PUBLICIDADE
URGENTE
Saiba como doar qualquer valor para o PIX oficial do Rio Grande do Sul
John Watson a caminho da primeira vitória do MP 4/1 em Silverstone, em 1981  Foto: McLaren

Carros que mudaram a F1: McLaren MP4/1 (1981-1983)

O marco da nova fase da McLaren fez a F1 e o automobilismo mudar a forma de construção de carros

Imagem: McLaren
  • Sergio Milani Sergio Milani
Compartilhar
4 abr 2024 - 08h00
(atualizado às 10h07)
John Watson a caminho da primeira vitória do MP 4/1 em Silverstone, em 1981
John Watson a caminho da primeira vitória do MP 4/1 em Silverstone, em 1981
Foto: McLaren

Coisa boa sempre merece voltar. Após algum tempo, retomamos a série “Carros que mudaram a F1”. A lógica era fazer a construção cronológica. Mas estrategicamente, um capítulo foi pulado e vamos abordar um carro que revolucionou a construção dos carros, marcando a F1 até agora e marcou o renascimento de uma marca de importância para a F1: O McLaren MP4/1.

Mas antes cabe contar o contexto de como este carro surgiu.

Na segunda metade da década de 70, a F1 passou por uma de suas viradas tecnológicas mais impressionantes. A Lotus trouxe o efeito solo e mudou totalmente a forma de desenhar um carro de corridas. Não foram poucos que apanharam para achar a fórmula. A McLaren estava neste grupo. 

A equipe britânica teve um crescimento seguro e se posicionou como uma das principais da categoria após os títulos de Emerson Fittipaldi e James Hunt em 1974 e 1976. O M23, lançado em 1972, permitiu dar o passo definitivo para disputar vitórias. Os tempos eram outros e Gordon Coppuck, o responsável pela área de projetos, foi incorporando melhorias ao projeto original a cada ano.

James Hunt com a McLaren M23 no GP do Brasil de 1976
James Hunt com a McLaren M23 no GP do Brasil de 1976
Foto: F1 / X

Mas em 1976, o efeito solo dava seus primeiros passos e a McLaren sabia que o M23, embora confiável, não tinha mais para onde ir. A primeira ação foi a concepção do M26, ainda muito baseado no modelo anterior. A intenção era usá-lo a partir do GP da Espanha, quando o novo regulamento técnico fosse introduzido. Mas os resultados iniciais não foram bons e como o M23 ainda entregava resultados, o carro só foi usado uma vez por Jochen Mass no GP da Holanda, sem um bom desempenho.

James Hunt obteve o título e a McLaren ainda iniciou 1977 com o M23 e optou por trabalhar mais no M26 para 1977, o utilizando efetivamente a partir do GP da Espanha. O carro ainda permitiu ao inglês 3 vitórias naquela temporada, mas ter um carro com efeito solo passou a ser extremamente necessário para seguir na frente.

James Hunt com o M26 no GP´da Espanha de 1977
James Hunt com o M26 no GP´da Espanha de 1977
Foto: McLaren

O modelo M27 apareceu na pré-temporada de 1978, mas não incorporava o conceito do efeito solo e não rendeu de jeito algum (chegou a aparecer bem mexido nos treinos livres do GP da Grã-Bretanha, mas sem sucesso). A McLaren se viu tendo que usar o M26 e passou o ano em branco, obtendo um 8º lugar na tabela de Construtores, com 15 pontos.

Em 1979, o time apresentou o M28, seguindo a receita de laterais largas para obter o máximo do efeito-solo. Inicialmente, o carro andou bem nos testes de pré-temporada. Só que quando a temporada começou, nada se concretizou e a equipe concebeu em menos de 3 meses o M29, um passo à frente mas não o necessário suficiente. Os mesmos 15 pontos e a 7ª posição nos Construtores.

