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Bottas se prepara para deixar Mercedes e vê na Alfa Romeo opção para temporada 2022

O que será do futuro de Valtteri Bottas na Fórmula 1 ainda é uma incógnita, mas parece, cada vez mais, que seu destino será longe da Mercedes a partir da próxima temporada. E com as portas fechadas na maior parte das equipes, a Alfa Romeo desponta como opção real para o ano que vem

15 jun 2021 - 04h02
(atualizado às 05h41)
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Valtteri Bottas caminha para deixar a Mercedes ao fim da temporada
Valtteri Bottas caminha para deixar a Mercedes ao fim da temporada
Foto: AFP / Grande Prêmio
EXCLUSIVO: Valtteri Bottas desponta como opção real para Alfa Romeo em 2022. Assista no Paddock GP

Valtteri Bottas afirmou, em declaração veiculada no último fim de semana pelo site oficial da Fórmula 1, que pretende resolver logo sua situação com a Mercedes para ter tempo de se planejar para a próxima temporada e focar no que lhe resta do campeonato. Em que pese a indefinição, vários sinais apontam para a saída do finlandês da equipe heptacampeã ao fim de 2021 para dar lugar a George Russell, hoje na Williams. Também na entrevista, Valtteri afirmou que sente que ainda tem "bons anos na Fórmula 1". E há uma chance real de que o próximo destino do dono do carro #77 seja Hinwil, sede da Alfa Romeo, soube o GRANDE PRÊMIO.

Em fim de semana sem corridas, o futuro das carreiras de Bottas e Russell foi assunto no noticiário da Fórmula 1 pelo mundo nos últimos dias. Em postagem na sua conta no Instagram, o canal italiano Sky Sports dá como certa a troca do finlandês pelo prodígio britânico na próxima temporada. Depois, foi a vez de Helmut Marko, consultor da Red Bull, afirmar que a ida de Russell para a Mercedes é somente questão de tempo.

"Bottas e Mercedes se encaminham para a não-renovação de contrato. Além da corrida anônima no Azerbaijão, o futuro do piloto finlandês parece marcado: a Mercedes não deverá renovar seu contrato para a próxima temporada. Olá, Russell", escreveu a emissora.

Valtteri Bottas caminha para saída da Mercedes, mas não será o fim da sua trajetória na F1 (Foto: AFP)

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Com contrato em vigor somente até o fim da atual temporada, assim como Russell em relação à Williams, Bottas não escondeu que tem pressa para definir logo sua situação com a Mercedes.

"Em primeiro lugar, ainda não conversamos nada sobre porque este é um campeonato muito exigente, e você sabe o quanto é importante trabalhar em paz para, digamos, se concentrar no principal, que é o desempenho", declarou.

"Essa hora vai chegar, com certeza. Ainda não chegou, mas obviamente o tempo voa e, especialmente em breve, quando partirmos para as rodadas triplas, não vamos ter tempo. Imagino que naturalmente seja no mês que vem que talvez vamos começar a conversar. Sei por experiência anterior que, quanto mais cedo você puder resolver as coisas, melhor vai ser para todo mundo. Portanto, isso vai acontecer em breve", garantiu.

Chamado por Toto Wolff para substituir Nico Rosberg a partir da temporada 2017, Bottas tem no cartel 9 vitórias e 17 poles, todas pela Mercedes, além dos vice-campeonatos em 2019 e 2020. Entretanto, de longe, o piloto de 31 anos faz em 2021 seu pior campeonato pela equipe de Brackley: mesmo tendo marcado uma pole, em Portugal, e três pódios — nos GPs do Bahrein, Portugal e Espanha, sempre em terceiro lugar —, Valtteri tem como marca registrada o desempenho abaixo do esperado pela Mercedes e também o azar, visto no GP de Mônaco.

Bottas está apenas em sexto no Mundial de Pilotos e soma 47 pontos, atrás de Max Verstappen e Lewis Hamilton, os protagonistas na luta pelo título, e também de Sergio Pérez, da Red Bull, com 69 pontos; Lando Norris, da McLaren, com 66; e até de Charles Leclerc, da Ferrari, que acumula 52 pontos.

Em contrapartida, George Russell parece ter seu destino traçado para ocupar lugar de Bottas em 2022 (Foto: Mercedes)

E ainda que goze de prestígio com Hamilton, Bottas parece não ter a mesma moral com Toto Wolff, justamente o responsável pela sua contratação em 2017. O dirigente austríaco não escondeu a insatisfação com a postura do finlandês em momentos como no GP da Espanha, em que Valtteri segurou Hamilton por algumas curvas antes de abrir passagem para que o piloto pudesse buscar Verstappen, e até mesmo no bizarro problema ocorrido no pit-stop em Mônaco, em que Wolff atribuiu parte da culpa ao seu segundo piloto.

