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Ferrari e Red Bull se opõem em 'dia de testes' na Espanha. Mercedes reage

A sexta-feira de treinos livres do GP da Espanha foi cheia de experimentos, uma vez que a maioria das equipes decidiu colocar na pista peças novas. A Ferrari comandou o dia, mas tem com que se preocupar. Isso porque a Red Bull segue forte. Enquanto isso, a Mercedes tenta reagir e, ao que parece, achou uma luz no fim do túnel

20 mai 2022 - 18h05
(atualizado às 18h32)
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Charles Leclerc foi mesmo o mais veloz do dia
Charles Leclerc foi mesmo o mais veloz do dia
Foto: Ferrari / Grande Prêmio

A sexta-feira (20) em Barcelona lembrou mais um dia de pré-temporada do que de treinos livres para um fim de semana de GP. Isso porque a maior parte das equipes preferiu testar suas novidades e promover comparações entre aquilo que já foi usado em 2022 e o que se espera daqui para a frente. Certamente, será uma longa noite nos escritórios do paddock da pista catalã. A começar pela líder Ferrari. Charles Leclerc cravou o melhor tempo do dia, mas não saiu totalmente satisfeito. Ainda há lacunas que precisam ser preenchidas e uma séria preocupação, que parece atingir a todos. De toda a forma, as sessões terminaram com algumas respostas, mas muitas perguntas. De certo, apenas que as duas principais rivais têm forças diferentes na Espanha.

No que diz respeito à escuderia italiana, o dia foi de muitos testes. Afinal, há um enorme pacote de atualizações em curso. Os engenheiros buscam velocidade de reta, mas também querem garantir uma boa eficiência aerodinâmica em uma pista que pede downforce. Nesse cenário, o time cumpriu bem a tarefa. A F1-75 é veloz e apresentou o melhor ritmo de classificação do grid, o que explica em partes a liderança do monegasco.

A nova asa traseira e uma configuração refinada colocaram os vermelhos em uma forte posição para tentar a primeira fila no sábado. Mas há um problema: o desgaste excessivo dos pneus. Sob temperaturas altas, na casa dos 30ºC, e numa pista abrasiva, a borracha da Pirelli exige cuidado. No caso ferrarista, existe uma preocupação com os pneus médios, especialmente. "Nossas voltas de classificação não parecem ruins, mas temos trabalho a fazer, especialmente com o nosso ritmo de corrida e gerenciamento de pneus", disse Leclerc.

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O líder da F1 2022 tem razão. Por conta de degradação, a Ferrari sofreu uma queda de rendimento e chegou a ficar atrás de Lewis Hamilton - enquanto o heptacampeão fechou um bom stint com os compostos amarelos na casa de 1min26s6, Leclerc andou em média em 1min27s0. Ao longo da sessão, precisou gerenciar com mais cautela os pneus, muito embora tenha conseguido impor uma performance maior com os pneus macios vermelhos.

"Os stints que fizemos com os compostos macios foram melhores do que os feitos com os médios. Hoje à noite, vamos analisar nossos dados mais recentes para descobrir onde podemos melhorar, pois as condições são muito diferentes da última vez que estivemos aqui, nos testes de inverno", explicou Charles.

Esse é o ponto em que a Red Bull se mostrou mais forte. Ainda que Max Verstappen e Sergio Pérez não tenham figurado no topo da tabela, o foco do trabalho entre os taurinos esteve realmente no ritmo de corrida. A equipe dos energéticos trouxe pequenas mudanças, mas nada que tenha chamado a atenção. O grande acerto está por baixo da pintura: o peso. Os austríacos foram capazes de reduzir muito o RB18 para tentar alcançar o limite mínimo. E isso parece ter tido resultado na performance em prova.

Ninguém foi melhor Verstappen neste quesito. O holandês estabeleceu uma sequência de 14 voltas consistentes em cima dos compostos médios, andando numa média de 1min26s0. Pérez foi em outra direção. O mexicano rodou com os pneus macios, em um desempenho muito semelhante ao de Carlos Sainz com a Ferrari.

Mesmo assim, Max entende que a Red Bull ainda não encontrou o acerto ideal para o circuito espanhol. É meio complicado encontrar o equilíbrio certo. Ainda temos de trabalhar o ritmo de classificação, mas o ritmo de corrida parece bem decente. Estou feliz com essa parte, mas precisamos encontrar um meio do caminho", afirmou Max após o treino em entrevista à rede de TV inglesa Sky Sports.

Então, há a Mercedes. "Agora sabemos o que não fazer", disse o engenheiro Andrew Shovlin. Os alemães enfim colocaram à prova um robusto pacote de atualizações, que vai do assolhado às asas. A ideia é controlar de ver o porpoising e ganhar velocidade, eficiência e gerenciamento de pneus. Os primeiros sinais foram promissores, embora George Russell tenha contido a euforia. E está correto. Ainda é cedo para decretar a volta dos heptacampeões ao bolo da frente.

Só que alguns pontos são verdadeiros: os quiques em reta parecem ter diminuído drasticamente, enquanto em curva ainda seguem dando dor de cabeça. Mas não deixa de impressionar o fato de que, em ritmo de corrida, o carro prata ficou muito próximo dos números da Ferrari - até melhor nas mãos de Hamilton.

"É a primeira vez que pilotamos na reta sem quicar - quer dizer, ainda temos um pouco de quiques, mas está muito melhor", disse o recordista de vitórias da F1. "Ainda é difícil, mas está muito mais suave do que antes. Estou realmente grato por essas melhorias. Agora, precisamos ajustá-las para a próxima sessão e 'madrugar' analisando os dados para tentar posicionarmos melhor o carro", completou Hamilton.

+Red Bull verde? Mercedes redesenhada? As atualizações das equipes da F1 na Espanha

Tal como em Miami, o sábado vai sinalizar também se o caminho adotado agora é real. "Vamos usar o simulador em Brackley essa noite, para tentar dar um pouco mais de tempo ao carro, mas pelo menos temos uma boa plataforma para basear isso e esperamos encontrar um pouco mais amanhã", revelou Shovlin.

O engenheiro da Mercedes também destacou o que parece ser um fator determinante nessa encalorada Barcelona: os pneus. Ou melhor a degradação da borracha. "As condições quentes aqui estão dificultando o desempenho dos pneus, é muito fácil superaquecê-los e as taxas de desgaste estão altas, o que deve tornar a estratégia mais interessante."

GRANDE PRÊMIO cobre in loco as ações da categoria no Circuito de Barcelona-Catalunha com Eric Calduch e, além disso, acompanha tudo AO VIVO e em TEMPO REAL. No sábado, o terceiro treino livre está marcado para as 8h [de Brasília, GMT-3]. Mais tarde, a classificação começa às 11h.

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