Patrick Tambay com o McLaren M28 com a pintura da cerveja Lowenbrau em Long Beach 1978
Patrick Tambay com o McLaren M28 com a pintura da cerveja Lowenbrau em Long Beach 1978
Foto: McLaren / X

Diante do quadro, a Phillip Morris, tabaqueira dona da Marlboro, principal patrocinadora, começou a se preocupar com o rumo que as coisas tomavam. A F1 mudava e a McLaren se debatia tecnicamente para voltar a lutar por vitórias e títulos. Um ponto questionado era a liderança do time: Teddy Mayer e Tyler Alexander, que assumiram o time desde a morte de Bruce McLaren e fizeram uma boa gestão na primeira metade dos anos 70. Mas não funcionava naquele momento...

A diretoria da McLaren em 1970: Bruce McLaren, Tyler Alexander, Teddy Mayer e Phil Kerr
A diretoria da McLaren em 1970: Bruce McLaren, Tyler Alexander, Teddy Mayer e Phil Kerr
Foto: F1

Um choque de gestão parecia necessário e um nome aparece na equação: Ron Dennis. 

O britânico era um dos exemplos de construção de carreira no automobilismo: começou com 18 anos como mecânico da Cooper na década de 60 e quando Jack Brabham resolveu montar sua equipe, Ron foi com ele. O jovem foi mostrando competência e se colocando com maiores responsabilidades. Em 1971, com a saída de Jack, resolveu montar a sua própria equipe na F2, a Rondel (em parceria com Neil Trundle) com chassi Brabham. Os resultados foram animadores e o próximo passo era a F1. Originalmente, o plano era entrar em 1974, com o apoio da Motul. Só que veio a crise do petróleo e o projeto não foi à frente. O carro deste projeto mudou de mãos e foi para a pista, batizado de Token. Foram 3 largadas e nenhuma chegada.

Jack Brabham e Ron Dennis em uma discussão nos boxes em um momento da temporada 1970
Jack Brabham e Ron Dennis em uma discussão nos boxes em um momento da temporada 1970
Foto: McLaren / X

Parecia tudo perdido para Ron Dennis. Daí, começou a relação com a Philip Morris: Em 1975, a pedido da tabaqueira, Ron montou uma equipe de F3 para acomodar 2 pilotos equatorianos, a Project 3. Em 76 e 77, a equipe foi bem e o motivou a expandir para a F2, fundando a Project Four (inclusive tendo Ingo Hoffman e Chico Serra entre seus pilotos), inclusive sendo equipe oficial da BMW. Com os resultados, Ron Dennis pensou: por que não tentar de novo a F1?

Como havia um relacionamento por conta da F2, Ron bateu na porta da Philip Morris para buscar apoio para a empreitada. A tabaqueira viu a oportunidade...

Sob as bençãos de John Hogan, todo-poderoso da Phillip Morris, Ron Dennis e Teddy Mayer começaram a conversar. Após um estranhamento inicial, um acordo foi feito em setembro de 1980: Nasceu a McLaren International, vinda da fusão da Project Four com a McLaren Racing. Ron Dennis assumiu uma parte da nova empresa, em conjunto com Tyler Alexander e Teddy Mayer (remanescentes da McLaren).

John Barnard, Teddy Mayer e Ron Dennis na apresentação da criação da McLaren International em 1980
John Barnard, Teddy Mayer e Ron Dennis na apresentação da criação da McLaren International em 1980
Foto: McLaren

A esta altura, a McLaren seguia tentando e sofria com o M29C, que tinha um desempenho razoável, mas com problemas de suspensão e preparação. Alain Prost estreava na F1 com este carro e já mostrando um pouco do seu talento. Ainda tentaram uma cartada com um carro novo, o M30. O máximo que a equipe conseguiu foram 2 quartos lugares com John Watson.

O início da concepção

Para iniciar os trabalhos desta nova era, um personagem importante aparece nesta hora: o engenheiro John Barnard. Ele começou sua carreira na Lola e esteve na própria McLaren em 72, onde trabalhou nos projetos do M23 e do M16 da Indy. Fez o seu nome nos Estados Unidos ao projetar o vencedor Chaparral 2K para Jim Hall, que venceu a Indy 500 de 1980. Em paralelo, prestou consultoria para a construção do HR100 de Hector Rebaque, que passou pela F1 em 1979 sem brilho algum.

