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Gasly fica estagnado em errática AlphaTauri e sofre para repetir feitos do passado

Pierre Gasly não faz uma temporada totalmente ruim, mas é fato que está abaixo do que produziu em 2020 e 2021 com a AlphaTauri. O problema é que, muito mais que o francês, a equipe despencou de nível, fez um carro complicadíssimo em 2022 e, para piorar, tem uma das piores combinações de tática e operação do grid. Gasly, já renovado para 2023, parece de mãos atadas

17 ago 2022 - 04h00
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Pierre Gasly vive um 2022 complicado
Pierre Gasly vive um 2022 complicado
Foto: AlphaTauri / Grande Prêmio

Pierre Gasly pode estar vendo o bonde passar na Fórmula 1 com a AlphaTauri. Mais errático que de costume em 2022, o francês ainda é o menor dos culpados pela temporada miserável que a equipe vem tendo até aqui. Mesmo assim, é inegável que um ano abaixo dos anteriores pode ferir os planos de futuro em um time maior para Pierre.

Já renovado com a equipe para 2023, a impressão que Gasly passa é de estar se cansando da forma como as coisas acontecem na AlphaTauri. É claro que é legal vencer de forma improvável, como em Monza em 2020, ou ir ao pódio de maneira inesperada, como em Baku em 2021, mas ter de fazer milagres o tempo todo desgasta. E Pierre parece estar neste ponto, aparenta frustração.

O 13º lugar na classificação do campeonato também não reflete a real performance do francês. Sim, Gasly teve momentos ruins em corridas mais na reta final da primeira metade do ano, mas a maior parte dos infortúnios veio por culpa da AlphaTauri. Foram muitas, muitas falhas em sequência. E de diferentes ordens.

Não é exagero dizer que, até o GP do Canadá, Gasly poderia ter pontuado em quase todas as corridas não fosse sua equipe. O francês foi ao top-10 em só três delas, o que mostra bem a vulnerabilidade do time. Os erros foram vários, de confiabilidade até táticas terríveis.

Pierre Gaslyvai sofrendo na temporada 2022 com a AlphaTauri (Foto: AlphaTauri)

Na estreia, no Bahrein, Pierre estava tranquilo nos pontos quando o motor explodiu. Na Arábia Saudita e na Austrália, arrumou alguns pontinhos e dava impressão de que poderia ter um 2022 parecido com o que foram as duas últimas temporadas, de muitos pontos, consistência, levando o time nas costas. Não tem rolado.

Na Emília-Romanha e em Miami, raras ocasiões em que o time não teve culpa: Gasly provavelmente teria pontuado não tivesse tomado uma pancada de Guanyu Zhou em Ímola e também iria ao top-10 na Flórida não fosse o acidente com Fernando Alonso, que veio afoito tentar passar em curva apertada.

Mas foi na sequência Espanha-Mônaco que a AlphaTauri caprichou nos vacilos. Em Barcelona, o francês simplesmente passou o fim de semana inteiro com o carro avariado, enquanto que em Monte Carlo a equipe errou o momento de liberar o piloto para a pista na classificação e Gasly caiu no Q1 sem poder abrir a última tentativa. Ainda fez uma corridaça e chegou em 11º, mas certamente merecia pontos e teria os conquistado com uma classificação melhor.

Pierre Gasly brilhou e foi quinto colocado no Azerbaijão (Foto: AlphaTauri)

O quinto lugar em Baku foi praticamente o único momento do ano em que Gasly teve um fim de semana que lembrou 2020 e 2021, ou seja: rápido na classificação e aproveitando a chance na corrida. Não tem sido fácil replicar isso em meio a tantos problemas e a um carro que, sim, é bastante inferior aos dois últimos projetos do time.

"Esse final de semana foi um desastre", disse Gasly. "Tirando a classificação, não estivemos em lugar nenhum em termos de ritmo. Eu tentei fazer tudo que pude dentro do carro, mas no momento não há o que fazer. Acho que precisamos desesperadamente de uma atualização no carro para conseguir algum resultado decente", afirmou na Áustria.

Com exceção feita para a Hungria, em que fez excelente prova de recuperação, e para a Inglaterra, em que foi acertado pelo companheiro Yuki Tsunoda, Pierre caiu de rendimento após o GP do Canadá e isso veio junto da confirmação de que fica na AlphaTauri em 2023. Ainda que fosse algo provável, já que seu vínculo com a Red Bull dura mais um ano, é, sim, um baque para quem sonhava alto.

"Foi tudo muito frustrante. Nada deu certo, simplesmente estava escorregando demais, com muito pouca aderência, principalmente nas curvas de alta velocidade. Tentei tudo que pude no carro para forçar, troquei as linhas [de corrida], mas nada que eu fiz funcionou", comentou depois de ter atualizações no GP da França.

Pierre Gasly não vai a lugar nenhum em 2023 (Foto: AlphaTauri)

E as perspectivas são pouco animadoras para Gasly. Ainda que tenha um talento inquestionável e que seja relativamente jovem - está com 26 anos, as opções vão diminuindo. Helmut Marko, consultor da Red Bull, faz questão de reiterar religiosamente que a chance de Pierre no time austríaco já passou e, na McLaren, que parecia uma boa vaga, Oscar Piastri chegou na frente. Sobrou basicamente a Mercedes, esperando o dia em que Lewis Hamilton se aposentar.

O compasso de espera é muito pouco para o que Gasly merece. Um dos grandes nomes da geração, o francês precisa de mais do que sofrer com a equipe que hoje é, possivelmente, a segunda pior do grid. Por mais difícil que seja, é hora de recolher os cacos e respirar fundo, para aguentar, pelo menos, mais uma temporada e meia com a AlphaTauri. E mostrar para o resto da F1 que não é lá que deve ficar.

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