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Equipes F1 2022: Williams, a ressurreição adiada mais uma vez

A Williams era quem colocava mais esperanças no novo regulamento. Porém, o FW44 não foi bem nascido e a recuperação fica para 2023...

6 dez 2022 - 12h47
(atualizado às 14h27)
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Alex Albon com o FW44 em Interlagos. O tailandês foi o lider do time em 2022
Alex Albon com o FW44 em Interlagos. O tailandês foi o lider do time em 2022
Foto: Williams Racing / Divulgação

Carro: Williams FW44

Posição no Campeonato de Construtores: 10º lugar – 8 pontos

Posição no Campeonato de Pilotos: Alex Albon (19º lugar – 4 pontos), Nicholas Latifi (20º lugar – 2 pontos), Nyck De Vries (21º lugar – 2 pontos).

De todas as equipes, talvez a Williams tenha sido aquela que mais tentou se preparar para o novo regulamento. Desde quando foi anunciado, o time se moldou para isso, ainda sob o comando de Claire Williams. Isso até prejudicou o desempenho, pois o conceito básico do FW42 de 2019 acabou sendo usado e somente atualizado.

Muita gente questionou como o time responderia com a ausência de George Russell, que foi o esteio do time nas últimas temporadas. Embora dinheiro não fosse necessariamente um problema, as finanças estiveram apertadas e Nicholas Latifi seguiu por mais uma temporada, trazendo o apoio canadense. Para comandar o time, embora muito tenha se falado em Nyck De Vries por influência da Mercedes, foi escolhido Alex Albon, após um ano trabalhando como reserva da Red Bull.

Quando apresentado, o FW44 chamou a atenção não só pela pintura em diversos tons de azul, mas pelas laterais curtas, quase antecipando o conceito zeropod da Mercedes (o que não seria uma surpresa, já que o pacote mecânico é o mesmo). A visão era a mesma: aproveitar a área de impacto regulamentar para direcionar o ar nas laterais.

Latifi na pré-temporada em Barcelona. O FW44 trouxe a sua interpretação de lateral curta, que foi abandonada no meio do ano
Latifi na pré-temporada em Barcelona. O FW44 trouxe a sua interpretação de lateral curta, que foi abandonada no meio do ano
Foto: Williams Racing / Divulgação

Nos treinos de pré-temporada, a equipe se posicionou na parte de baixo da tabela e mostrou mais uma vez um problema crônico: a falta de pressão aerodinâmica. Além disso, também era um dos carros mais pesados do grid. Isso motivou o FW44 ir trocando sua cor azul pelo preto da fibra de carbono que ficou cada vez mais aparente...

Diante do problema de um carro pesado e com pouca pressão, a solução era aproveitar a alta velocidade final (a Williams foi geralmente um dos carros com mais velocidade final ao longo do ano) e buscando estratégias alternativas. Isso deu certo na Austrália, quando Alex Albon fez somente uma parada e fez a praticamente a corrida toda com um único jogo de pneus.

Aliás, Albon foi o nome da equipe, embora oficialmente a Williams esperasse uma colaboração maior de Latifi. O tailandês conseguiu tirar o melhor do carro e chegou até a ir para o Q2 algumas vezes e até para o Q3. Especialmente após Silverstone, quando a equipe estreou um novo pacote aerodinâmico, abandonando o conceito de laterais curtas e adotando algo na linha da Red Bull.

Latifi acabou sendo superado até com certa facilidade por Albon. E a situação ficou mais difícil para ele após Nyck De Vries ter que assumir o lugar de Albon às pressas em Monza e este ter conseguido pontuar (9º lugar). Não â toa que este resultado aumentou novamente as chances do neerlandês assumir um posto de titular em seu lugar.

Capito e De Vries comemoram o 9º lugar em Monza. Um dos pontos altos do ano.
Capito e De Vries comemoram o 9º lugar em Monza. Um dos pontos altos do ano.
Foto: Williams Racing / Divulgação

Em todo caso, o boa praça canadense, que ficou marcado pelo acidente em Abu Dhabi em 2021, conseguiu marcar 2 pontos no Japão e sai da F1 pelo menos com esta história para contar. Para seu lugar, após namorar muito mais uma vez com De Vries e ter Piastri muito perto, a Williams apostou na juventude norte-americana de Logan Sargeant, 3º lugar na F2 este ano.

A esperança da Williams é que 2023 seja o ano em que realmente a equipe dê um salto para frente. Jost Capito acumulou os papéis de chefe de equipe e CEO e conseguiu manter o time coeso e motivado. Albon se mostrou à vontade no papel de líder, embora recentemente o Diretor Técnico FX Demaison tenha dito que ele precisasse ser “mais duro”.

Alex Albon se transformou no esteio da Williams ao longo da temporada
Alex Albon se transformou no esteio da Williams ao longo da temporada
Foto: Williams Racing / Divulgação

A Dorilton Capital segue comprometida com o projeto e vem trabalhando na recuperação da Williams, que voltou a ser uma equipe bem-vista como porta de entrada. Foi cortejada pela Audi e agora se fala novamente em conversas com a Porsche para 2026. Jost Capito e Cia. espera que 2023 seja o ano em que a Williams possa realmente mostrar que o trabalho feito na reconstrução fora da pista se traduza em pontos.

Parabólica
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