Ron Dennis o convenceu a trabalhar no projeto de seu F1. O nome de Barnard havia sido sugerido pela Phillip Morris à McLaren, mas não houve qualquer movimento para incorporá-lo. Nesta nova estrutura, o técnico veio como responsável pela área técnica, no lugar de Frank Coppuck.

Barnard pensou em um carro moderno e que colocasse a McLaren de volta ao pelotão da frente. E em suas pesquisas, após uma visita à British Aerospace, percebeu as carenagens de um motor Rolls Royce usavam fibra de carbono e kevlar em sua construção. Além de leve e de razoável flexibilidade, suportavam as grandes forças geradas pelas altas velocidades.

Fibra de carbono (cerca de 1/10 do fio de cabelo humano) e kevlar são materiais que aparentam ser extremamente frágeis. É quase como juntar barro e tecido. Só que a resistência dos dois é impressionante. A dupla não era desconhecida para a F1.  Só que os custos eram altos e as equipes usavam alumínio, molibidênio e o honeycomb (alumínio disposto em forma de colméia). Com a introdução do efeito-solo e a grande pressão aerodinâmica gerada (até então), os chassis não suportavam a torção gerada, o que prejudicava o desempenho (o Fittipaldi F6 teve sua grande falha neste sentido).

Prazer, fibra de carbono
Prazer, fibra de carbono
Foto: Wikipedia

Dennis e Barnard procuravam algum lugar para construir este chassi na Inglaterra, sem sucesso. Peter Wright, da Lotus, também caminhava nesta solução, principalmente após o fracasso do Lotus 80, de 1979. E a solução veio nos Estados Unidos.

A Hercules Aerospace, sediada em Utah, fornecedora da NASA, se mostrou à disposição de atender a McLaren após Barnard ter levado uma maquete do MP4/1 para análise. Com um cheque em branco dado pela Phillip Morris, fecharam acordo. Os desenhos eram enviados por Barnard da Inglaterra e construídos em Salt Lake City sob a coordenação de um tal de Steve Nichols. Uma vez feitos, os painéis eram enviados de volta para a Inglaterra para montagem. Neste processo, Nichols acabou se juntando à equipe McLaren.

Em 05 de março de 1981, dias antes do início oficial da temporada (após o famigerado GP da Africa do Sul que não valeu), a imprensa era convidada a comparecer em Silverstone para ver aquele que era então o mais caro carro de F1 feito até então. O MP4/1 (M de McLaren e P4 de Project Four) chamou a atenção por ser um monoposto elegante e bem acabado, embora seguisse a linha de colocar o piloto bem à frente e laterais altas para aproveitar ao máximo o fundo do carro para o efeito-solo.

McLaren MP 4/1 na apresentação em Silverstone
McLaren MP 4/1 na apresentação em Silverstone
Foto: X / Reprodução

Aerodinamicamente, não chamou tanto a atenção. Mas o segredo estava embaixo da carroceria: o monocoque era inteiramente feito em fibra de carbono e kevlar (chamado de material compósito). Trazia mais simplicidade na hora de montar (basicamente 5 peças) e uma economia de 30% de peso, o que permitia à McLaren ficar dentro do peso mínimo e trabalhar bastante com lastro. Outra curiosidade era que a caixa de câmbio era comprada junto à Tyrrell....

A simplicidade do chassi do McLaren MP4/1
A simplicidade do chassi do McLaren MP4/1
Foto: X / Reprodução

Para pilotar, foi um jogo de quebra-cabeças. John Watson, que estava com a equipe desde 1979, era uma das escolhas. A permanência foi bancada por Teddy Mayer e Tyler Alexander. O jovem francês Alain Prost foi cogitado para permanecer, mas havia perdido a confiança na equipe após tantos problemas de confiabilidade (Prost perdeu o GP dos Estados Unidos em Long Beach porque havia contundido o punho por uma batida ocasionada por uma falha de suspensão) e aceitou o convite para se juntar à Renault.

A Phillip Morris insistia por um nome de peso, mas poucos estavam disponíveis. Mas uma solução estava à mão: o filho do distribuidor italiano da empresa, Andrea de Cesaris, estava disponível. O cartel na base era interessante: Obteve o vice-campeonato de F3 inglesa em 1979 e um 5º lugar na F2 em 1980 pela equipe de Ron Dennis, a Project Four. A Marlboro apoiava bastante a carreira do menino e aceitou a escolha...

