Piastri fecha acordo com McLaren porque não tinha contrato válido com Alpine na F1
Oscar Piastri nunca teve um contrato registrado pela equipe de Fórmula 1 da Alpine. Simples assim. Por isso, caminho estava livre para McLaren
GUERRA POR PIASTRI + FUTURO DE RICCIARDO + F1 2022 REVIEW | Paddock GP #299
Quase uma semana passou desde que a Alpine anunciou a promoção de Oscar Piastri para titular da equipe em 2023 apenas para, horas depois, ser desmentida pelo próprio piloto. O motivo? Um acordo com a McLaren, confirmado mais tarde por diversos órgãos da imprensa internacional. Mas uma pergunta ainda não tinha respondida até agora: como isso foi acontecer?
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A resposta não é tão mirabolante quanto alguém poderia imaginar. De acordo com o site europeu RacingNews365, Piastri jamais teve um contrato registrado pela equipe de Fórmula 1 da Alpine. É por isso que tinha o caminho totalmente aberto para assinar com quem quisesse para 2023.
O contrato que Piastri assinou com a Alpine em novembro de 2021 continha certas cláusulas que forçavam a equipe a dar mais de 3.500 km de testes em carros da F1 ao piloto ao longo do ano, torná-lo o piloto reserva de Fernando Alonso e Esteban Ocon e pagar todas as despesas do piloto enquanto em eventos oficiais da F1.
Oscar Piastri será piloto da McLaren (Foto: Alpine)
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Se cumprisse com tudo isso ao longo de 2022, teria a opção de fazer com que se tornasse titular no ano seguinte, 2023. Há, contudo, um porém: o contrato foi assinado entre Piastri e a Academia de Pilotos da Alpine, não a equipe de Fórmula 1 da Alpine.
É uma diferença técnica, mas que faz com que o contrato não tenha sido registrado junto ao Conselho de Reconhecimento de Contrato [CRB, na sigla em inglês], da Fórmula 1. Apenas os contratos assinados pelas equipes vão a este órgão arbitral próprio da F1.
Desta maneira, quando a McLaren fechou com Piastri e foi registrar o acordo no CRB, não havia qualquer outro contrato envolvendo o piloto australiano. Desta forma, nenhuma bandeira vermelha foi levantada e a permissão veio sem maiores problemas. Piastri agora tem um contrato registrado com a McLaren para 2023 enquanto a Alpine conta apenas com Ocon. Alonso vai para a Aston Martin.
A Alpine admite buscar ainda alguma questão legal. Não está claro onde o processo seria iniciado, visto que a base da Alpine é a da Renault, na França, mas a equipe de F1 fica na Inglaterra. O veículo acredita que o pedido da Alpine seria financeiro, não uma tentativa de evitar a ida para a equipe rival.
Para Piastri em termos de vaga no grid, então, a questão está finalizada. Agora quem tem problemas a resolver é a McLaren, já que a equipe inglesa ainda tem Lando Norris e Daniel Ricciardo sob contrato, além de Piastri. A intenção, porém, é demitir Ricciardo. Aí, entra uma outra discussão: a da compensação a Daniel.
Segundo o RacingNews365, Ricciardo quer uma compensação na casa de US$ 21 milhões - R$ 107,6 milhões, na cotação do dia. O acordo seria no sentido de que Ricciardo receberia esse valor e teria de devolver aquilo que recebesse num possível acerto com outra equipe. Portanto, caso Ricciardo assine um contrato com a mesma Alpine — o que pode acontecer, visto que o australiano já se ofereceu aos franceses —, no valor de US$ 10 milhões, teria de devolver esse valor para a McLaren. Desta maneira e na prática, a McLaren vai pagar a Ricciardo o valor complementar entre o valor do contrato que assinar e o montante de US$ 21 milhões. Seja o que for o acerto que Ricciardo tenha com a F1 em 2023 — até se ficar fora do grid — receberia, caso esta compensação seja acertada, de US$ 21 milhões.
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