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FIA divulga resultados da investigação do acidente de Grosjean e revela impacto de 67G

FIA lançou investigação dias depois do GP do Bahrein e chegou a uma série de conclusões sobre causas do acidente e o que fazer no futuro

6 mar 2021 - 04h15
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As labaredas de fogo imediatamente após o acidente.
As labaredas de fogo imediatamente após o acidente.
Foto: AFP / Grande Prêmio

A FIA divulgou o resultado da investigação do acidente impressionante de Romain Grosjean no GP do Bahrein, realizado em novembro de 2020. O piloto francês sofreu um impacto de 67g ao colidir contra o guard-rail a 197 km/h, logo antes do carro da Haas se tornar uma bola de fogo.

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Na ocasião, Grosjean tentou ultrapassar Daniil Kvyat na largada, tocou o russo e foi direto para o guard-rail, onde se arrastou até que o carro rompesse a estrutura de aço e se partisse ao meio. Depois disso tudo, pegou fogo. Romain demorou quase meio minuto para conseguir sair das chamas e pular o guard-rail para ser atendido pelo carro médico.

De acordo com a FIA, a investigação englobou entrevistas de todos os envolvidos no incidente, análise das evidências físicas e materiais em vídeo e examinou as informações guardadas pelo carro antes e depois do acidente. Depois disso, a investigação foi do Departamento de Segurança da FIA foi entregue para o Grupo de Estudo de Sérios Acidentes, liderado pelo presidente Jean Todt.

A investigação afirma que Grosjean estava a 241 km/h quando "perdeu o controle na curva três após contado com Kvyat quando tentou ultrapassar da esquerda para a direita na pista". O contato, então, levantou a Haas e colocou o #8 numa "trajetória fora de controle". Segundo a análise da FIA, embora o acidente tenha sido causado pelo contato entre Grosjean e Kvyat, "vários outros carros tiveram um efeito circunstancial mas sem consequências na iniciação de sequências que gerariam um acidente", explicou. Trocando em miúdos, quer dizer que vários outros pilotos tomaram decisões que poderiam ter causado um acidente, mas deram sorte.

Depois disso, Grosjean se chocou ao guard-rail a 192 km/h em 29°. Desta maneira, a força do impacto foi equivalente a 67G - corrigindo o valor de 53G apontado no dia seguinte ao acidente. A FIA apontou, ainda, que o gaurd-rail fracassou e, por isso, as partes de cima e de baixo acabaram deformadas.

O carro acabou tendo o trem de força separado da célula de sobrevivência. A escotilha de inspeção do combustível foi deslocada e a conexão de fornecimento de combustível do motor foi rasgada do reservatório de segurança do tanque de combustível. Assim, o combustível se inflamou durante os últimos momentos do impacto da barreira, começando na parte da traseira da célula de sobrevivência e progredindo para a parte da frente do cockpit conforme o incêndio cresceu.

O pé esquerdo de Romain ficou preso no carro logo após o acidente, mas o piloto conseguiu se soltar ao se livrar da sapatilha. Depois disso, removeu o descanso de pescoço e o volante para deixar o carro. Grosjean saiu do carro 27s após o acidente.

Segundo a investigação, o carro médico chegou à cena 11s após o acidente, velocidade que a FIA pôs como responsabilidade de um atalho que a equipe tomou para evitar de contornar a curva 1, o que "demonstrou conhecimento do local e planejamento".

Ainda sobre o acidente, a investigação enche de elogios o médico-chefe Ian Roberts, o piloto do carro médico Alan van der Merwe e um médico local, que não foi nomeado, mas estava presente no atendimento.

O guard-rail destruído com a pancada de Grosjean (Foto: AFP)

PARA O FUTURO

Baseada no incidente de Grosjean, a FIA estabeleceu áreas de segurança em que pretende evoluir. Uma destas é o desenho do reservatório de combustível dos monopostos de todas as categorias chanceladas por ela. Foram citadas também a geometria da parte dianteira da célula de sobrevivência, que passará por avaliação para revisão de regras relacionadas aos retrovisores, assim como a estrutura da coluna de direção e as regras e homologação do conjunto de apoio da cabeça.

O Índice de Transferência de Calor nas luvas terá regras modificadas, algo que já fora feito em 2020, com intenção de tornar a proteção ainda mais segura contra o fogo - Grosjean queimou as mãos no incêndio. As instalações de barreiras de proteção nos circuitos serão revisadas da mesma forma, bem como os sistemas de abertura e travamento da viseira ao serem expostos ao fogo.

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Por fim, estão em estudo novas barreiras de proteção e um sistema de aviso eletrônico de proximidade e visibilidade que minimizem os efeitos de uma colisão iminente.

Grosjean saiu do acidente com apenas algumas queimaduras e, na semana passada, realizou o primeiro teste na Indy. Irá disputar a temporada 2021 da Indy pela Dale Coyne nas pistas mistas e de rua.

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