Ferrari propõe regra que transfira custos de acidentes para equipe do culpado
Mattia Binotto, chefe da Ferrari, defende que custos de reparo nos carros sejam pagos pelas equipes causadoras dos danos. A questão ganha importância no contexto do teto orçamentário
Passado o caótico GP da Hungria e o strike da largada, que decretou o fim de prova para Charles Leclerc, após o carro #16 ser atingido por Lance Stroll, a Ferrari segue com a cena do acidente na retina e novamente mostra insatisfação. Não só por perder o monegasco em uma corrida com chance clara de pódio, mas também por arcar com custos financeiros quando nem culpa teve.
Em entrevista veiculada pelo site americano Motorsport.com, Binotto sugeriu que os custos oriundos de acidentes causados por outros pilotos sejam pagos pela equipe do piloto culpado pelo incidente. Ou seja, tirando da equipe vitimada o custo da operação.
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"Creio que esta discussão tem cabimento em um futuro próximo, com outros chefes de equipe, a FIA e a Fórmula 1. Claro, que se você não for culpado, ter um rombo tão grande no orçamento é algo que traz mais consequências, principalmente agora", disse Binotto.
"Devemos dar exemplos? Não estou certo de que esta seja a solução, talvez seja difícil de ser policiado. Mas penso que deveríamos considerar isso. Se um piloto causa um acidente, a equipe dele deve cobrir os custos de danos e reparos da equipe prejudicada. Isso deixaria os pilotos mais responsáveis", analisou Binotto.
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Dentro do paddock, a mudança defendida por Binotto é vista com bons olhos por outros chefes de equipe. Christian Horner, chefão da Red Bull vai ao encontro das falas do dirigente da Ferrari após sofrer danos sérios nos dois carros por erro de Valtteri Bottas.
"É algo brutal, ainda mais sob um teto orçamentário. Creio que reafirma que quando você sofreu um acidente que não é sua culpa, você paga um preço significativo por isso em algo que nem está no orçamento. Penso que isso deve ser olhado com atenção pela FIA", analisou Horner.
"Obviamente, você tem que olhar o que está sob o teto orçamentário, são as peças de reposição e os motores também, o que é particularmente preocupante. Acho que precisamos revisar isso com a FIA porque, em última análise, é algo que pode afetar todas as equipes, não apenas Red Bull", concluiu o taurino.