Com o apoio do pai: Andrea de Cesaris rumo ao título da F3 britânica em 1979
Com o apoio do pai: Andrea de Cesaris rumo ao título da F3 britânica em 1979
Foto: X / Reprodução

O dinheiro gasto e a pressão eram grandes. Na apresentação, John Hogan, presidente da Phillip Morris, candidamente falou a Ron Dennis e John Barnard: é melhor que este carro vença. Barnard respondeu que o carro venceria pelo menos uma vez naquele ano.

Com o tempo curto, o único MP4/1 pronto foi destinado para Watson usar em Long Beach, enquanto De Cesaris ficava com o velho M29F. Porém o irlandês teve uma série de problemas de alimentação e refrigeração e também usou o M29F. Largaram no fim do pelotão e não fizeram mais do que 16 voltas.

Como o processo de fabricação era complicado e o tempo curto, optaram por usar o carro antigo no Brasil e reapareceu novamente na Argentina, mais uma vez somente para Watson. Conseguiu o 11º lugar no grid e chegou a andar entre os seis primeiros, mas a caixa de câmbio e deixou na mão e abandonou no meio da prova...

Em San Marino, um segundo MP4/1 estava pronto mas...para Watson. Dennis e Barnard não confiavam em De Cesaris e ainda usava o M29F. Diante de seu público, conseguiu chegar em 6º lugar, marcando o primeiro ponto da equipe na temporada e seu único no ano...

Na Bélgica, Watson ainda conseguiu um 7º lugar. Em Mônaco, pela primeira vez os dois pilotos tinham o MP 4/1 à disposição, a despeito da desconfiança com o italiano. E ele a justificou se envolvendo em um acidente logo na primeira volta com Prost e Andretti. Watson andou nos pontos até a volta 53, quando o motor quebrou.

Até aquele momento, muita gente punha dúvida no sucesso do projeto, incluída aí a Phillip Morris, que era a garantidora de tudo. Ron Dennis já era um festival de tiques nervosos, enquanto John Barnard vinha trabalhando em uma série de melhorias e um pacote aerodinâmico (novo fundo, saias laterais e dutos de freio) foi instalado a tempo do GP da Espanha.

Ali, começou a virada: Watson fez parte do grupo que brigou até o final pela vitória, no trem puxado por Villeneuve e conseguiu um 3º lugar. Na corrida seguinte, na França, mesmo com a interrupção por conta da chuva, Watson obteve um 2º lugar. Parecia que o investimento valia a pena...

A confirmação veio no GP seguinte, na Inglaterra: Watson e De Cesaris alinharam na 3ª fila. No mesmo lance, em uma escapada de Gilles Villeneuve na 3ª volta, De Cesaris abandonou enquanto Watson caiu para o 7º lugar. Mesmo assim, veio subindo na classificação, se aproveitando de abandonos e do bom desempenho do carro. Até que 8 voltas antes do fim, chegou na Renault de René Arnoux, que tinha o motor falhando a várias voltas, e assumiu a liderança. 4 anos depois, a McLaren voltava a vencer, trazendo alívio a todos e fazendo Ron Dennis cumprir a promessa feita a John Hogan...

Vitória! John Watson cruza em 1º lugar o GP da Grã-Bretanha
Vitória! John Watson cruza em 1º lugar o GP da Grã-Bretanha
Foto: X / Reprodução

Após esta vitória, Watson ainda conseguiu dois sextos lugares e um segundo no Canadá. Já De Cesaris conseguiu comprovar a resistência do chassi em incontáveis batidas ao longo do ano, o que era uma das dúvidas dos céticos era a resistência do chassi de compósito. Se bem que Watson bateu fortemente em Monza, destruindo totalmente o carro.

O ano encerrava com 28 pontos e o 6º lugar do Campeonato de Construtores. A McLaren marcava sua volta. Mas 1982 prometia mais...Uma cartada enorme era dada: Niki Lauda estava de volta à F1 com um belíssimo cheque dado pela Phillip Morris. John Watson era mantido por mais uma temporada.

