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Bottas opta pela Alfa Romeo na F1; Melhor para quem?

Duas vezes vice-campeão, dono de nove vitórias e 17 poles, o finlandês surpreendeu ao preferir a decadente Alfa Romeo à emergente Williams

6 set 2021 - 14h12
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Bottas vai deixar a Mercedes-Benz: decisão já esperada.
Bottas vai deixar a Mercedes-Benz: decisão já esperada.
Foto: Divulgação

Enfim, confirmou-se a saída de Valtteri Bottas da Mercedes – o que traz embutido o ingresso do inglês George Russell na equipe alemã. Nenhuma surpresa, a troca estava mais evidente a cada dia. A surpresa foi Bottas preferir a Alfa Romeo à Williams.

Apesar de sua história gloriosa, a Alfa Romeo é hoje a penúltima colocada no campeonato mundial de construtores, com apenas três pontos conquistados em 13 corridas e de 2014 para cá, nunca passou da oitava posição na tabela. Para o time, a chegada do finlandês é um excelente negócio, já para Bottas representa um enorme passo atrás.

Talvez a razão dessa decisão seja financeira, talvez ele realmente acredite na ressurreição da Sauber, chefiada pelo francês Frederic Vasseur, que comandava a equipe ART quando ele correu e venceu na GP3. Há, porém, quem veja em sua escolha a determinação de romper definitivamente os laços com a Mercedes de Toto Wolff – a Williams não chega a ser satélite da equipe alemã, mas gravita em torno dela.

Foi lá que Bottas começou sua carreira na F1, em uma época em que a Williams ainda era uma boa rampa de lançamento para um jovem que, como ele, havia dominado a GP3 em 2011. Sua temporada impressionou Toto Wolff, então acionista e membro do comitê decisório da Williams. Em 2013, passou de piloto de testes a titular e, em três anos conquistou nove pódios para a equipe inglesa e granjeou a imagem de piloto rápido e consistente. Em 2017, foi o escolhido de Wolff para substituir Nico Rosberg na Mercedes-Benz, iniciando uma trajetória em que, várias vezes, foi obrigado a se sacrificar em prol de seu companheiro Lewis Hamilton.

Bottas não sai da Mercedes pela porta dos fundos, mas também não vai deixar saudades.
Bottas não sai da Mercedes pela porta dos fundos, mas também não vai deixar saudades.
Foto: Divulgação

Como a substituição de Bottas por George Russell é certa, restam agora três vagas na F1: duas na Williams e uma na Alfa Romeo. Na equipe inglesa, é quase certa a continuidade do canadense Nicholas Latifi. Para o outro carro, a escolha será entre o anglo-tailandês Alex Albon, ex-Red Bull, e o talentoso novato holandês Nick de Vries, que faz parte da academia da Mercedes e tem sua carreira dirigida por Toto Wolff. Para o segundo carro da Alfa Romeo, os candidatos são o italiano Antonio Giovinazzi, e os novatos Calum Illot e Theo Pourchaire, que já mostraram muito potencial  na Fórmula 2, além de Albon e de Vries, que figuram nas listas das duas equipes.

O mais cotado parece ser Giovinazzi, que está na equipe desde 2019 e conquistou o único ponto da Alfa Romeo neste ano com o 10º lugar em Mônaco. O italiano vem mostrando forte evolução e suas chances se reforçam com a afirmação do chefe da Alfa Romeo, Frederic Vasseur, de que a introdução do novo regulamento no ano que vem vai exigir pilotos experientes. E por mais que Bottas reúna todas as qualidades desejáveis, lhe faltará o conhecimento da equipe – o que pode ser suprido pela vivência que Giovinazzi amealhou nesses três anos.

A falta de experiência reduz as possibilidades de Nick de Vries à Williams, que também avalia duas estrelas da F2: o chinês Guanyu Zhou e o neozelandês Oscar Piastri. Zhou, que já mostrou potencial em treinos na F1, representar a porta de entrada no rico mercado empresarial da China. Já  Piastri, a melhor promessa dos últimos tempos, é visto como um futuro campeão mundial, uma aposta tão certeira como a feita pela Red Bull em Max Verstappen.

Com a revelação do destino de Bottas e de Russell, a dúvida que fica é quem vai vencer essa disputa: a experiência, o potencial de mercado ou o talento.

Parabólica
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