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Com experiência de sobra, Räikkönen é aposta de baixo risco para Alfa Romeo em 2021

Kimi Räikkönen não está mais no auge, mas ainda tem mais a oferecer à Alfa Romeo do que Antonio Giovinazzi. A experiência transforma o finlandês em bom nome para 2021, talvez até mesmo como mentor do provável estreante Mick Schumacher

20 out 2020 - 07h44
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Kimi Räikkönen voltou a decepcionar e larga na última posição
Kimi Räikkönen voltou a decepcionar e larga na última posição
Foto: Alfa Romeo / Grande Prêmio

Kimi Räikkönen está próximo de confirmar a permanência na Fórmula 1 por mais um ano. O piloto finlandês chegou a parecer distante de uma renovação para 2021, mas o panorama virou de cabeça para baixo nas últimas semanas. Diversos veículos da imprensa europeia dão a dupla Kimi e Mick Schumacher como algo certo na Alfa Romeo. A situação, entretanto, surpreende: será que o campeão, agora com 41 anos, ainda tem algo de positivo para trazer à escuderia?

A resposta depende da ótica a ser analisada. Uma pessoa mais crítica poderia dizer que Kimi já não está mais no auge. E é verdade: os resultados após a saída da Lotus em 2013 nunca mais foram os mesmos, mesmo tendo um carros dos mais competitivos na Ferrari em 2017 e 2018. A idade, claro, também pesa. Não seria surpresa alguma se Kimi quisesse seguir por mais um ano, mas apenas para ouvir um 'não' do chefe Frédéric Vasseur. O tempo chega para todo mundo, afinal.

Só que uma análise plenamente negativa ignora o outro lado da moeda: Räikkönen ainda tem o que oferecer, mesmo sem estar mais no auge. Um Kimi decadente ainda consegue resultados melhores que Antonio Giovinazzi, por exemplo. Depois de um começo de temporada ruim, o finlandês engatou uma boa fase no GP da Bélgica, quase sempre aparecendo por cima e virando candidato aos pontos em condições favoráveis. Se um dos dois tiver de ser eliminado, quase todos concordam que este há de ser Giovinazzi, que tem resultados menos empolgantes e, como um todo, pouco o que oferecer à Alfa Romeo.

Kimi Räikkönen e Mick Schumacher: essa é a dupla de 2021? (Foto: Alfa Romeo)

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Quando se fala em algo a oferecer, fala-se em experiência. É essa a chave de Räikkönen para seguir atraente. O finlandês tem plenas condições de seguir apoiando o desenvolvimento do carro da Alfa Romeo, algo ainda mais importante dada a má fase atual e a derrocada para a parte de trás do grid. Esse conhecimento serve para Vasseur e companhia, mas também para Schumacher.

Se o alemão confirmar expectativas e virar o novo segundo piloto em Hinwil, há muito o que aprender com Kimi. É a tal dupla dos sonhos para uma equipe média: um piloto experiente e uma jovem estrela com potencial para crescer. Räikkönen é quem pode ser o mentor de Schumacher e do projeto inteiro da Alfa Romeo na F1, não Giovinazzi.

Nesse cenário, Räikkönen não precisaria de um contrato muito duradouro. Assinar por um ano seria suficiente para ajudar Schumacher a se acostumar com a F1, isso enquanto a Alfa Romeo ganha tempo para pensar em um substituto à altura.

Dá para argumentar que Sergio Pérez seria um piloto mais capacitado para cumprir a função hoje desempenhada por Räikkönen. Faz sentido no papel, já que o mexicano é mais jovem, voltou a encontrar boas performances após um começo de ano difícil e, de quebra, tem apoio financeiro. Só que a palavra da vez em Hinwil aparenta ser 'continuidade'. É sabido que pilotos precisam de tempo para se adaptar a novos carros e novos ambientes, o que levaria à incerteza sobre um bom começo de Pérez em 2021. Combinando isso com o provável começo turbulento de Schumacher na F1, estaria desenhada uma temporada preocupante para a Alfa Romeo.

Antonio Giovinazzi é simplesmente menos atraente que Kimi Räikkönen (Foto: Alfa Romeo)

Todos esses pontos, entretanto, serão invalidados se Räikkönen decidir não continuar em 2021. Por mais que o finlandês tenha aparente disposição para renovar por mais um ano, não há palavra oficial. E, da parte do próprio Kimi, incerteza de sobra.

"Claro que nós tivemos algumas conversas com a equipe", apontou Räikkönen, entrevistado pela Sky Sports. "É minha decisão no fim das contas. Ainda veremos como as coisas vão caminhar. Eu gosto de correr, mas é claro que é mais divertido quando vamos bem. Não sei o que vai acontecer, ainda não tenho nada assinado. Não decidi e é simples assim", destacou.

Räikkönen já disse na segunda temporada do Drive to Survive, série da F1 no Netflix, que pilotar "é um hobby" e que pode parar "quando quiser". Isso tudo provavelmente é verdade e combina bem com o estilo que tanto conhecemos de Kimi. Só que sabemos bem que, depois de duas décadas no grid, ele também não parece soltar o osso tão facilmente. Desse jeito, um ano extra de Räikkönen na F1 em 2021 ganha contornos de realidade. Para o bem dele, da Alfa Romeo e de quem quer simplesmente um piloto lendário no grid por mais tempo.

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