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Fórmula 1 estuda banir Piquet do paddock para sempre após uso de termo racista

Após o vídeo em que usa uma linguagem racista para descrever Lewis Hamilton duas vezes, Nelson Piquet se tornou problema para Fórmula 1

29 jun 2022 - 11h33
(atualizado às 11h48)
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Fórmula 1 estuda banir Nelson Piquet
Fórmula 1 estuda banir Nelson Piquet
Foto: Reprodução / Grande Prêmio

NELSON PIQUET USA TERMO RACISTA PARA SE REFERIR A LEWIS HAMILTON; PILOTO, F1 E MERCEDES RESPONDEM

A Fórmula 1 levou muito a sério o uso de um termo racista, por parte de Nelson Piquet, para descrever Lewis Hamilton em vídeo que discutia o incidente entre o heptacampeão e Max Verstappen, em Silverstone, no ano passado. Agora, há uma possibilidade real de Piquet ser banido do paddock da Fórmula 1 para sempre.

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A imprensa europeia tem noticiado em uníssona o fato da Fórmula 1 considerar não mais aceitar o tricampeão mundial no paddock. Mais que isso: é a decisão que a F1 está pendendo para tomar, de acordo com a rede de TV inglesa BBC e a revista inglesa Autosport.

Na última terça-feira, após a Fórmula 1, a FIA e a Mercedes iniciarem uma onda de comunicados que, apesar de não citarem Piquet, tratavam da situação e se colocavam em solidariedade a Lewis Hamilton, Damon Hill, campeão mundial de 1996 e atual comentarista da rede de TV inglesa Sky Sports, também tocou no assunto. E foi contundente ao lembrar também a demissão do ex-piloto da Academia da Red Bull, Jüri Vips, após utilizar linguagem racista.

"Isso já passou do limite. Mesmo com algum possível mal-entendido na diferença entre o inglês e o português, certamente é algo sobre o que tem de se desculpar, mas não sei que tipo de desculpas seria suficiente. É muito triste, na verdade. Sinto muito por Lewis por ter de lidar com isso constantemente. É algo que arruína a experiência de ser um piloto da F1 talvez mais do que seja possível da gente entender", afirmou.

Lewis Hamilton pediu ação após uso de termo racista por parte de PIquet (Foto: Mercedes)

"Este caso é um que tem evidência fácil de confirmar de que algo foi dito e feito. Assim como aconteceu com Jüri Vips - e tomaram ação contra Jüri. Precisamos ter certeza de que o esporte não está apenas acenando para o que é politicamente correto. É preciso ser absolutamente claro", decretou.

"Há muito tempo eu quero que o esporte seja abundantemente claro sobre defender certos valores, mas o argumento contra isso era que não podiam ser políticos. Essa era a resposta: não somos uma organização política, não podemos. Mas isso não é política: é decência de valores humanos. E o esporte também tem de ser sobre isso", finalizou.

Hamilton também falou e disse que, após muito tempo para que todos aprendessem, agora é tempo de ações concretas para mudar mentalidades arcaicas.

Depois dos comunicados, da declaração de Hamilton e de Hill, outros pilotos da Fórmula 1 atual também se manifestaram em solidariedade. Foi o caso de George Russell, companheiro de Hamilton na Mercedes, bem como de Esteban Ocon e Charles Leclerc.

"Muito respeito a Lewis Hamilton. Ele fez mais pelo esporte que qualquer piloto em todos os tempos, não apenas na pista, mas fora. O fato de que ele e tantos outros ainda precisam lidar com esse tipo de comportamento é inaceitável. Precisamos nos juntar contra discriminação de todos os tipos", falou Russell.

"Conheço Lewis desde que cheguei à F1. Ele sempre foi extremamente respeitoso comigo e com todos que encontra. Estes valores deveriam ser o padrão com qualquer um no mundo. Os comentários feitos com relação a Lewis não podem ser tolerados, e nós precisamos continuar empurrando o esporte para se tornar mais diverso e inclusivo. Precisamos remover o comportamento discriminatório e a linguagem racista de todas as formas não apenas do esporte, mas da nossa sociedade", falou Leclerc.

"Toda linguagem racista ou discriminatória não tem qualquer lugar em nosso esporte e sociedade. Chega! Trabalhei e passei muito tempo com Lewis ao longo dos anos e sei que tipo de pessoa ele é: sempre genuíno e respeitoso com todos a seu redor. Já fez tanto pela F1 dentro e fora da pista, e estamos orgulhosos por tê-lo à frente de nossa luta por diversidade e inclusão no esporte a motor. Eu estou junto a Lewis em seus esforços de tornar o esporte um lugar melhor para todos", completou Ocon.

Piquet, por sua parte, foi à imprensa internacional na manhã da quarta-feira para se manifestar. Pediu desculpas a Hamilton, mas afirmou que a compreensão mundial se deu por um erro de tradução. Na afirmação, porém, dá a entender que, em português, seria somente uma aplicação normal da expressão em questão 'neguinho'. Quem é capaz de interpretar textos em português, sabe que não é o caso.

"Gostaria de esclarecer a história circulando na mídia em relação a um comentário que fiz durante uma entrevista no ano passado", disse Piquet. "O que disse foi mal pensado, e não vou me defender disso, mas quero esclarecer que o termo usado é um termo amplamente e historicamente usado no português coloquial do Brasil como sinônimo de 'cara' ou 'pessoa' e nunca teve a intenção de ofender", seguiu.

"Nunca usei a palavra que algumas traduções me acusaram de usar. Condeno fortemente qualquer insinuação de que usei a palavra com o propósito de menosprezar um piloto por causa da cor da pele dele", frisou. "Peço sinceramente desculpas a todos que se sentiram afetados, inclusive Lewis, que é um piloto incrível, mas a tradução atualmente circulando nas redes sociais não está correta", frisou.

"Discriminação não tem espaço na F1 e na sociedade e fico feliz em esclarecer o que penso neste sentido", concluiu.

Assim, o futuro de Piquet como figura da F1 e seus eventos está seriamente a perigo.

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