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Fittipaldi critica calendário da F1 com 23 GPs: “É loucura”

Bicampeão acredita que o calendário proposto pela Fórmula 1 pode ser desgastante demais para pilotos e equipes

27 out 2021 - 06h00
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Calendário inchado não agrada a Emerson
Calendário inchado não agrada a Emerson
Foto: IndyCar / Grande Prêmio

A Fórmula 1 anunciou recentemente seu calendário para a temporada 2022. Com 23 corridas, será a temporada mais longa da história da categoria. E a ideia da Liberty Media, empresa controladora da F1, é fazer campeonatos ainda maiores no futuro. 

O calendário inchado tem sido criticado por profissionais envolvidos com o esporte. Emerson Fittipaldi, que esteve presente no GP dos Estados Unidos, engrossou o coro daqueles que criticam o excesso de corridas. Para ele, as 22 corridas da temporada atual já são demais: “Eu não sei como os pilotos conseguem lidar com 22 corridas. É demais, demais. E 23 no ano que vem, é loucura!”, disse o brasileiro em evento em Austin, segundo a Autosport. 

Emerson comparou o período em que correu na F1 e os tempos atuais: “Na nossa época, tínhamos 14, 15 GPs, mas tínhamos testes entre as corridas. Hoje não se testa tanto, mas eles vão para o simulador, fazem treinamentos físicos. E há todos os compromissos entre as corridas hoje em dia. É bem difícil.” 

O bicampeão expressou preocupação não apenas com os pilotos, mas com os funcionários das equipes, que também passam muito tempo em viagem ao longo do ano: “Não só os pilotos, mas os mecânicos, toda a equipe. A Fórmula 1 é muito dura por todo o comprometimento que você tem que ter”, contou Emerson. “Se você parar para pensar quantos dias eles ficam em casa e quantos dias estão viajando durante a temporada, é muita coisa.” 

Apesar de criticar o tamanho do calendário proposto pela Liberty, Fittipaldi apoia outra ideia que a empresa tem para a Fórmula 1: a expansão nos Estados Unidos. Sonho antigo da categoria, a penetração no mercado americano parece estar, finalmente, se tornando uma realidade. O sucesso de público do GP dos Estados Unidos é uma prova disso. 

A maior novidade no calendário de 2022 é justamente a inclusão de uma segunda corrida nos EUA. E a F1 não quer parar por aí. A ideia é, no futuro, fazer ainda mais uma prova em território estadunidense. Por enquanto, Las Vegas é tida como favorita, com Indianápolis correndo por fora como segunda opção. 

Fittipaldi comentou o caminho que vem sendo tomado pela F1: “O GP de Miami foi confirmado para maio do ano que vem, e eles estão tentando uma terceira corrida na América. Acho que querem fazer o grande público americano conhecer a Fórmula 1”. 

A série documental “Drive To Survive”, produzida pela Netflix, se tornou um grande sucesso de público globalmente nos últimos anos, e serviu como porta de entrada para uma nova geração de fãs à categoria. 

Emerson creditou a isso parte do sucesso recente da categoria nos EUA: “Acho que com a interferência das redes sociais e a entrada da Netflix, estamos recebendo uma nova geração de fãs na América, que não era ligada em Fórmula 1. Agora, eles querem assistir à Fórmula 1. Adolescente, ou mesmo mais novos.” analisou Emerson. 

Por fim, o bicampeão frisa que, em sua opinião, a F1 acerta ao optar pelo caminho do crescimento nos Estados Unidos: “Acho que esse é o futuro da categoria: ter números grandes e crescentes na América.” 

Vale a lembrança de que o próprio Emerson é um caso de sucesso no desbravamento do lado ocidental do Atlântico. Depois de se bicampeão e correr pela própria equipe na Fórmula 1, ele se reinventou nos EUA e construiu uma próspera carreira na Indy, conquistando um título da categoria e vencendo duas vezes as 500 Milhas de Indianápolis. 

Parabólica
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