PUBLICIDADE

Chefe exalta apoio da Mercedes ao lidar com questões de saúde mental na pandemia

Toto Wolff contou que chegou a questionar durante o ano passado se queria continuar na Fórmula 1, mas encontrou dentro da Mercedes o apoio necessário para se reencontrar. O dirigente citou nominalmente James Allison, o diretor-técnico da equipe

16 jun 2021 - 06h26
Compartilhar
Exibir comentários
Toto Wolff contou que pandemia o fez questionar futuro na Fórmula 1
Toto Wolff contou que pandemia o fez questionar futuro na Fórmula 1
Foto: Mercedes / Grande Prêmio

Toto Wolff exaltou o apoio que recebeu da Mercedes ao lidar com questões de saúde mental na temporada passada da Fórmula 1. O dirigente revelou que ficou em dúvida sobre seguir trabalhando no Mundial ou procurar outro rumo para a própria carreira.

Nos últimos dias, o mundo da F1 tem falado mais abertamente sobre saúde mental. Lewis Hamilton, por exemplo, reconheceu a dificuldade que teve com a pressão do esporte e dos holofotes. Daniel Ricciardo e Lando Norris também abordaram a questão.

Toto Wolff destacou que a Mercedes tem uma estrutura capaz de oferecer apoio aos funcionários
Toto Wolff destacou que a Mercedes tem uma estrutura capaz de oferecer apoio aos funcionários
Foto: Steve Etherington/Mercedes / Grande Prêmio

Conheça o canal do Grande Prêmio no YouTube! .

Siga o Grande Prêmio no Twitter e no Instagram!

O chefe da Mercedes, por sua vez, comentou que nem todo mundo que vive sorrindo para as câmeras é plenamente feliz e recordou uma crise que teve no passando, quando quis deixar o mundo das finanças.

"Percebi que como alguém que está mais nos holofotes, diante das câmeras representando marcas fantásticas como a Mercedes e a Petronas, preciso ser autêntico", disse Wolff durante um fórum do LinkedIn com a Said Business School. "Mas quando vejo as pessoas que têm, digamos, papéis mais visíveis, você tende a achar que eles estão felizes e têm tudo na vida, bons relacionamentos, dinheiro e sucesso. E a verdade é que essa não é uma regra universal", seguiu.

"Antes de me juntar à F1, tive uma verdadeira crise de meia-vida. Não sabia se deveria ficar no ramo das finanças ou se deveria fazer alguma outra coisa e me vi no GP de Mônaco por pura coincidência", relatou. "Para mim, todos que estavam trabalhando nas equipes viviam vidas perfeitas, então avançando 20 anos, me vi na mesma situação", apontou.

"Às vezes, só precisamos entender que estamos tendo dias ruins, semanas ruins ou meses ruins, onde precisamos passar um tempo com nós meses e tentar compreender o que nos deixa felizes ou não", ponderou. "Essa reflexão ajuda a entender melhor como estruturar sua vida", avaliou.

O executivo reconheceu também que, assim como muitas pessoas, lida com questões de saúde mental.

"Como muitas outras pessoas, tenho dificuldade com questões de saúde mental e tenho uma grande equipe… não é uma situação universal de 'estou patologicamente doente'", comentou. "É mais que eu reconheço que todas as melhores pessoas com quem trabalhei têm um tempo de descanso e, se tem um ótimo grupo de pessoas ao redor, esse grupo carrega a bola", ponderou.

"Para mim, foi assim no ano passado. Veio a Covid e eu não sabia realmente se queria continuar no esporte, se eu era alguém com um único talento ou se eu queria voltar para o mundo das finanças", contou. "Por meses, não consegui encontrar uma resposta para a minha pergunta e aí, obviamente, você não está em sua melhor versão", reconheceu.

"Para proteger a organização, para criar a melhor estrutura possível, você precisa se cuidar", frisou.

Por fim, Wolff revelou o apoio que recebeu de James Allison, diretor-técnico da Mercedes neste momento de questionamento.

"Tem uma coisa que meu diretor-técnico dizia quando eu falava que 'não estou em minha melhor versão, voltarei em alguns dias'. Ele dizia: 'Tire o tempo que precisar, pois quando você voltar, precisa espalhar seu pó mágico. Se sentir que não pode fazer isso no momento, tudo bem, vamos carregar a bola'", seguiu.

"Isso é algo que achava muito reconfortante e que mostrava que a organização da qual fazemos parte é realmente forte e que, se você precisar se afastar por um momento, outra pessoa vai tocar a bola", concluiu.

Grande Prêmio
Compartilhar
Publicidade
Publicidade