Pelo lado técnico, Barnard optou por melhorar o carro do ano anterior, até mesmo pelo fato de optar por uma filosofia de separar a carroceria do chassi. Isso facilita fazer alterações aerodinâmicas sem ter que mudar o monocoque.

Em 1982, a McLaren teve um movimento de consolidação interna. Àquela altura, a necessidade de ter um motor turbo já era identificada. Mayer e Alexander eram defensores de usar alguma solução existente no mercado (Renault ou BMW) enquanto Dennis e Barnard queriam um projeto exclusivo. A queda de braço foi vencida por Dennis e Barnard, enquanto Mayer e Alexander viram isso como a gota d´água e saíram da equipe.

Naquele ano louco, a McLaren teve chances de vencer o campeonato. Watson teve uma primeira metade de ano muito boa, com duas vitórias (Bélgica e Detroit). Lauda venceu em Long Beach e na Grã-Bretanha. Porém, o carro foi acometido por uma série de problemas de motor e dificuldades para aquecer os pneus (os Michelin eram feitos para os Renault turbo, que eram mais brutos do que os Cosworth aspirados). Watson ficou com o vice-campeonato.

Niki Lauda em Long Beach, com o MP 4/1B
Niki Lauda em Long Beach, com o MP 4/1B
Foto: McLaren

Para 1983, Barnard pensou em uma nova versão do MP4/1, a C. Além de ter o campeonato, um chassi seria deslocado para fazer o desenvolvimento do motor turbo Porsche. O time pensou em um carro com uma zona central o mais estreita possível, já aproveitando da entrada em cena do reabastecimento.

Só que a proibição do efeito-solo,  aprovada um pouco antes do início de 1983, levou a mudar tudo: saíam os tuneis embaixo dos carros e entrava em cena o fundo chato. Para recuperar parte do apoio aerodinâmico perdido, Barnard e seu time veio com uma solução usada até hoje.

Aproveitando que o carro tinha sido feito mais estreito, os engenheiros da McLaren testaram modelos no túnel de vento e viram que, se arredondassem a parte final das laterais, jogando o fluxo de ar para o aerofólio traseiro e o difusor, na parte de dentro dos pneus, poderia parte da pressão ser recuperada. Vinha aí o conceito da traseira “Coca-Cola” (porque vista de cima, a traseira parecia o gargalo de uma garrafa de refrigerante).

Lauda em ação em Monaco. Aqui, nota-se o trecho final das laterais bem curvadas, como se fosse o gargalo de uma garrafa de refrigerante. Daí vem a "traseira Coca-Cola"
Lauda em ação em Monaco. Aqui, nota-se o trecho final das laterais bem curvadas, como se fosse o gargalo de uma garrafa de refrigerante. Daí vem a "traseira Coca-Cola"
Foto: X / Reprodução

O carro mostrou potencial, mas os turbo já mostravam sua força; Watson venceu em Long Beach (saíndo da 22ª posição), com Lauda chegando em 2º (largando de 23º). Fora isso, a McLaren sofreu. Mas a esperança estava vindo da Alemanha, com a Porsche desenvolvendo o V6 Turbo. Que estreou com Lauda no GP da Holanda.

John Watson em Monza com o MP 4/1E
John Watson em Monza com o MP 4/1E
Foto: X / Reprodução

John Barnard tem uma filosofia de que, se um projeto tem uma boa base, pode seguir por anos sem grandes alterações. Podemos dizer que o MP4/1 é um exemplo dessa diretriz e acabou por direcionar boa parte dos caminhos da McLaren, mesmo após a saída de Barnard, em 1986. Podemos inclusive afirmar que algumas das bases instituídas em 1981 só foram rompidas finalmente em 1992, com o MP4/7A.

Mas o uso da fibra de carbono e da traseira coca-cola são itens que a F1 teve com o MP4/1 e traz até hoje, se expandindo para o automobilismo como um todo. Por isso, este carro entra na lista daqueles que mudaram o rumo da F1 para sempre.

Parabólica
PUBLICIDADE