Por outro lado, Bottas deixou nas entrelinhas que um provável fim da linha na Mercedes não significa exatamente o fim da sua trajetória na Fórmula 1. "Tenho a mente bastante aberta, como na vida em geral. Você precisa sempre aproveitar as oportunidades e nunca sabe o que está por vir. E isso significa ter objetivos claros, o que me levou até aqui. E quero sempre seguir meu coração e seguir minha paixão. Eu ainda curto a Fórmula 1, claro, amo muito isso e ainda gosto tanto quanto gostei, por exemplo, no meu primeiro ano com a Mercedes, sem dúvida", afirmou.

Bottas pretende ficar na Fórmula 1, mas as alternativas, em termos de um lugar numa equipe de ponta ou mesmo do bloco intermediário são raras. Sergio Pérez precisa somente seguir fazendo o trabalho que fez no GP do Azerbaijão para ter seu vínculo renovado com a Red Bull, enquanto a saída de Verstappen não é uma opção. Carlos Sainz está garantido na Ferrari pelo menos até o fim do ano que vem, enquanto Leclerc tem contrato com Maranello até 2024. Lando Norris recentemente renovou com a McLaren, ao passo que Daniel Ricciardo tem vínculo até 2022 com o time britânico, pelo menos.

Na Aston Martin, Lance Stroll tem lugar cativo na equipe de propriedade do pai, Lawrence Stroll. Na época do anúncio, Sebastian Vettel não teve a duração do seu contrato revelado, mas o tetracampeão chegou não apenas como a referência de um projeto de longa duração, mas também como sócio do time de Silverstone. Na Alpine, Esteban Ocon tem contrato até o fim deste ano, mas já negocia uma renovação com o time francês, enquanto Fernando Alonso assinou por duas temporadas. Já a AlphaTauri, equipe B da Red Bull, deve seguir com Pierre Gasly, salvo alguma surpresa de última hora, e tende a dar mais tempo para Yuki Tsunoda, protegido da Honda, se desenvolver.

Nome de Valtteri Bottas circula nos corredores de Maranello como opção realista para Alfa Romeo em 2022 (Foto: Alfa Romeo)

Sobram, então, três equipes para Valtteri Bottas. Com pires na mão, a Haas precisa vender seus cockpits para sobreviver: foi assim com Nikita Mazepin, cujo pai, Dmitry Mazepin, bilionário dono do conglomerado da indústria petroquímica UralChem, é o principal patrocinador da equipe de Kannapolis, enquanto Mick Schumacher completa a dupla e é parte fundamental da parceria entre Haas e Ferrari. Portanto, não há recursos para pagar o que Bottas cobra atualmente na Mercedes, cerca de US$ 10 milhões (ou cerca de R$ 50 milhões na cotação atual).

Em teoria, a Williams despontaria como possível destino para Bottas, já que o finlandês foi revelado pela equipe de Grove e fez lá suas primeiras temporadas na Fórmula 1, entre 2013 e 2016, além de ser um piloto que conhece bem o motor Mercedes, que empurra os carros com a sigla FW.

Mas aí é que entra a surpresa. Nos corredores de Maranello, sede da Ferrari, o nome de Bottas já é falado como opção mais realista para a Alfa Romeo, parceira de longa da equipe italiana, soube o GRANDE PRÊMIO. É a Ferrari, também, responsável pelo fornecimento dos motores à equipe suíça e também por ceder Antonio Giovinazzi, formado na Academia de Pilotos da Ferrari, além de manter laços históricos com Kimi Räikkönen.

Valtteri já trabalhou com Frédéric Vasseur, chefe da equipe ítalo-suíça, durante a campanha que culminou com o título da antiga GP3 na temporada 2011 com a ART Grand Prix. Vasseur foi, por muitos anos, o comandante da equipe francesa, uma das mais tradicionais organizações nas categorias de base.

O que parece ainda mais surpreendente é que, no momento, quem teria mais chance de seguir na Alfa Romeo para a próxima temporada é Räikkönen, mesmo com a boa temporada que faz Giovinazzi no seu terceiro ano pela equipe de Hinwil. Em tal cenário, Räikkönen, que partiria para sua 20ª temporada na Fórmula 1, e Bottas formariam uma improvável dupla finlandesa nos boxes da Alfa Romeo em ano importante para a categoria em razão da revolução no regulamento técnico para 2022.

Valtteri não mencionou nominalmente o compatriota, mas disse que, ao olhar para a idade de Räikkönen — que vai completar 42 anos em outubro —, ainda se vê com muita lenha para queimar na Fórmula 1.

"Se olhar para o quadro geral, com certeza, ainda tenho alguns bons anos. Sinto que ano após ano continuo melhorando em certas áreas e estou cada vez melhor. Estou muito distante [da idade] dos pilotos mais veteranos do grid, então, em tese, ainda tenho tempo, mas você simplesmente não sabe o que o futuro reserva. Aproveito cada fim de semana e vejo o que vier", concluiu.

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