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Häkkinen concorda com punição a Verstappen e critica "corrida perigosa" na Arábia Saudita

Bicampeão mundial da Fórmula 1, Mika Häkkinen deu seu ponto de vista sobre as polêmicas que tomaram conta do GP da Arábia Saudita, e concordou com a punição dada a Max Verstappen

8 dez 2021 - 10h15
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Mika Häkkinen condena perigo envolvido na corrida de Jedá, em treta entre Hamilton e Verstappen
Mika Häkkinen condena perigo envolvido na corrida de Jedá, em treta entre Hamilton e Verstappen
Foto: AFP / Grande Prêmio

F1 NA ARÁBIA: HAMILTON VENCE, VERSTAPPEN 2°: EMPATE NA DECISÃO | Briefing

As ações polêmicas do GP da Arábia Saudita, vencido por Lewis Hamilton, continuam dando o que falar. Max Verstappen foi punido após a corrida com 10s e dois pontos na carteira, pela frenagem que causou a batida com o britânico — que não sabia que o holandês estaria devolvendo a posição. Bicampeão mundial da Fórmula 1 em 1998 e 1999, Mika Häkkinen acredita que a situação ficou complicada pela comunicação ruim entre as partes, e se desenrolou de maneira perigosa.

"Com Max [Verstappen] sendo pedido para devolver a liderança de volta ao Lewis [Hamilton], a solução era clara", explicou em seu blog no portal Unibet. "Quando você tem que deixar um carro passar, só tem um jeito de fazer isso seguramente: fazer um movimento claro para um dos lados, diminuir levemente o acelerador e deixar que a diferença natural de velocidade permita a ultrapassagem", disse.

"O que aconteceu em Jedá foi perigoso", continuou. "Os dois pilotos sabiam que a linha de ativação do DRS estava logo à frente, então nenhum dos dois quis ser o primeiro a passar, já que isso permitiria ao outro piloto passá-lo na próxima reta", afirmou.

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Verstappen passou por fora da pista para se defender de Hamilton e foi avisado de que deveria ceder a liderança (Foto: Reprodução)

Novamente, Häkkinen criticou a comunicação feita durante a corrida, que envolvia as equipes Mercedes e Red Bull, além do diretor de prova, Michael Masi. Verstappen foi avisado por seu time de que deveria deixar Hamilton passar de forma "conveniente", mas o inglês não foi avisado. Com a freada brusca do holandês, Lewis bateu na traseira do carro #33 e danificou sua asa dianteira.

"Nós também sabemos agora que enquanto Max estava ouvindo que precisava deixar Lewis passar, Lewis não foi informado e ficou confuso", comentou. "Como resultado, acho que as equipes e a FIA precisam olhar o processo e talvez a tecnologia usada para mandar mensagens aos pilotos", considerou.

O ex-piloto comentou, porém, que não acredita em um 'brake test' de Verstappen em Hamilton, quando um piloto diminui bruscamente para causar uma colisão com o carro de trás. Esse tipo de ação geraria uma desclassificação, punição bem maior do que os 10s de Max.

"Olhando para o que aconteceu, não acho que Max estivesse fazendo um 'brake test' com Lewis — isto é, tentando forçar uma colisão que poderia facilmente botar ambos os carros para fora da corrida", acredita Häkkinen. "Ele estava forçando Lewis a ultrapassá-lo naquele ponto. Mas do jeito que ele diminuiu, e com a posição do carro dele na pista, foi um problema. A FIA revelou que o carro de Max produziu 2.4G de força sob frenagem", disse, antes de explicar a pressão exercida pelo carro #33 da Red Bull.

Momento em que Verstappen diminui bruscamente, e Hamilton bate na traseira da Red Bull (Foto: Lars Baron/Getty Images/Red Bull Content Pool)

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"Para dar uma ideia do que é isso, um carro de corrida de alta performance com ABS produziria cerca de 1.2G em ponto máximo de frenagem", explicou. "Foi quase o dobro disso, e podemos ver que Max diminuiu da oitava para a terceira marcha no processo. Qualquer que seja a razão, não foi uma corrida positiva e a FIA estava certa em punir depois da prova", elaborou.

Por fim, Häkkinen opinou sobre a punição recebida pelo piloto da Red Bull — considerada branda, por não afetar o resultado da prova —, e disse acreditar que a mensagem passada com a penalidade foi o mais importante. Para o ex-piloto, novas ações do mesmo tipo na última etapa do ano, em Abu Dhabi, não serão toleradas pela direção de prova.

"Podemos argumentar sobre o tamanho da punição — considerando que não mudou o resultado —, mas a mensagem foi clara", afirmou. "Pilotagem perigosa levará a uma penalidade e se a FIA observar uma repetição disso em Abu Dhabi, acho que a punição será severa e imediata", opinou.

"Sempre fui da opinião de que você deve correr positivamente, e não negativamente", escreveu. "Vencer o Mundial deveria ser sobre velocidade, precisão, habilidade de corrida e provar que você pode bater o outro piloto em uma luta justa — e esportiva. É o que eu quero ver no próximo domingo, e sei que é o que a FIA, a Fórmula 1 e os fãs querem também", encerrou.

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