ao piloto mexicano. Sabem, claro, do importante papel que 'Checo' precisa desempenhar no Mundial de Construtores.

Não que a disputa esteja acirrada. Longe disso.

"Se tivessem me dito antes do Natal do ano passado que, após a maior mudança de regras dos últimos 40 anos e depois do esforço que fizemos no Mundial passado, teríamos agora oito vitórias, duas vitórias em sprint races e uma vantagem de 63 e 82 pontos no campeonato [de Pilotos e Construtores, respectivamente], teria superado os meus sonhos mais insanos", admitiu Horner - após o GP da França, penúltimo antes das férias. Os números estão maiores agora.

Christian Horner tem só o que comemorar na atual temporada da Fórmula 1 (Foto: Sylvain Thomas/AFP)

A Red Bull foi para o intervalo de meio de ano da F1 com 80 pontos de vantagem no Mundial de Pilotos (Verstappen tem 258 e, Leclerc, 178) e 97 na tabela de Construtores - 431 contra 334 da Ferrari, que mais precisa se preocupar com a Mercedes agora.

"Isso é um indicativo da determinação, dedicação e trabalho árduo nos bastidores da fábrica. Vemos uma Ferrari muito competitiva este ano e uma Mercedes ganhando impulso. Mas quando se leva em conta que fomos a última equipe do grid a começar a focar inteiramente nesta temporada, fizemos um trabalho fenomenal", completou Horner. E tem como duvidar disso?

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